A Igreja de Cristo tem uma identidade. Inserida na humanidade como canal integrador da transcendência humana, ela tem a resposta para o que todos os homens mais desejam: “a felicidade”. O que é trivial ao que é sentido nas relações e anseios da humanidade é que falta a interpretação coerente e justa da mensagem cristã anunciada pela Igreja. Não se entende o anúncio do Mistério, pois amor é mistério, sem abrir-se à dinâmica da verdade do amor que impulsiona o homem ao que ele mais espera.
A Tradição da Igreja, personificada pelos Apóstolos e seus sucessores, cujo sinal visível de unidade e universalidade é conferido a Pedro (Cf. Mt 16,16-19) e que bem recentemente foi visualizado na V Conferência de Aparecida com a presença do Papa, reunido com os demais bispos, que radicada no dado revelado prestigia a família como comunidade de amor e de íntima comunhão entre homem e mulher e que deve continuar sendo pérola digna de zelo por toda comunidade cristã que, convertida ao que lhe salva, busca no paradigma cristológico com o qual Cristo amou a sua Igreja e por Ela se entregou (Cf. Ef. 5, 25), o espírito elementar da família cristã.
Pela história é perceptível que a luta pela manutenção duma forma para a relação entre homem e mulher, pelo vínculo do casamento, é dinâmico. Na antigüidade o filósofo grego Aristóteles no texto ‘A Política’, escrito no século III, depois de viajar e comparar 158 constituições, no seu livro III, diz que o fim da família é “uma associação estabelecida pela natureza, constituída entre homem e mulher, para atender às necessidades do dia-a-dia do homem, formada pelos que vivem da mesma provisão ou partilham o sustento”. O historiador francês Fustel de Coulanges (1830-1889), no clássico ‘A Cidade Antiga’, livro I, afirma que “o que unia os membros da família antiga era algo mais poderoso que o nascimento, o sentimento ou a força física: esse poder se encontra na religião do lar e dos antepassados. A religião fez com que a família formasse um só corpo nesta e na outra vida. A família antiga seria, pois, uma associação religiosa, mais que associação natural”. Ambas se diferenciam por terem acepções unilaterais, uma natural e outra sobrenatural, diferenciando-se, deste modo, da conotação cristã, que abarca as duas.
Hoje, comemorando o “Dia dos Pais”, a Igreja vem dizer que esta comunidade tem o seu legado no Mistério do Deus que é “Pai Nosso”. Não se pré-conceitua, como se ver, a história. Apenas é missão da Igreja apresentar e dar a sua visão universal daquilo que por ela é considerado tanto imanente como transcendentalmente, sem condicionar nenhum dos aspectos como comumente é sublinhado. No Catolicismo Católico está transcrito o que significa, para Igreja, esta união pelo sacramento do Matrimônio e, conseqüentemente, a família: “A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento, por Cristo Senhor” (Cf. CIC 1601).
Para este dia, caríssimos Pais, a Igreja vos pede que, com amor, juntamente em comunhão com vossas esposas e filhos, cuidem um do outro nesta vossa unidade familiar que é chamada a ser sinal do amor com o qual Cristo amou a sua Igreja (Cf. Ef. 5,25-28) pelo testemunho de fé, pela fidelidade conjugal, pela paternidade responsável, pelo diálogo, pelo cuidado, pela responsabilidade, pela mansidão, pelos conselhos etc. e assim serão dignos que tenham um “feliz dia”, porque são queridos e amados pais de família. Por isso, parabéns, obrigado por existirem e que Deus vos abençoe!
domingo, 12 de agosto de 2007
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