São José de Mipibú - RN / Arquidiocese Natal

sábado, 12 de junho de 2010

Santo Antonio e o casamento

Santo Antonio nasceu em Lisboa, Portugal, com o nome de Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo, em 15 de Agosto de 1195. Morreu dia 13 de Junho de 1231. Frei Antonio tinha apenas 36 anos de idade. O Povo brasileiro, assim como o português, inclui nas virtudes do santo que se festeja a 13 de Junho, a de “milagroso casamenteiro”. Haverá quem diga que descobrir um noivo arisco é atribuição do advogado das causas perdidas. E Santo Antonio é, também, como se sabe o advogado das coisas inencontráveis.

O catecismo da Igreja católica lembra que “a aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento, por Cristo Senhor (cf. CIC, 1601)”. Disto se infere três dimensões da aliança que fundamentais para a realização humana e vocacional do Homem e da Mulher, a saber: 1) A comunhão de vida dos cônjuges; 2) O bem dos mesmos e 3) A geração e educação dos filhos.

1) Base teológica para a relação conjugal é o amor Uno e Trino. Deus é amor e quem permanece no amor, permanece em Deus (cf. 1Jo 4,8). O amor tem sua fonte no próprio amor. A Trindade é a fonte da comunhão. O Outro é o meio pelo este se manifesta e se realiza. Uma das grandes lacunas que levam à crise a vida matrimonial, na atualidade, é o fato de que o materialismo exacerbado menosprezou o que, só na pessoa, não tem consistência permanente. O que inquieta a vida humana é sua imanência que olha para o transcendente. Nas relações humanas o Eu terá sempre uma abertura para o Tu, que pela integração biológica, psicológica e espiritual forma um Nós, em comunhão de vida e amor.

2) O bem é a felicidade do Homem e da Mulher que desejam estabelecer o seu novo lar. A sua doação é o futuro da sociedade. “Sem casamento entre um Homem e uma Mulher o futuro da sociedade está comprometido”. Como falar duma integração humanizada e antropologicamente equilibrada sem relação “biológica”, psicológica e espiritual. A felicidade não dispensa a condição humana; mas, ao contrário, do que a ditadura do relativismo está querendo injetar, é a condição sem a qual o humano possa ser verdadeiramente civilizado, tanto objetiva como subjetivamente.

3) A geração e educação dos filhos é conseqüência existencial do casal que amando se doa para gerar a comunhão que, por sua vez, promove e zela pela vida. Os filhos são fruto do amor. Aqui vale incentivar e agradecer a Deus pelas atitudes dos homens e mulheres casados que adotam e amam outras crianças! A vossa comunhão no diferente proporcionará o justo meio daquele(a) que for acolhido por vós. Deus vos abençoe!

Por fim, a sociedade precisa da família com aquilo que a identifica. Ela continua a ser o lugar por excelência de harmonização das personalidades. Os erros estruturais da cultura do ódio e das separações não podem ser vias interpretativas para a dissolução ideológica do grandioso valor do casamento e da família humana. O simbolismo religioso da figura deste franciscano é atual e provocante. Que Antonio, o santo casamenteiro, nos defenda disto! Assim o seja!