Muitos potiguares e, até, várias personalidades midiáticas, se preparam para participar do Carnatal. Aqui, em Natal, nas Universidades, pelos Meios de Comunicação, em outros tantos ambientes sociais se fala sobre o evento. Este, por sua vez, toma conta, direta ou indiretamente, neste período, de muitos dos vários tipos de conversas das crianças, jovens, casais, comerciantes, patrocinadores, traficantes, o Poder Público e, enfim, a grande massa. Principalmente pelo marketing que tendencialmente é feito, tendo em vista a maior e mais profícua obtenção de lucro por parte daqueles que querem obter vantagens piramidais. Aqui se sobrepõe a lógica do mercado. Não se pode deixar de fazer esta breve acentuação sobre o que de fato é o fim deste dantesco e eletrizante modo de relacionar-se neste período do ano em Natal.
O Carnatal mostra, por assim dizer, como as pessoas estão se relacionando hoje. As pessoas estão sendo massificadas pelas leis do mercado e das grandes indústrias da festa. Na fala duma grande maioria de jovens, não todos (ainda bem!), se sente que as pessoas se tornaram marionetes nas mãos de quem detém o dinheiro e a mídia. Quando se ouve participantes (a grande maioria pensa e é induzida a pensar assim) dizer que “no Carnatal ninguém é de ninguém”, infere-se pela observação do cenário no qual acontece o evento que lá muitos dos videntes que previram o que poderia vir a ser a Humanidade indiferente ao transcendente e que, por isso sim, se configuraria o nihilismo, a neurose coletiva, a alienação, o nada etc. Os psicólogos, sociólogos e outros estudiosos de áreas afins podem fazer e aprender muito sobre os tipos de relações que perfazem a trajetória do modo de comunicar-se das pessoas de hoje analisando festividades como o Carnatal, Carnaval e outros circos des-culturalizados da modernidade. A cultura é fruto da ação do homem na História e por meio dela ele espiritualiza o que por ele é criado e transformado. Quando este é manipulado pelos Meios que formam o “inconsciente coletivo” ele deixa de ser e fazer cultura. A cultura da coisificação humana fará com que a própria Civilização entre em colapso.
Muitas são as conseqüências contrárias a Dignidade Humana que vem do Carnatal. A Pessoa Humana é infinitamente mais importante do que uma “Festa dos Macacos” (onde se pula sem saber o por que? se sobrepõem o instinto sobre a razão). Ninguém, por favor, venha dizer que tem haver com lúdico; pois, este não dispensa a harmonia e a beleza das expressões humanas. Ao contrário, é condição sem a qual seria encantador e prazeroso quando se tem em vista o divertimento.
Por fim, aos muitos participantes do momento a verdadeira curtição só se realiza em plenitude quando se ama de verdade. Quem experimentar esta Festa vai saber o que é a maior e mais digna de todas as relações humanas. Que assim o seja!
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
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