A Igreja do Brasil se prepara para celebrar a CF. Esta terá como Lema: Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro (Mt 6,24) e Tema: Economia e Vida. Vale ressaltar que são as Igrejas Cristãs no Brasil, presentes no Conselho Nacional de Igrejas do Brasil – CONIC, que estão apresentando esta Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010. Este já é a terceira campanha da fraternidade realizada de forma ecumênica (cf. Texto base, pág. 9)
O objetivo geral desta campanha é: “Colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão” (cf. idem). A economia precisa ser meio de desenvolvimento da pessoa. A postura neoliberal torna a pessoa meio e não o fim das ações desenvolvidas para concretização da sua ideologia. O mercado tem a sua lógica e esta absolutiza a necessidade do lucro; mesmo quando este se distancia do que deve ser o centro. Falta justiça e caridade nas práticas do sistema capitalista. Não pode haver só filantropia, já que, até mesmo esta, quando acontece, também visa o lucro. É necessário, ao mundo, uma nova mentalidade de cuidado do homem pelo próprio homem. Neste sentido, se faz necessário uma simbologia global que trate da ética mundial como algo possível e que ventile a centralidade da pessoa humana como sujeito universal de direitos e deveres. Muito mais que quaisquer outras formas de vida, a humana não pode ser relativizada em hipótese alguma. A economia com os vários produtos se transformou no cavalo desgovernado da Posmodernidade. Fixemos na crise da economia mundial. Faz parte da sua dinâmica a plena liberdade das transações intercambiais. O procedente e questionador é o declínio catastrófico do que parecia só desenvolvimento e não mera especulação. A campanha da fraternidade vem despertar, nos vários ambientes, através dos cristãos comprometidos com a justiça e o amor cristãos, um olhar solidário para com aqueles que são os pobres; e mais ainda, os mais dos pobres de todas as estâncias do nosso País. O objetivo “exige que haja justiça social, consciência ambiental, sustentabilidade, empenho na superação da miséria e da fome e, de um modo geral, que se considere com atenção especial, a dignidade da pessoa e o respeito aos direitos humanos” (cf. Idem, pág. 17).
Os objetivos específicos são: “- Sensibilizar a sociedade sobre a importância de valorizar todas as pessoas que a constituem; - Buscar a superação do consumismo, que faz com que o “ter” seja mais importante do que as pessoas; - Criar laços entre as pessoas de convivência mais próxima em vista do conhecimento mútuo e da superação tanto do individualismo como das dificuldades pessoais; - Mostrar a relação entre fé e vida, a partir da prática da Justiça, como dimensão constitutiva do anúncio do Evangelho e - reconhecer as responsabilidades individuais diante dos problemas decorrentes da vida econômica, em vista da própria conversão” (cf. idem, pág. 18).
Diante de tantas motivações humanas e evangélicas, cabe-nos uma sincera reflexão e tomada de consciência dos desmandos existentes na sociedade. Sempre é importante tomar a memória da Palavra de Deus que prefigura os desatinos dos ricos opulentos que não visualizam o eterno que não aceita retorno: “Filho, lembra-te de que recebestes teus bens durante tua vida, e Lázaro por sua vez os males; agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. ‘Se não escutam nem a Moisés nem aos Profetas, mesmo que alguém ressuscite dos mortos, não se convencerão’.(cf.Lc 16,25.31)”. Assim o seja!
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
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