A Igreja tem personalidade jurídica, reconhecida pelo Estado Brasileiro, mais recentemente oficializada mediante estatuto jurídico firmado e celebrado entre o governo brasileiro e a Santa Sé. Ao introduzir o estado da questão as Altas Partes, assim se pronunciam que: “os contratantes são, cada um na própria ordem, autônomos e se baseiam nos documentos do Concílio Vaticano II e no Código de Direito Canônico, e a República Federativa do Brasil, no seu ordenamento jurídico”. No Artigo 10, § 1º está codificado que a República Federativa do Brasil reconhece à Igreja Católica o direito de constituir e administrar Seminários e outros Institutos eclesiásticos de formação e cultura. A Congregação para a Educação Católica publicou no dia 23 de Novembro de 2008 as “Orientações para a utilização das competências psicológicas na admissão e na formação dos candidatos ao sacerdócio”, onde elucida que cabe à Igreja escolher as pessoas que considera aptas para o ministério pastoral e é seu direito e dever verificar a presença das qualidades requeridas naqueles que ela admite ao ministério sagrado. E ainda, o Código de Direito Canônico prevê que, para o escrutínio das qualidades requeridas para a ordenação, providencie-se, entre outras coisas, à investigação sobre o estado de saúde física e psíquica do candidato. O Cân. 1052 estabelece que “o Bispo, para poder proceder à ordenação, deve ter certeza moral acerca da idoneidade do candidato. Resulta daí que a Igreja tem o direito de verificar, inclusive recorrendo à ciência médica e psicológica, a idoneidade dos futuros presbíteros” (cf n. 11)
Não é segredo à Sociedade os tristes escândalos que, infelizmente, alguns sacerdotes com desequilíbrios psicoafetivos, (ou tem alguém que defenda ser uma opção?!), cometeram envolvendo crianças indefesas. É o caso da pedofilia, que vale ressaltar, não é um problema do clero; mas uma problemática humana e que precisa ser encarada com seriedade e honradez, para o bem das várias crianças indefesas. Claro que a Igreja, quando “orienta” um candidato a deixar o seminário, não quer dizer que seja só por questões de desvios sexuais. No entanto, estes problemas existem e infortunadamente e com muita freqüência tem gente querendo se esconder nas casas de formação, não por vocação ao ministério consagrado, mas para fugir das responsabilidades que o Mundo exigirá quanto os vários anseios da Vida de quaisquer cidadãos que são chamados a ser Homens e Mulheres íntegros e integrados socialmente. A Igreja está querendo corresponder aos desafios de ser testemunha da verdade em meio aos turbilhões dum pansexualismo desordenando e doentio. Para ser padre é fundamental que o candidato seja Homem de personalidade ajustada. A Igreja nunca negou a dignidade do cristão que, por questões até o momento, não bem explicadas, direciona sua atividade sexual para uma pessoa do mesmo sexo. Todos são filhos de Deus. São amados por Deus e essa certeza de amor e fé ninguém pode esquecer. Urge considerar, que essa mesma Igreja pode ter suas orientações disciplinares. Ela também não pode ser livre? Porque não?! Ninguém é obrigado a ser Padre e, se o desejar, que o seja com dignidade, pensando em servir ao Povo de Deus, pelo testemunho de vida e serviço.
Por fim, rendamos graças ao bom Deus pelo Seminário de São Pedro da Arquidiocese de Natal, que tanto bem já fez à Sociedade, formando, não só sacerdotes, mas também leigos engajados, para o bem dos fiéis e hoje, mui especialmente, à equipe de formação que na pessoa do seu Reitor, que é um Homem justo, que dedica-se para que os futuros sacerdotes possam ser Homens de serviço e doação ao querido Povo de Deus, a quem também agradecemos pelas ajudas materiais e espirituais concedidas ao Seminário, porque deseja que esta mesma casa continue a oferecer sacerdotes santos para o serviço e santificação dos fiéis. Assim o seja!
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
A Igreja e suas orientações
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