Para nós cristãos a Páscoa prolonga-se até a o "Pentecostes", ou seja, a descida do Espírito Santo 50 dias após a Ressurreição. Mas pode surgir a inquietante questão: o evento pascal se delimita ao que é celebrado mediante as expressões litúrgicas tornadas públicas pela Igreja no Tríduo Pascal? A pergunta é importante para a reflexão sobre o entendimento da Páscoa como acontecimento divino, em Cristo, pela ação de Deus, através do seu Espírito; mas que vem a ser humano porque é realizada pela libertação do que é humano.
O evangelista João diz que "ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos" (Jo 15,13); pois bem, seguindo o itinerário de tudo o que vivido pela comunidade cristã como sinal do mistério de Deus que se faz sentir na vida comunitária no decorrer do ano litúrgico. Nesse o que é esperado para o futuro é contemplado agora como meio de ligação entre o finito e o infinito. Tendo como ponto de partida a "Encarnação" que, por sua vez, nos leva ao reconhecimento da "Ressurreição" como acontecimento histórico e divino e ainda, forma universal e continuada da ação amorosa de Deus na vida de todos os homens e, porque não dizer, de toda a criação.
Na filosofia é apresentada a inquietação quanto à questão da liberdade humana. O homem é verdadeiramente livre? Se para a reflexão filosófica esta é uma "questão de disputa", para os cristãos a resposta deveria ser conduzida pelas palavras de Jesus que pelas palavras antes citadas nos mostra o itinerário pedagógico que precisa ser percorrido para a conquista desta vitória. Santo Agostinho (Séc. V) analisando estas palavras me deu fundamentos para poder dizer que a existência cristão precisa ser uma permanente páscoa que celebrada sacramentalmente é mister que seja experimentada historicamente. Nós, cristãos, devemos entender este elemento hermeneutico para o aprofundamento espiritual da realidade pascal. A nossa vida é uma páscoa. Nós cristãos somos chamados a continuar a viver e testemunhar a "Páscoa de Cristo" dia a dia. Os elementos litúrgicos não esgotam a augusta magnitude do acontecimento pascal.
A páscoa humana vivida como tradução permanente da verdadeira e real Páscoa de Jesus ressuscitado, exige uma progressiva adequação do humano ao que é divino. Que o ódio passe a ser perdão, que a injustiça passe a ser justiça, que a mentira passe a ser verdade, que a discórdia passe a ser paz, que e desunião passe a união etc. São Paulo quando escreve à comunidade de Corinto (1 Cor 13,1-13), a luz do mistério pascal, descreve bem como o testemunho cristão plenamente celebrado passa a ser páscoa humana dignamente amada e experienciada.
Os acontecimentos da Civilização, pela falta do referencial transcendental, vivem páscoas despascoalizadas, ou seja, sem reais e profundas mudanças históricas. As pessoas, comunidades, nações e o mundo que é qualificado de globalizado posmoderno retomaram uma concepção cíclica da vida e de tudo aquilo que é realizável até do ponto de vista científico. Um progresso que dispensa o transcendente do seu desenrolar fenomênico tende a esgotar-se por aquilo que imediatamente lhe dar consistência. A forma própria do desvendar-se de Deus na História possibilita ao próprio homem o contínuo desenvolvimento das suas ações culturalmente manifestadas.
Enfim, pensar e apresentar a Páscoa de Jesus como páscoa humana cotidianamente celebrada e vivida é ir ao encontro de Deus como Aquele que no seu tempo torna possível a comunhão do humano com o divino. Por isso, caros cristãos, continuemos a celebrar nossa Páscoa na vida e na Liturgia!
quarta-feira, 26 de março de 2008
domingo, 16 de março de 2008
CF 2008 e Manipulação do Embrião
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A Igreja do Brasil está em plena Campanha da Fraternidade. Esta quer ser mais um momento forte que motive a conversão dos cristãos ao amor de Deus que é o Senhor da vida. Por isso, a Palavra de Deus deve ser o primeiro e imprescindível instrumento utilizado para a formação dos ideais da comunidade humana. A Evangelização é sempre a meta primordial da Igreja, pois, ela é o Sinal Universal da presença atual do Reino de Deus na vida humana. Ela em nenhum momento pode estar a favor da morte. Por ela Deus continua pedindo que seja escolhida a Vida (Dt 30,19). Para este ano foi escolhido o tema “Fraternidade e defesa da vida” e o lema, “Escolhe, pois, a vida. O nosso Deus é o Deus da Vida porque Ele é a Vida (Jo 14, 6). Por acaso seria possível uma igreja de deus que estivesse a favor da morte?!
No dia 05 de Março STJ analisará a possibilidade de se tornar possível legalmente a pesquisa utilizando os embriões congelados com fins terapêuticos. Com isso, será possível serem utilizadas as Células-tronco que têm capacidade de se transformar em células de qualquer tecido do nosso corpo: músculos, ossos etc (Cf. Texto Base CF, 101). Porém, para uma séria análise ética da questão é importante saber que existem dois tipos de células-tronco: 1) as células embrionárias são encontradas no embrião (CTE) são totipotenciais; 2) as células tronco adultas podem ser encontradas depois do nascimento. São multipotenciais (Cf. Texto-base, 102). Experiências realizadas em ratos ou camundongos com células-tronco embrionárias têm demonstrado que, ao serem injetadas em outro organismo, elas produzem, em cerca de 50% dos casos, tumores, chamados teratomas, que muito facilmente se transformam em tumores cancerosos. Estas células são também rejeitadas pelo organismo que recebe o transplante. O uso das células-tronco adultas, por outro lado, já tem alcançado resultados comprovados de melhora ou cura de doenças em seres humanos. Exemplos: uso para regenerar células lesadas do coração, como no caso de enfarte; para melhora de lesões da medula nervosa na paraplegia ou tetraplegia etc. Uma limitação de seu uso é que a técnica do autotransplante (a pessoa recebe suas próprias células-tronco no local afetado) não pode ser indicada para pessoas com doenças genéticas. Contudo, recentemente foram obtidos resultados que permitiram que as células-tronco adultas se comportassem como células-tronco embrionárias, ganhando a capacidade da totipotência, reprogramação celular (Cf. Texto-base, 103).
Através destas observações pode-se bem afirmar que a Igreja não contrapõe-se à ciência. O discurso demagógico e falacioso de alguns cientistas, salientando que não são todos, não encontra respaldo pelas ações e o discurso da Igreja. A preocupação existe tendo-se em vista o bem que pode ser feito às pessoas portadoras de doenças. Mas os fins não justificam os meios. A questão ética não pode ser abandonada pela ciência. Sem um sério embasamento ético a ciência pode vir a torna-se um perigoso meio de coisificação do próprio homem. Ele não pode ser visto como um meio (Kant). Ele é pessoa desde sua concepão e tem por direito inviolável e inalienável o direito à vida garantido pela Carta Magna do País (Constituição Federal, art. 5 e Código Civil, art. 2).
Por fim, o que a Igreja deseja é o bem da pessoa humana. Não é periférico a saúde e bem estar de tantas pessoas que têm doenças e que passam por sérias dificuldades terminais. Mas seria muito importante que a Sociedade exigisse do Estado mais seriedade nas políticas públicas que beneficiasse a todos e se investisse nas pesquisas que considerassem a Dignidade Humana e as suas necessidades desde o ventre materno. Sendo assim, caros juizes, escolhamos, pois, a Vida!
No dia 05 de Março STJ analisará a possibilidade de se tornar possível legalmente a pesquisa utilizando os embriões congelados com fins terapêuticos. Com isso, será possível serem utilizadas as Células-tronco que têm capacidade de se transformar em células de qualquer tecido do nosso corpo: músculos, ossos etc (Cf. Texto Base CF, 101). Porém, para uma séria análise ética da questão é importante saber que existem dois tipos de células-tronco: 1) as células embrionárias são encontradas no embrião (CTE) são totipotenciais; 2) as células tronco adultas podem ser encontradas depois do nascimento. São multipotenciais (Cf. Texto-base, 102). Experiências realizadas em ratos ou camundongos com células-tronco embrionárias têm demonstrado que, ao serem injetadas em outro organismo, elas produzem, em cerca de 50% dos casos, tumores, chamados teratomas, que muito facilmente se transformam em tumores cancerosos. Estas células são também rejeitadas pelo organismo que recebe o transplante. O uso das células-tronco adultas, por outro lado, já tem alcançado resultados comprovados de melhora ou cura de doenças em seres humanos. Exemplos: uso para regenerar células lesadas do coração, como no caso de enfarte; para melhora de lesões da medula nervosa na paraplegia ou tetraplegia etc. Uma limitação de seu uso é que a técnica do autotransplante (a pessoa recebe suas próprias células-tronco no local afetado) não pode ser indicada para pessoas com doenças genéticas. Contudo, recentemente foram obtidos resultados que permitiram que as células-tronco adultas se comportassem como células-tronco embrionárias, ganhando a capacidade da totipotência, reprogramação celular (Cf. Texto-base, 103).
Através destas observações pode-se bem afirmar que a Igreja não contrapõe-se à ciência. O discurso demagógico e falacioso de alguns cientistas, salientando que não são todos, não encontra respaldo pelas ações e o discurso da Igreja. A preocupação existe tendo-se em vista o bem que pode ser feito às pessoas portadoras de doenças. Mas os fins não justificam os meios. A questão ética não pode ser abandonada pela ciência. Sem um sério embasamento ético a ciência pode vir a torna-se um perigoso meio de coisificação do próprio homem. Ele não pode ser visto como um meio (Kant). Ele é pessoa desde sua concepão e tem por direito inviolável e inalienável o direito à vida garantido pela Carta Magna do País (Constituição Federal, art. 5 e Código Civil, art. 2).
Por fim, o que a Igreja deseja é o bem da pessoa humana. Não é periférico a saúde e bem estar de tantas pessoas que têm doenças e que passam por sérias dificuldades terminais. Mas seria muito importante que a Sociedade exigisse do Estado mais seriedade nas políticas públicas que beneficiasse a todos e se investisse nas pesquisas que considerassem a Dignidade Humana e as suas necessidades desde o ventre materno. Sendo assim, caros juizes, escolhamos, pois, a Vida!
sábado, 8 de março de 2008
Mulheres, vós sois dádivas de Deus!
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Como é encantador contemplar o significado das Mulheres. Falar sobre elas é maravilhoso. Podemos dizer “elas” porque são várias que fazem parte das nossas vidas. Temos nossas Mães, Irmãs, Amigas e tantas outras que são inspiradoras de muitas outras emoções. Elas dignificam a Humanidade. Por elas, a forma humana é progressivamente continuada. Nelas, a estruturação do belo é concretizada e só por elas o que não é do Homem é necessitado por ele. Elas configuram o arrebatamento do ser de cada ente da Humanidade, pois sem elas o que existe de humano não poderia vir a ser divino. Somos loucamente voltados para seus encantos porque o mistério também por elas envolveu-se. Por acaso existe um compasso humano que dispense o sentimento de pertença à integral Beleza das Mulheres?
Poderíamos nos perguntar: quantas e quão qualificadas mulheres não fizeram e, graças ao maravilhoso Deus, não fazem parte de nossas vidas? Nós reconhecemos os vossos valores, vossa dignidade indiscutível, vossa vitalidade sublime, vossa ternura extasiante, vossa feminilidade radiante, vossa antropologia integral e integrante, vosso olhar intimista e penetrante, vossa sensibilidade frondosa, vossa doçura confortante, vossa intrínseca vocação maternal etc. Há mulheres! Nós as amamos porque vós sois o que sois. Não se nos é permitido pensar que vós sejais diferentes ou, mais propriamente, não queremos pensar num melhor mundo possível, pelo simples e milagroso fato de que o nosso mundo é completado pelo vosso. A Razão, não violenta a realidade como, tampouco, o vosso amor que nos acompanha do início ao fim de nossas vidas. Porque sois o que sois, é que todos nós nos encaminhamos para a arriscada, mas, divina campanha da vida. Se há a fantástica experiência da existência humana é porque o vosso ser finito está potencializado para o infinito.
Pensá-las de modo imediato é pensar no que fazeis como Mães de família, como trabalhadoras do lar, como educadoras, como previdentes de um mundo mais justo e solidário, como profissionais, como políticas, como protagonistas da História, como conquistadoras de Direitos, como formadoras de opinião, como feministas que são femininas, como amantes que são amadas. Nós esperamos de vós o que na verdade vós quereis verdadeiramente e desejais esperar de vós mesmas. O nosso modo de tratá-las sempre será motivado pelo que todos nós sabemos, que só vós sois capazes de doar. A nossa mais genuína alegria de tê-las como jóias preciosas é, sobretudo, porque vós sois o que são desde o princípio. Nós queremos que a harmonia presente em vós faça parte da nossa mais pura ânsia de felicidade. Estamos prontamente dispostos a celebrar a memória tornada presente e este, por sua vez, tornado futuro da vossa Humanidade em nós e para nós como dádiva. Os sujeitos deste encontro simplesmente humano devemos ser todos nós. Não as dispensamos deste projeto porque sois indispensáveis para o embrião que torna-se feto, que vem a ser criança, que torna-se adolescente, que vem a ser jovem que torna-se adulto que chega à velhice e naturalmente morre para completar a vida daquele que outrora era filho ou filha, menino ou menina, esposo ou esposa, Pai ou Mãe, Consagrado ou Consagrada, Homem ou Mulher.
Caríssimas e amadas Mulheres, por fim, por vós, fazemos, a nossa Ação de Graças a Deus, por Jesus Cristo, mediante o Qual todos nós viemos a ser filhos no Filho. Ele tem a Mulher como Mãe, Maria Santíssima. Se pelo seu “sim” Ele toma forma humana, ela pode ser considerada, pela Humanidade, como aquela que é ícone feminino por meio do qual podemos dizer: Queridas Mulheres, vós sois dádivas de Deus. Nós as amamos!
Poderíamos nos perguntar: quantas e quão qualificadas mulheres não fizeram e, graças ao maravilhoso Deus, não fazem parte de nossas vidas? Nós reconhecemos os vossos valores, vossa dignidade indiscutível, vossa vitalidade sublime, vossa ternura extasiante, vossa feminilidade radiante, vossa antropologia integral e integrante, vosso olhar intimista e penetrante, vossa sensibilidade frondosa, vossa doçura confortante, vossa intrínseca vocação maternal etc. Há mulheres! Nós as amamos porque vós sois o que sois. Não se nos é permitido pensar que vós sejais diferentes ou, mais propriamente, não queremos pensar num melhor mundo possível, pelo simples e milagroso fato de que o nosso mundo é completado pelo vosso. A Razão, não violenta a realidade como, tampouco, o vosso amor que nos acompanha do início ao fim de nossas vidas. Porque sois o que sois, é que todos nós nos encaminhamos para a arriscada, mas, divina campanha da vida. Se há a fantástica experiência da existência humana é porque o vosso ser finito está potencializado para o infinito.
Pensá-las de modo imediato é pensar no que fazeis como Mães de família, como trabalhadoras do lar, como educadoras, como previdentes de um mundo mais justo e solidário, como profissionais, como políticas, como protagonistas da História, como conquistadoras de Direitos, como formadoras de opinião, como feministas que são femininas, como amantes que são amadas. Nós esperamos de vós o que na verdade vós quereis verdadeiramente e desejais esperar de vós mesmas. O nosso modo de tratá-las sempre será motivado pelo que todos nós sabemos, que só vós sois capazes de doar. A nossa mais genuína alegria de tê-las como jóias preciosas é, sobretudo, porque vós sois o que são desde o princípio. Nós queremos que a harmonia presente em vós faça parte da nossa mais pura ânsia de felicidade. Estamos prontamente dispostos a celebrar a memória tornada presente e este, por sua vez, tornado futuro da vossa Humanidade em nós e para nós como dádiva. Os sujeitos deste encontro simplesmente humano devemos ser todos nós. Não as dispensamos deste projeto porque sois indispensáveis para o embrião que torna-se feto, que vem a ser criança, que torna-se adolescente, que vem a ser jovem que torna-se adulto que chega à velhice e naturalmente morre para completar a vida daquele que outrora era filho ou filha, menino ou menina, esposo ou esposa, Pai ou Mãe, Consagrado ou Consagrada, Homem ou Mulher.
Caríssimas e amadas Mulheres, por fim, por vós, fazemos, a nossa Ação de Graças a Deus, por Jesus Cristo, mediante o Qual todos nós viemos a ser filhos no Filho. Ele tem a Mulher como Mãe, Maria Santíssima. Se pelo seu “sim” Ele toma forma humana, ela pode ser considerada, pela Humanidade, como aquela que é ícone feminino por meio do qual podemos dizer: Queridas Mulheres, vós sois dádivas de Deus. Nós as amamos!
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