Nós saímos duma fase muito importante para a efetiva concretização da Democracia. Nos municípios aconteceu o que se poderia chamar de uma “circunstanciada e bem demarcada forma de eleição”. Foram escolhidos os gestores municipais (prefeitos) com os demais fiscalizadores do que os primeiros vão realizar em favor do Povo, ou seja, os vereadores. Eles devem ter em vista, para uma justa administração, os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (CF. Caput, art, 37)!?!?!? (...). Convém que seja tratado e buscado pelas pessoas o que estes princípios significam para a Administração Pública e se eles são autenticados pelos chefes do poder executivo e membros do legislativo dos diversos municípios.
Um leitor atento poderia pensar que a reflexão giraria em torno destes pontos; contudo, o que fica é a provocação: nas diversas realidades, estes elementos são trabalhados? Com a crise ética e a falta de gestores preparados para assumir estas funções, o que vemos é a infeliz presença de pessoas incompetentes para conduzir a “res publica”. Esta constatação nos remete a um desafio muito atual e necessário, a saber: qual o nível de educação e que tipo de formação estão sendo oferecidas nas escolas e universidades? Quais fontes e autores são estudados nos cursos preparatórios? Que ideologias são tidas como bases de pensamento nos ambientes acadêmicos? Quais destas formas de pensar são ‘boas’? Existe uma que de fato ‘harmonize’ a pessoa como sujeito da sua história, implicando todos os relevantes individuais e sociais? Hoje se fala muito numa formação personalista e afetiva; mas podemos perguntar: ela tem espaço nas estruturas capitalistas que se alimentam e só sobrevivem pela supremacia econômica de alguns e a degradação e exclusão da maioria? Pela objetivização do humano pelo empresarial? Onde vamos parar? Que modelo de educação nós queremos? Existe uma possibilidade? Estas inquietações precisam fazer parte da gestão de qualquer gestor, que, mesmo sem formação técnica, seja consciente da importância da educação para o futuro do nosso povo.
Sendo assim, nos provoquemos e sentemos para o diálogo. As várias instituições têm muito para oferecer nas várias instâncias dos municípios. Se essa possibilidade ainda não foi veiculada pelo Estado, podemos articulá-la pelas vias municipais. Não é mais concebível, na atualidade, poderes isolados. Pensemos no que significa pensar a posmodernidade. O que ela pode nos dizer no que concerne à “arte de lidar com o poder hoje”? Vale a reflexão! Tomemos a responsabilidade pela educação como uma bandeira comum. A própria integração dialógica e, quiçá, somente ela, possibilitaria uma linha de formação permanente que correspondesse às necessidades humanas e aos anseios da cultura posindustrial.
Quem se habilitar a lutar por este objetivo já começará bem o seu mandato. Pois, “a educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (CF. Caput, art, 205). Por isso que, o reconhecimento e a interação das diversas instituições que têm a credibilidade da Sociedade, sejam tidos como importantes para concretização destes planos localizados que incluam principalmente o Município, a Igreja, as Universidades e as Famílias. Com valores e sem ressentimentos podemos fazer a nossa parte. Assim o seja!