São José de Mipibú - RN / Arquidiocese Natal

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Que democracia?!

A política do Brasil está caótica. Se antes a corrupção estava nos bastidores, hoje ela pode ser encontrada e tratada como uma bela donzela que à maioria agrada. Verifiquemos como os políticos encaram a questão, que é de suma importância para o desenvolvimento do País. Vem a CPI da Petrobrás, sobre a qual já não se fala; os escândalos dos desvios ocultos do senado; ‘o deputado castelão’, que foi absolvido pelos próprios companheiros; e aqui serve aquele dito que “ladrão que absolve ladrão ganha remissão e mais mensalão”. Onde vamos parar?! Que País é esse?! Que política é esta, em que o presidente da República tenta blindar o presidente do senado, quando este dá sinais contundentes da sua incompetência ou total parceria com a maldita corrupção?! Quem deve fiscalizar para possibilitar o julgamento do judiciário e o do povo é o ministério público junto com polícia federal. O problema é crônico. Só não vê quem não quer. Existe um bando de raposas, que usam toda a estrutura e aparato que os entes federativos lhes garantem, roubam os bens públicos para o seu próprio bem, em detrimento e a duras penas do bem comum.

Alguém escreveu que os meios de comunicação dos nossos estados têm um papel muito importante no processo de publicidade dos atos espúrios e nefandos destes(as) senhores(as) que vilipendiam a nobre ação humana que poderia proporcionar o bem coletividade. Mas torno comum a inquietação: como esta mídia, principalmente nos nossos estados, vai informar a sociedade sobre estes males se os veículos de informação pertencem às famílias politiqueiras e aristocráticas das várias situações de dominação e opressão? Eles passam todo o tempo falando sobre a importância da democracia: mas onde esta bela companheira se encontra? Ela não é o poder soberano do povo? E existe soberania sem consciência de direitos e deveres? Esta forma propulsora do bem de todos, mediante a justiça, só será possível quando o ideal se adequar ao real. Nós precisamos continuar a tencionar um melhor mundo possível. O papa Paulo VI dizia que a política é um meio de se viver a caridade. Sendo que esta não dispensa a justiça, para não ser manipulada por pessoas aéticas.

Ainda estão a falar do golpe militar em Honduras. Não faço apologia a este tipo de ação política, nem muito menos a Igreja o faz; porém, deixo a pergunta: qual dos dois é o pior? Em ambas às situações o povo não está sendo respeitado em seus direitos; e não podemos esquecer que em seus deveres, também não. Nestes momentos todos defendem a democracia; e não seria diferente! Claro que todos estes demagogos e medíocres que brincam com a boa fé, principalmente dos menos favorecidos, até se divertem com estes escândalos e desmantelos da política nacional. Seria interessante que estes representantes ganhassem um salário mínimo, por quê não?! Aí sim, nós saberíamos quem está preocupado com os valores que dignificam a vida social e o bem de cada ser humano.

Sendo assim, não esqueçamos, amados cristãos, que a justiça meditada e vivida por cada um de nós, nos leva ao desafio de passar pela cruz. Quem se diz discípulos de Cristo não pode ser conivente com as situações de desonestidades que nós vemos por aí. Atenção! Eu me refiro a todos os cristãos. Essas seitas proselitistas que estão se valendo da política partidária para conquistar espaços de poder e dinheiro não servem como exemplo para nenhum de nós. O Modelo é O que afirma: “Todas as vezes que não acolhestes a um desses pequeninos, a mim não o fizestes. E estes irão para o suplício eterno; e os justos para a vida eterna” (Mt 25,45-46). Assim o seja!