A Arquidiocese de Natal se prepara para celebrar o seu Centenário. Toda uma programação foi delineada para que o ápice das justas comemorações pudessem se realizar. Claro que nós como filhos e amantes desta igreja particular estamos felizes porque já são 100 anos de ação pastoral, evangelizando em comunhão e missão. Os elementos históricos são rememorados para que os homens e as mulheres de boa vontade possam ser, tanto quanto, reconhecidos como protagonistas de uma história feita de grandes testemunhas de amor a Jesus Cristo e à sua Igreja. Muito bem! Mas essa história precisa continuar sendo sempre antiga e, outrossim, sempre nova. O elemento que configura essa tradição é a mensagem da Palavra que se fez carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,14). A Encarnação do Filho de Deus qualifica a história dos homens. Este mesmo homem que é o construtor da cultura, convertido ao Mistério do Reino que se manifestou em Jesus Cristo, pode ser “sinal de Jesus Cristo” vivendo plenamente a sua consagração, que acontece no Batismo, quando ele(a) assume o seu discipulado e a sua missionariedade.
Para o ano de 2010 a igreja particular precisa pensar um projeto formativo e missionário para toda a Arquidiocese. O documento de Aparecida diz que “a Diocese, presidida pelo Bispo, é o primeiro espaço da comunhão e da missão. O Bispo deve estimular e conduzir uma ação pastoral orgânica renovada e vigorosa, de maneira que a variedade de carismas, ministérios, serviços, e organizações se orientem no mesmo projeto missionário para comunicar vida no próprio território. Esse projeto, que surge de um caminho de variada participação, torna possível a pastoral orgânica, capaz de dar resposta aos novos desafios. Porque um projeto só é eficiente se cada comunidade cristã, cada paróquia, cada comunidade educativa, cada comunidade de vida consagrada, cada associação ou movimento e cada pequena comunidade se inserem ativamente na pastoral orgânica de cada diocese. Cada uma é chamada a evangelizar de modo harmônico e integrado no projeto pastoral da Diocese (DA, n.169)”. Se tomarmos as linhas mestras do documento, veremos que tudo está orientado para formação e a missão. A partir do encontro pessoal com Jesus é que se pode falar nestas duas necessidades da ação evangelizadora. Tendo em vista esta mesma proposta para cada Diocese é que nós devemos e precisamos pensar urgentemente em projetos (formativos-missionários) paroquiais. Podemos aproveitar as estruturas já instituídas com as quais contamos. Os organismos diocesanos, zonais, colégios católicos, santuários e claro que de um modo muito particular as paróquias, que neste contexto são apresentadas como “células vivas da Igreja e o lugar privilegiado no qual a maioria dos fiéis tem uma experiência concreta de Cristo e a comunhão eclesial. São chamadas a ser casas e escolas de comunhão (DA, n. 170)”. Como estruturas físicas e territorial onde estão os cristãos/discípulos torna-se necessário que para cada Paróquia seja pensado o seu “projeto formativo e missionário paroquial”, pois a ação missionária, mesmo não dispensando a confiança na ação do Espírito de Senhor presente no coração de cada fiel (cf. At 2,1-41;Rm 5,5), não pode prescindir duma atuação permanente, sistemática, metodológica e perseverante da ação evangelizadora que veja, julgue e haja através de modos instrumentos e atitudes que contemplem os desafios da Posmodernidade, que se tivéssemos parado para refletir é a grande tentativa da proposta do documento de Aparecida.
Por fim, queridos amigos e fieis deste Jesus que nos trouxe a grande “Revolução” da Humanidade, traçada e apresentada como o projeto do “Reino de Deus” (cf. Mc 1,15; Mt 4,17) tenhamos coragem e reflitamos sobre esta possibilidade que nas atuais circunstanciais é condição sem a qual as nossas ações pastorais serão muito mais “programações e ativismos” do que um sinal da comunhão e da missão por causa da Pessoa de Jesus Cristo, através da sua Igreja. Assim o seja!