São José de Mipibú - RN / Arquidiocese Natal

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O suicídio na Juventude

A Igreja tem uma grande preocupação com o bem da juventude. Tanto pela sua estrutura e dinâmica existencial, e hoje por tudo o que é oferecido pelos dinamismos da Posmodernidade, o trato com a juventude se tornou mais desafiador. As famílias estão em crise, com seus novos paradigmas, que não preenchem as inquietações dos seus dependentes, os meios de comunicação que massificam os sonhos e projetos pessoais da pessoa, os desafios sociais do desemprego, saúde, lazer, educação, política, afetivos e em conseqüência de tudo isto, apropria crise de identidade.

A Suíça é um país fantástico. Tudo muito organizado. Um padrão de vida econômica excelente. A polidez dos seus habitantes é insípida. O ambiente geográfico é muito bonito e, sem dúvida, enaltecedor da alma humana para quem vai ficar algum tempo de férias ou para estudar. Sem mais delongas, em meio a esta realidade está a juventude com suas características próprias da idade, acrescidas daquelas que são auferidas pelas circunstancias geográficas, sociais e ambientais. Quanto ao que é trivial aos jovens, permanece o desejo de viver plenamente a alegria de ser humano. A juventude é o símbolo mais humano do significado da alegria e do amor. Um jovem triste é um triste jovem. É muito preocupante quando observamos um jovem que transparece infelicidade. Nas escolas, igrejas, grupos de jovens, constantemente se constatam jovens infelizes. Não preciso dizer mais as causas tão freqüentes destas atitudes. Já foram citadas no início. A Suíça, mesmo com várias vantagens materiais que são oferecidas pelos pais aos filhos, é o terceiro país do mundo onde os jovens mais se suicidam. Existe um alto índice de uso de drogas e principalmente de famílias em crise. Mas não esqueçamos que lá os pais dão aos filhos bens para suprir as tantas carências que não podem ser supridas por regalos. Devido a tantos afazeres e ingerências das próprias necessidades pessoais, não conseguem cuidar daqueles que mais precisam ser curados. Há a grande crise da própria pessoa. Falta a atenção para o que é intrínseco à condição humana. O fenômeno do suicídio da juventude não difere em nada do que acontece em qualquer outra fase da vida. Esta é um dom. É a atitude mais desumana do humano é querer tirar a própria vida. Quando este tipo de ação é praticado por um jovem há a tragédia que desafina a fantástica orquestra da existência. O suicídio é a mais brutal de todas as violências. O caos que invade completamente o que deveria ser só harmonia. Desconsiderar que a pessoa necessita do meio para realizar-se é desumano; mas dizer que o meio dispensa o que existe de mais humano é mediocridade. A vida pode ser comparada a casa que nós queremos e devemos construir todos os dias. A cada dia vai sendo colocado um tijolo. Com atitudes dignas de tudo o que é de Deus, como o amor, o perdão, o respeito, a justiça, a honestidade, a misericórdia, a alegria, a paz etc., a vida dos jovens começará a tomar um outro rumo; não só na China, no Japão, na Suíça, mas também, em nossas famílias, escolas, igrejas, grupos de apoio.

Por fim, lembrar do que Jesus um dia disse ao jovem rico que o buscou: “Não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não dirás falso testemunho. Honra teu pai e tua mãe, e ama teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: Eu tenho observado tudo isso desde a minha mocidade. Que me falta ainda? Jesus disse-lhe: Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem e segue” (Cf. Mt 19,18-21). Os jovens precisam de sentido para vida. Assim o seja!