Nos aproximamos da celebração do Natal. A História da Humanidade, para quem crê, tem um ponto de plenitude. O amor é agora não só sentido, mas encarnado. A vida toma sua verdadeira dignidade. O parâmetro é a abundancia dela para todos. Se isto não acontece, Deus aí não está; e se Ele aí não está a dignidade humana fica comprometida.
Quando falamos sobre o Natal, nem sempre lembramos da pessoa do pobre. Este comportamento deveria nos levar a profundos questionamentos. Jesus Cristo nasceu e viveu no meio dos pobres. Demonstrou por eles um amor preferencial, sem ser exclusivo. Devemos ter claro este perspectiva, principalmente se lemos o Evangelho como Boa Notícia que é anunciada para salvação de todos.
O que de fato queremos considerar é o pobre excluído socialmente. Aquele que não goza dos bens que estruturalmente deveriam ser de todos e para todos. O que passa fome, o sem saúde de qualidade, o dependente químico, o desempregado, o que não tem moradia, enfim, o que não tem seus direitos sociais garantidos.
O que será tido como dilema é que uma preocupação com o pobre, que dispensa sua fundamentação cristocêntrica, nos levará a uma ação social sem alma. Deve nos ajudar a refletir o testemunho deixado por grandes santos da Igreja, que viveram essa opção e foram sinais para o mundo de experiências que verdadeiramente marcaram a história ocidental no seu tempo até nossos dias. Quem nega o que representou a ação de Madre Teresa de Calcutá para o mundo atual? A pessoa de irmã Dulce? Estas santas foram pessoas profundamente apaixonadas por Jesus Cristo. Fizeram muito mais do que muitíssimos representantes públicos, sem ter os mesmos recursos que estes.
Jesus tinha um programa de vida que promovia a liberdade e vida para todos, a saber: “o Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor” (Lc. 4,18-19). O tempo de Cristo é bom para todos. A ética cristã não se contenta com a integração de alguns. O aqui e agora é o verdadeiro momento da ação de Deus. O resto é responsabilidade humana.
Por fim, que sejam fortalecidos em nossos corações os sentimentos de partilha e solidariedade para com os mais pobres dos pobres. Feliz Natal para todos e um Feliz Ano Novo! Assim o seja!
sábado, 17 de dezembro de 2011
domingo, 13 de novembro de 2011
As ONGs: transparência e prestação de contas
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Estava a ler uma reportagem, cujo título era: “denúncias apressam marco regulatório para as ONGs” (vide: TN, 13/11/2011). A matéria, confesso-lhes, caros leitores, chamou-me à atenção já que nos vários recantos do nosso País há “alguém” querendo possuir uma organização não governamental.
Existem falas bem pontuais, no texto, quanto à necessidade de se “fiscalizar estas entidades”. Mas aqui não quero me deter em todas as sentenças. No entanto, há algumas que me parecem bem adequadas para fundamentação da finalidade deste ”artigo de opinião” como, por exemplo, o que a presidenta da Abong, Vera Masagão, diz no final da reportagem: “ninguém está acima do bem e do mal, nem gestor público, nem gestor de organização social. O que precisamos é que existam regras que sejam cumpridas. ‘precisamos de transparência’. Acredito, diz ela, firmemente que não há como combater corrupção pelos órgãos de controle porque eles não têm condições de ir a cada canto do País”. E propõe que “exista informação pública sobre os convénios e quem eles atendem”.
A preocupação que, por sinal, é também de outros representantes, é profundamente atual e relevante, já que da mesma forma que são exigidas prestações de contas de outras entidades que recebem “dinheiro público”, o mesmo deve e precisa urgentemente acontecer com estas instituições que recebem muito dinheiro dos entes federativos e que “nunca” dizem ao Povo o que fazem com as altas quantias que são recebidas. A corrupção é abominável em quaisquer órgãos que se auto-intitulam defensoras do bem comum e dos indivíduos. Lembro e ressalto o que acontece quando estas mesmas instituições vivem a disseminar por palavras e ações o desrespeito aos direitos fundamentais das comunidades onde elas atuam, como por exemplo, o assédio moral, pelo perjúrio, difamação e calúnia às pessoas da comunidade, por veículos de comunicação utilizados de modo irresponsável e com o objetivo de intimidar a quem não alimenta a seus interesses económicos e políticos, a agressão aos sentimentos religiosos da maioria da população, chegando ao absurdo de serem invadidos templos cristãos, por integrantes de festividades promovidas por estas organizações que, como já disse, recebem grandes quantias de dinheiro, que infelizmente nem sempre se sabe como é usado e para que verdadeiramente deveria ser usado.
A liberdade religiosa é direito humano. A nossa Constituição Federal no-la garante, como também, o respeito às nossas liturgias e templos. Então cabem as perguntas: será que estas organizações que se dizem defensoras de direitos e que recebem dinheiro desta maioria, que constantemente é desrespeitada em suas tradições e costumes, vão insistir em ofender e agredir às pessoas? É para isto que elas são patrocinadas pelo dinheiro público? O Ministério Público acompanha e fiscaliza estas ONGs? Se não o faz, deveria fazê-lo. Nós esperamos por isto e temos obrigação civil e moral de exigi-lo, já que somos ofendidos e, por porque não dizer, assediados por indivíduos que só pensam em ganhar dinheiro e fazer as pessoas de fantoches e marionetes para que seus interesses económicos sejam garantidos.
O Estado Democrático, que é tido como laico, não pode esquecer que também é de Direito, nem muito menos é ateu. Existe uma tentativa desleal e desonesta de alienar a verdade das ideias e dos fatos. Estão a tentar manipular o significado da Democracia. Vejamos o caso da USP que teve seu património destruído por uma minoria que nem pensou quebrar o que era dela mesma, mas que também pertencia à maioria.
Por fim, fica o questionamento que já é visto como esclarecimento necessário pelos representantes nacionais destas próprias organizações: quando a transparência e a prestação de contas serão apresentadas à população? Todos esperam que o dinheiro público não seja usado para que os direitos já garantidos sejam feridos! As passeatas e as redes sociais poderiam ser usadas para estas ações. Todos aguardam por isto e não por atentados ao bem e a verdade da população. Assim o seja!
Existem falas bem pontuais, no texto, quanto à necessidade de se “fiscalizar estas entidades”. Mas aqui não quero me deter em todas as sentenças. No entanto, há algumas que me parecem bem adequadas para fundamentação da finalidade deste ”artigo de opinião” como, por exemplo, o que a presidenta da Abong, Vera Masagão, diz no final da reportagem: “ninguém está acima do bem e do mal, nem gestor público, nem gestor de organização social. O que precisamos é que existam regras que sejam cumpridas. ‘precisamos de transparência’. Acredito, diz ela, firmemente que não há como combater corrupção pelos órgãos de controle porque eles não têm condições de ir a cada canto do País”. E propõe que “exista informação pública sobre os convénios e quem eles atendem”.
A preocupação que, por sinal, é também de outros representantes, é profundamente atual e relevante, já que da mesma forma que são exigidas prestações de contas de outras entidades que recebem “dinheiro público”, o mesmo deve e precisa urgentemente acontecer com estas instituições que recebem muito dinheiro dos entes federativos e que “nunca” dizem ao Povo o que fazem com as altas quantias que são recebidas. A corrupção é abominável em quaisquer órgãos que se auto-intitulam defensoras do bem comum e dos indivíduos. Lembro e ressalto o que acontece quando estas mesmas instituições vivem a disseminar por palavras e ações o desrespeito aos direitos fundamentais das comunidades onde elas atuam, como por exemplo, o assédio moral, pelo perjúrio, difamação e calúnia às pessoas da comunidade, por veículos de comunicação utilizados de modo irresponsável e com o objetivo de intimidar a quem não alimenta a seus interesses económicos e políticos, a agressão aos sentimentos religiosos da maioria da população, chegando ao absurdo de serem invadidos templos cristãos, por integrantes de festividades promovidas por estas organizações que, como já disse, recebem grandes quantias de dinheiro, que infelizmente nem sempre se sabe como é usado e para que verdadeiramente deveria ser usado.
A liberdade religiosa é direito humano. A nossa Constituição Federal no-la garante, como também, o respeito às nossas liturgias e templos. Então cabem as perguntas: será que estas organizações que se dizem defensoras de direitos e que recebem dinheiro desta maioria, que constantemente é desrespeitada em suas tradições e costumes, vão insistir em ofender e agredir às pessoas? É para isto que elas são patrocinadas pelo dinheiro público? O Ministério Público acompanha e fiscaliza estas ONGs? Se não o faz, deveria fazê-lo. Nós esperamos por isto e temos obrigação civil e moral de exigi-lo, já que somos ofendidos e, por porque não dizer, assediados por indivíduos que só pensam em ganhar dinheiro e fazer as pessoas de fantoches e marionetes para que seus interesses económicos sejam garantidos.
O Estado Democrático, que é tido como laico, não pode esquecer que também é de Direito, nem muito menos é ateu. Existe uma tentativa desleal e desonesta de alienar a verdade das ideias e dos fatos. Estão a tentar manipular o significado da Democracia. Vejamos o caso da USP que teve seu património destruído por uma minoria que nem pensou quebrar o que era dela mesma, mas que também pertencia à maioria.
Por fim, fica o questionamento que já é visto como esclarecimento necessário pelos representantes nacionais destas próprias organizações: quando a transparência e a prestação de contas serão apresentadas à população? Todos esperam que o dinheiro público não seja usado para que os direitos já garantidos sejam feridos! As passeatas e as redes sociais poderiam ser usadas para estas ações. Todos aguardam por isto e não por atentados ao bem e a verdade da população. Assim o seja!
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
O amigo do maligno
A vida nos ensina. A nossa história é sempre a nossa maior mestra. Quem não aproveita os desencontros para crescer e amadurecer ficará sempre esperando as migalhas dos porcos. Alguns, depois de tantas decepções por causa de suas anomalias, preferem as depreciações e companhias do mal. Precisamos repensar o que significa a presença do maligno. Essa questão que passa necessariamente pelo discurso religioso, que ressurge com toda força e potência nos vários recantos do mundo, tem uma efervescência subjetivada e objetivada devido à crise pela qual passa o Homem posmoderno no tocante ao sentido da vida, instigado e magoado pela mentalidade secularizada, na América Latina e especificamente no Brasil.
Quem se acompanha com bandido e cede às suas chantagens mais cedo ou mais tarde será vitimado por ele. O mal não tem o que perder. Ele sobrevive da desgraça dos outros. Quem pactua com ele, ou ela, está fadado a sofrer profundamente. Ele não tem o que oferecer a ninguém. Quando o faz, com certeza, matará quem o sustenta para sugar outra presa. Infelizmente quem adere às ciladas dos discípulos de satanás não pára para rever a caminhada. Continua maquinando a destruição e infelicidade dos outros. A leitura psiquiátrica é que este tipo de gente é psicopata ou, mais propriamente, um doente mental. Sua ânsia de fazer o mal é continuada. Uma das características destes legionários é que ninguém se aproxima deles por amor. As suas relações são sempre pautadas pela ambição, mentiras, violência, covardia, desonestidade, intrigas, inveja, ganância e por fim a morte e perpétua morada no inferno.
Ele busca o poder e o dinheiro a qualquer preço. Nada o satisfaz. Como filho da mentira, ele só possui a falsidade para parecer alguém. O seu vômito é calúnia, difamação e o perjúrio. Suas maquinações buscam seus interesses a todo custo. Não poderia ser diferente. Sua vida é uma continua farsa. O seu norte é o nada; e para quem já leu o autor de “O Ser e Nada”, a náusea deveras é causada pelo nada. O conteúdo do finito sem o infinito e vice-versa. Onde ele está, o caos se aproxima e tenta tomar posse de tudo para destruir sem nunca poder construir.
Mas existe algo emblemático que os filhos de Deus não podem esquecer é que “o mal por si se destrói”. O maior inimigo do maligno é ele mesmo e quem o acompanha. Basta observarmos. Ele não tem identidade. Vive em função dos outros. Ele só procura destruir porque tem consciência da total rejeição que o bem tem a ele. O Bem renega o maligno (cf. Lc 4,1-13; Mt 4,1-11 e Mc 1,12-13). Ele (O Sumo Bem) não aceita suas investidas, suas tentações no intuito de dominar, manipular e escravizar as massas para sugar seu sangue, que garantir-lhe-á muito dinheiro.
Mas quem está na companhia do Senhor jamais desistirá; pois Jesus Cristo rogou a Ele o seguinte: “eu não te peço que os tire do mundo, mas que os guarde do Maligno” (cf. Jo 17,15). Assim o seja!
Quem se acompanha com bandido e cede às suas chantagens mais cedo ou mais tarde será vitimado por ele. O mal não tem o que perder. Ele sobrevive da desgraça dos outros. Quem pactua com ele, ou ela, está fadado a sofrer profundamente. Ele não tem o que oferecer a ninguém. Quando o faz, com certeza, matará quem o sustenta para sugar outra presa. Infelizmente quem adere às ciladas dos discípulos de satanás não pára para rever a caminhada. Continua maquinando a destruição e infelicidade dos outros. A leitura psiquiátrica é que este tipo de gente é psicopata ou, mais propriamente, um doente mental. Sua ânsia de fazer o mal é continuada. Uma das características destes legionários é que ninguém se aproxima deles por amor. As suas relações são sempre pautadas pela ambição, mentiras, violência, covardia, desonestidade, intrigas, inveja, ganância e por fim a morte e perpétua morada no inferno.
Ele busca o poder e o dinheiro a qualquer preço. Nada o satisfaz. Como filho da mentira, ele só possui a falsidade para parecer alguém. O seu vômito é calúnia, difamação e o perjúrio. Suas maquinações buscam seus interesses a todo custo. Não poderia ser diferente. Sua vida é uma continua farsa. O seu norte é o nada; e para quem já leu o autor de “O Ser e Nada”, a náusea deveras é causada pelo nada. O conteúdo do finito sem o infinito e vice-versa. Onde ele está, o caos se aproxima e tenta tomar posse de tudo para destruir sem nunca poder construir.
Mas existe algo emblemático que os filhos de Deus não podem esquecer é que “o mal por si se destrói”. O maior inimigo do maligno é ele mesmo e quem o acompanha. Basta observarmos. Ele não tem identidade. Vive em função dos outros. Ele só procura destruir porque tem consciência da total rejeição que o bem tem a ele. O Bem renega o maligno (cf. Lc 4,1-13; Mt 4,1-11 e Mc 1,12-13). Ele (O Sumo Bem) não aceita suas investidas, suas tentações no intuito de dominar, manipular e escravizar as massas para sugar seu sangue, que garantir-lhe-á muito dinheiro.
Mas quem está na companhia do Senhor jamais desistirá; pois Jesus Cristo rogou a Ele o seguinte: “eu não te peço que os tire do mundo, mas que os guarde do Maligno” (cf. Jo 17,15). Assim o seja!
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
O Pároco e a comunidade
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No código de Direito Canônico, art. 519, está codificado que o pároco é o pastor próprio da paróquia a ele confiada; exerce o cuidado pastoral da comunidade que lhe foi entregue, sob a autoridade do Bispo diocesano, em cujo ministério de Cristo é chamado a participar, a fim de exercer em favor dessa comunidade o múnus de ensinar, santificar e governar, com a cooperação dos fiéis leigos, de acordo com o direito. A experiência parocal é muito exigente. As relações estabelecidas envolvem muitas pessoas. Há um dinamismo muito enriquecedor, quando vivido com responsabilidade e testemunho, de ambas as partes, ou seja, a pessoa do pároco e dos paroquianos. Um texto de leitura satisfatória e deleitosa, para qualquer bibliófilo, é o “Diário de um pároco de aldeia” de Bernanos (escritor francês). O mesmo, ao iniciar sua genial obra, diz “minha paróquia, parafraseando o pároco, é uma paróquia como todas as outras. Todas as paróquias se parecem. As paróquias de hoje, naturalmente. Eu dizia ontem ao pároco de Nerofontes: o bem e o mal devem ficar em equilíbrio nelas, só que o centro de gravidade está lá embaixo, bem lá embaixo”. Como escritor, não teólogo, este centro não vem tão bem elucidado pelo autor, que, se o fosse, deveria dizer que este centro de gravidade é o mistério pascal de Cristo, que é força motriz e vencedora do mal que assola muitas vezes às paróquias. Mas porque nela estão presentes pessoas, que por mais pecadores que o sejam, são filhos de Deus, apesar de muitas vezes se comportarem como filhos da mentira.
O tipo de relação que o pároco, mistagogicamente, deve ter com a paróquia é a mesma que Cristo teve com sua Igreja (Ef. 5,25), ou seja, ele se consagra e a ela se doa. Vale tomar a metáfora e dizer que a paróquia para o pároco é como uma esposa para a qual o padre está permanentemente a dedicar-se. Com fidelidade e respeito, amando e respeitando-a até que providencialmente Deus os separe. O equilíbrio humano, refletido na postura de quem está apto a ser Pater Família” (Pai de Família), é algo a ser atualmente zelado. O escritor tem razão quando diz que sua paróquia é como as outras, mas o ponto de equilíbrio será aquele que agirá “in persona Christi”. Um pároco de uma cabeça bagunçada, faz muito mal a sua paróquia. Um padre, que não dá testemunho e que não tem uma identidade sacerdotal que se define diariamente para Cristo, vicia e tenderá os fiéis para o mal. O múnus de ensinar, santificar e governar a paróquia será responsabilidade deste pastor próprio, em comunhão com o Bispo. O papa João Paulo II afirmou que o padre de ontem, de hoje e de amanhã deve se configurar a Cristo (Pastores dabo vobis, 5). A cultura da mediocridade que impulsiona a muitos serem amantes do luxo, do materialismo, do carreirismo, da sexualidade doentia e do laxismo moral precisa ser superada. O Papa Bento XVI afirmou que os piores inimigos da Igreja estão dentro da própria Igreja.
Tomando o outro lado, lembro aos fiéis leigos que estes também são responsáveis pelo bem da vossa paróquia. O pároco precisa trabalhar com pessoas de amor a Cristo e a sua Igreja. Esta não pode ser usada para promoções individuais, no campo econômico, político e social. É a comunidade dos fiéis batizados. Com eles e o pároco deve haver parceria e consciência de pertença a Cristo, marcada pelo Batismo. Este sacramento os faz participarem de um único Povo, que é o de Deus. Jesus no capítulo 17 de João nos dá a pista para o tipo de relação entre este Povo e o seu sacerdote.
Por fim, o amor não dispensa a justiça. O pároco e os fiéis não podem esquecer destas atitudes. O pároco ensina o amor que santifica e que se santifica e age com a justiça que não perde nem é perdida. O mesmo Cristo que perdoa é o mesmo que diz que não peques mais. Amor sem justiça é alimento que cria sanguessugas. Hoje a maior proposta é que todos se tornem discípulos missionários para renovação de todas as estruturas, individuais e coletivas. Assim o seja!
O tipo de relação que o pároco, mistagogicamente, deve ter com a paróquia é a mesma que Cristo teve com sua Igreja (Ef. 5,25), ou seja, ele se consagra e a ela se doa. Vale tomar a metáfora e dizer que a paróquia para o pároco é como uma esposa para a qual o padre está permanentemente a dedicar-se. Com fidelidade e respeito, amando e respeitando-a até que providencialmente Deus os separe. O equilíbrio humano, refletido na postura de quem está apto a ser Pater Família” (Pai de Família), é algo a ser atualmente zelado. O escritor tem razão quando diz que sua paróquia é como as outras, mas o ponto de equilíbrio será aquele que agirá “in persona Christi”. Um pároco de uma cabeça bagunçada, faz muito mal a sua paróquia. Um padre, que não dá testemunho e que não tem uma identidade sacerdotal que se define diariamente para Cristo, vicia e tenderá os fiéis para o mal. O múnus de ensinar, santificar e governar a paróquia será responsabilidade deste pastor próprio, em comunhão com o Bispo. O papa João Paulo II afirmou que o padre de ontem, de hoje e de amanhã deve se configurar a Cristo (Pastores dabo vobis, 5). A cultura da mediocridade que impulsiona a muitos serem amantes do luxo, do materialismo, do carreirismo, da sexualidade doentia e do laxismo moral precisa ser superada. O Papa Bento XVI afirmou que os piores inimigos da Igreja estão dentro da própria Igreja.
Tomando o outro lado, lembro aos fiéis leigos que estes também são responsáveis pelo bem da vossa paróquia. O pároco precisa trabalhar com pessoas de amor a Cristo e a sua Igreja. Esta não pode ser usada para promoções individuais, no campo econômico, político e social. É a comunidade dos fiéis batizados. Com eles e o pároco deve haver parceria e consciência de pertença a Cristo, marcada pelo Batismo. Este sacramento os faz participarem de um único Povo, que é o de Deus. Jesus no capítulo 17 de João nos dá a pista para o tipo de relação entre este Povo e o seu sacerdote.
Por fim, o amor não dispensa a justiça. O pároco e os fiéis não podem esquecer destas atitudes. O pároco ensina o amor que santifica e que se santifica e age com a justiça que não perde nem é perdida. O mesmo Cristo que perdoa é o mesmo que diz que não peques mais. Amor sem justiça é alimento que cria sanguessugas. Hoje a maior proposta é que todos se tornem discípulos missionários para renovação de todas as estruturas, individuais e coletivas. Assim o seja!
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Células Sacerdotais
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Os padres fazem parte de um presbitério. “Estão sacramentalmente unidos, em íntima fraternidade por causa da ordenação... é importante que diocesanos e religiosos cooperem na verdade. Estejam unidos uns aos outros pelos laços do ministério, da fraternidade e de uma toda especial caridade apostólica” (cf. Presbiterorum Ordinis, n. 8). É muito importante que exista comunhão e unidade no presbitério e, conseqüentemente, com o Bispo diocesano. Deveria ser visto como algo muito preocupante a situação de um presbítero que não se sente bem em ser e estar em comunhão com seus colegas padres. Um clero que trabalha em comunhão fortalece a ação evangelizadora da igreja particular, testemunha a fé na comunhão trinitária e opera com a vida a oração sacerdotal de Jesus (cf. Jo 17,21). Causa profundo sofrimento ao povo de Deus perceber a desunião dos padres. Tenho consciência que em qualquer relação humana existem dificuldades; no entanto, não podemos esquecer a orientação de Jesus que diz: “Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros” (cf. 13,35). Para que isto aconteça a palavra e a atitude de ordem é: “Conversão”. Todos nós precisamos mudar e não nos acomodarmos com nossas limitações e mazelas.
Existe uma tendência muito forte de enveredarmos pelo caminho do individualismo. Com freqüência sentimos colegas que perdem o sentido da diocesaneidade. Fogem da vida da diocese e pouco a pouco relativizam o valor do próprio ministério ordenado. Sem dúvida é Jesus que chama (cf. Mc 1,16-19). Mas é na Igreja e por ela que nós temos nossas vocações confirmadas. Ela é comunhão. Quando não favorecemos a unidade do presbitério, com suas diversidades de dons e carismas, ferimos o coração materno da Igreja.
Na nossa diocese nós temos testemunhos muito ricos de experiências de fraternidade sacerdotal. Claro que o contexto era outro! Eles moravam distante e normalmente ficavam “sozinhos” nas extensas paróquias da diocese. Neste momento me vêm à memória os “poucos e grandes” padres que em e pela comunhão, amor a Jesus, a sua Igreja e ao Povo de Deus, tornaram real o Evangelho. Lembremo-nos do Movimento de Natal!
Hoje nós precisamos de um projeto de formação permanente para o clero. Poderíamos nos utilizar das estruturas que já temos e utilizando a pedagogia e as dimensões já pensadas pela Igreja para formação humana, espiritual, pastoral e intelectual. Nos momentos diocesanos, os das regiões pastorais, zonais e paroquiais, nós padres, poderíamos ter mais tempo que nos ajudasse a integrarmo-nos mais valorizando estas dimensões e fortalecendo-as pelo encontro, a oração, o estudo e a troca de experiências pastorais. Proporcionemos mais estes encontros, e aí as células sacerdotais, não só por afinidade; mas, antes de tudo porque queremos ser e viver plenamente a nossa “identidade presbiteral”. Por isso, façamos a nossa parte que será muito importante para nossa missão e principalmente para o bem do Povo de Deus do qual nós devemos ser “servidores” (cf. Jo 13,1-20).
Por fim, me lembro do que Pedro disse nas suas admoestações aos presbíteros: “apascentais o rebanho de Deus que vos foi confiado, cuidando dele, não como por coação, mas de livre vontade, como Deus o quer, nem por torpe ganância, mas por devoção, nem como senhores daqueles que vos couberam por sorte, mas, antes, como modelos do rebanho. Assim, quando aparecer o supremo pastor, recebereis a coroa imarcescível da glória” (cf. 1Pd 5,1-4). Assim o seja!
Existe uma tendência muito forte de enveredarmos pelo caminho do individualismo. Com freqüência sentimos colegas que perdem o sentido da diocesaneidade. Fogem da vida da diocese e pouco a pouco relativizam o valor do próprio ministério ordenado. Sem dúvida é Jesus que chama (cf. Mc 1,16-19). Mas é na Igreja e por ela que nós temos nossas vocações confirmadas. Ela é comunhão. Quando não favorecemos a unidade do presbitério, com suas diversidades de dons e carismas, ferimos o coração materno da Igreja.
Na nossa diocese nós temos testemunhos muito ricos de experiências de fraternidade sacerdotal. Claro que o contexto era outro! Eles moravam distante e normalmente ficavam “sozinhos” nas extensas paróquias da diocese. Neste momento me vêm à memória os “poucos e grandes” padres que em e pela comunhão, amor a Jesus, a sua Igreja e ao Povo de Deus, tornaram real o Evangelho. Lembremo-nos do Movimento de Natal!
Hoje nós precisamos de um projeto de formação permanente para o clero. Poderíamos nos utilizar das estruturas que já temos e utilizando a pedagogia e as dimensões já pensadas pela Igreja para formação humana, espiritual, pastoral e intelectual. Nos momentos diocesanos, os das regiões pastorais, zonais e paroquiais, nós padres, poderíamos ter mais tempo que nos ajudasse a integrarmo-nos mais valorizando estas dimensões e fortalecendo-as pelo encontro, a oração, o estudo e a troca de experiências pastorais. Proporcionemos mais estes encontros, e aí as células sacerdotais, não só por afinidade; mas, antes de tudo porque queremos ser e viver plenamente a nossa “identidade presbiteral”. Por isso, façamos a nossa parte que será muito importante para nossa missão e principalmente para o bem do Povo de Deus do qual nós devemos ser “servidores” (cf. Jo 13,1-20).
Por fim, me lembro do que Pedro disse nas suas admoestações aos presbíteros: “apascentais o rebanho de Deus que vos foi confiado, cuidando dele, não como por coação, mas de livre vontade, como Deus o quer, nem por torpe ganância, mas por devoção, nem como senhores daqueles que vos couberam por sorte, mas, antes, como modelos do rebanho. Assim, quando aparecer o supremo pastor, recebereis a coroa imarcescível da glória” (cf. 1Pd 5,1-4). Assim o seja!
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
As juventudes
Uma comunidade que não cuida das suas crianças e dos seus jovens não tem futuro. Isto não é vã filosofia. Venho insistindo em sermões e admoestações às assembléias. Aliás, a Igreja sempre pensou na juventude como uma prioridade. Na atualidade mais do que nunca. Basta pensarmos no significado das jornadas mundiais da juventude, que por sinal a próxima está para acontecer na Espanha.
No nosso município vai acontecer a “II Conferencia da Juventude”. Espero que seja para o bem das nossas juventudes! Isto mesmo. Na nossa realidade, como nos vários recantos do nosso País, se fala de juventudes. Existe a juventude campesina, a juventude digital, a juventude marginalizada, a juventude desempregada etc. A importância deste encontro dos dias 5 e 6 de Setembro consiste na escuta, interpretação e síntese dos anseios, sonhos e esperanças duma juventude que precisa e merece a nossa mais sincera preocupação. No entanto, tenho duas ponderações, a saber:
1) Parabenizar quem teve a iniciativa de pensar esta conferência como algo necessário para pensar o bem das nossas juventudes e as políticas públicas que venham concretizá-lo no nosso município, tão atrasado política e socialmente;
2) Lembrar a todos que este evento não pode ser só e somente só uma artimanha que esteja sendo pensada só por causa das próximas eleições para o executivo e o legislativo municipais. Seria uma atitude mesquinha e nada louvável;
Os jovens que estão participando deste processo, com certeza, estão cientes disto. Não tenho dúvida que são maravilhosos e muito inteligentes. Queridos jovens, vocês têm uma força tremenda. O presente e o futuro podem ser de vocês. Aproveitem todas as oportunidades que Deus vos apresentar para vossa felicidade. Pois Dele só pode vir o belo e o bem, porque Ele é Amor. Analisem a conjuntura sócio, política e econômica do Município. Proponham e cobrem ações que verdadeiramente venham para possibilitar melhores condições de vida para nossas juventudes, hoje e amanhã. O projeto a ser traçado não pode ser partidário.
Por fim, independente de qualquer situação, a Igreja(s) estará sempre do vosso lado e com palavras de vida e esperança para todos. Cristo vos ama e vos garante a plena alegria. Contem comigo, sejam felizes e mãos a obra! Assim o seja!
No nosso município vai acontecer a “II Conferencia da Juventude”. Espero que seja para o bem das nossas juventudes! Isto mesmo. Na nossa realidade, como nos vários recantos do nosso País, se fala de juventudes. Existe a juventude campesina, a juventude digital, a juventude marginalizada, a juventude desempregada etc. A importância deste encontro dos dias 5 e 6 de Setembro consiste na escuta, interpretação e síntese dos anseios, sonhos e esperanças duma juventude que precisa e merece a nossa mais sincera preocupação. No entanto, tenho duas ponderações, a saber:
1) Parabenizar quem teve a iniciativa de pensar esta conferência como algo necessário para pensar o bem das nossas juventudes e as políticas públicas que venham concretizá-lo no nosso município, tão atrasado política e socialmente;
2) Lembrar a todos que este evento não pode ser só e somente só uma artimanha que esteja sendo pensada só por causa das próximas eleições para o executivo e o legislativo municipais. Seria uma atitude mesquinha e nada louvável;
Os jovens que estão participando deste processo, com certeza, estão cientes disto. Não tenho dúvida que são maravilhosos e muito inteligentes. Queridos jovens, vocês têm uma força tremenda. O presente e o futuro podem ser de vocês. Aproveitem todas as oportunidades que Deus vos apresentar para vossa felicidade. Pois Dele só pode vir o belo e o bem, porque Ele é Amor. Analisem a conjuntura sócio, política e econômica do Município. Proponham e cobrem ações que verdadeiramente venham para possibilitar melhores condições de vida para nossas juventudes, hoje e amanhã. O projeto a ser traçado não pode ser partidário.
Por fim, independente de qualquer situação, a Igreja(s) estará sempre do vosso lado e com palavras de vida e esperança para todos. Cristo vos ama e vos garante a plena alegria. Contem comigo, sejam felizes e mãos a obra! Assim o seja!
sexta-feira, 29 de julho de 2011
A Igreja e a homofobia
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O tema sobre o qual venho a tratar é muito atual. Talvez não devesse ser visto pela Igreja e pelos movimentos (LGBT) com qualquer sombra de tensão relacional no tocante aos direitos humanos, já que não existiu nem existe, principalmente na América Latina, instituição que tenha defendido mais os direitos humanos do que a Igreja Católica. Basta fazer a leitura e a interpretação da história. E ainda o próprio conceito de dignidade de pessoa humana a quem está vinculado como mola mestra desta busca.
A Igreja Católica não fomenta nem defende desrespeito e violência contra os homossexuais. O cardeal de São Paulo, D. Odilo Scherer, em excelente artigo (respeitar e ser respeitado), faz este esclarecimento que deveria chamar a atenção destes movimentos para o que vem sendo semeado em várias instâncias do nosso País nas relações entre as comunidades cristãs e estas organizações. Com as atitudes de “intolerância” que estão acontecendo todos sairão “violentados e sofridos”. A razão não pode perfurar as leis da natureza. Quando isto acontece todos ou a maioria perdem.
O Catecismo da Igreja Católica ensina que “os homossexuais devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta” (n. 2358). A experiência pastoral nos ajuda muito nesta questão: a discriminação das pessoas com tendências homossexuais começa trivialmente nas famílias. Logo, alguém diria que é por questão religiosa. Mas um questionamento, em contrapartida, também precisa ser respondido: a religião, principalmente para a Igreja Católica, não tem sua racionalidade, já que esta defende que fé e razão devem caminhar juntas? Como foi o passado, é o presente e será o futuro duma Civilização que não tem a família, constituída entre o homem e a mulher, como base de perpetuação da Humanidade? A própria Palavra de Deus é luz para estas confusões, a ver: Jesus não condena o pecador, mas pede que ele não peque mais; já que todos têm pecado, todos precisam desta “conversão”, que é endireitar o coração para vontade de Deus e o bem do próximo. O chamado não é só para os homossexuais, e sim para aqueles que querem estar em comunhão com Deus e com o próximo (cf. Jo 8, 1-11; 1Jo 4,7-21). O Catecismo continua coerente quando ensina que “os homossexuais são chamados a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãos, a unir ao sacrifício da cruz do senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição” (idem).
O Estado Democrático tipifica sobre as liberdades de pensamento e a inviolabilidade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as liturgias (CF art. 5, IV e VI). Isto nos leva a inferir que a questão se tornou verdadeiramente ideológica e impositiva. O que se tenta amordaçar é a voz profética da Igreja que continua sendo sinal de esperança nos vários recantos do nosso País.
Por fim, retomo palavras de Jesus Cristo, que falando aos seus discípulos apresenta-lhes a regra de ouro: “tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei vós a eles” (Mt 7,12; Lc 6,31). Portanto, dizer que a Igreja é homofóbica não tem consistência, nem é honesto. A Igreja tem uma proposta que é dirigida a todos, a fim de que todos sejam livres em Cristo. Eis a verdadeira liberdade. Assim o seja!
A Igreja Católica não fomenta nem defende desrespeito e violência contra os homossexuais. O cardeal de São Paulo, D. Odilo Scherer, em excelente artigo (respeitar e ser respeitado), faz este esclarecimento que deveria chamar a atenção destes movimentos para o que vem sendo semeado em várias instâncias do nosso País nas relações entre as comunidades cristãs e estas organizações. Com as atitudes de “intolerância” que estão acontecendo todos sairão “violentados e sofridos”. A razão não pode perfurar as leis da natureza. Quando isto acontece todos ou a maioria perdem.
O Catecismo da Igreja Católica ensina que “os homossexuais devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta” (n. 2358). A experiência pastoral nos ajuda muito nesta questão: a discriminação das pessoas com tendências homossexuais começa trivialmente nas famílias. Logo, alguém diria que é por questão religiosa. Mas um questionamento, em contrapartida, também precisa ser respondido: a religião, principalmente para a Igreja Católica, não tem sua racionalidade, já que esta defende que fé e razão devem caminhar juntas? Como foi o passado, é o presente e será o futuro duma Civilização que não tem a família, constituída entre o homem e a mulher, como base de perpetuação da Humanidade? A própria Palavra de Deus é luz para estas confusões, a ver: Jesus não condena o pecador, mas pede que ele não peque mais; já que todos têm pecado, todos precisam desta “conversão”, que é endireitar o coração para vontade de Deus e o bem do próximo. O chamado não é só para os homossexuais, e sim para aqueles que querem estar em comunhão com Deus e com o próximo (cf. Jo 8, 1-11; 1Jo 4,7-21). O Catecismo continua coerente quando ensina que “os homossexuais são chamados a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãos, a unir ao sacrifício da cruz do senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição” (idem).
O Estado Democrático tipifica sobre as liberdades de pensamento e a inviolabilidade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as liturgias (CF art. 5, IV e VI). Isto nos leva a inferir que a questão se tornou verdadeiramente ideológica e impositiva. O que se tenta amordaçar é a voz profética da Igreja que continua sendo sinal de esperança nos vários recantos do nosso País.
Por fim, retomo palavras de Jesus Cristo, que falando aos seus discípulos apresenta-lhes a regra de ouro: “tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei vós a eles” (Mt 7,12; Lc 6,31). Portanto, dizer que a Igreja é homofóbica não tem consistência, nem é honesto. A Igreja tem uma proposta que é dirigida a todos, a fim de que todos sejam livres em Cristo. Eis a verdadeira liberdade. Assim o seja!
quarta-feira, 29 de junho de 2011
O profetismo e a cultura posmoderna
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Um dos temas mais abordados pelos pensadores sociais da atualidade é a Posmodernidade. Diria até que é um tema transversal. Filósofos, sociólogos, psicólogos e antropólogos, o vêem como a questão que coloca o humano diante do dilema de quem ele é e que papel ocupa na nova ordem civilizatória. Digo nova porque, mesmo sem definição e fronteira históricas, tem elementos idiossincráticos ao seu dinamismo, como por exemplo a força e o poder avassaladores que têm hoje os “meios de comunicação sociais”. Com a reviravolta epistemológica orquestrada por René Descartes e aprofundada por Kant, a Modernidade lançará suas redes no individuo como sujeito-objeto e objeto-sujeito de tudo que o rodeia e que está sob seu jugo. Este dado é suficiente para o direcionamento racional da propositiva.
As instituições estão a passar também por uma crise de identidade. Os estados entram na armadilha de querer agradar a todos. A crise política do Oriente Médio, com toda sua tradição teocrática, instigou as movimentações de grupos nos outros recantos do mundo. Aí eclodem as variadas formas de pressão da opinião pública e da classe política para que tantos direitos, e espero que deveres, sejam reconhecidos. Transparece uma insatisfação com o já existente e o desejo de que novas ordens sistêmicas sejam institucionalizadas. No entanto, a discussão de maior relevância ainda não foi chamada em causa, que é a urgente e necessária existência da Tolerância. Mesmo sendo uma temática abordada na modernidade, fruto da reflexão política e filosófica sobre o estado moderno; ela continua fundamental para que a maturação das decisões, presentes e futuras, cheguem a bom termo de eficiência e eficácia.
Uma impostação que não considero, em hipótese alguma ingênua e a mais necessária de todas e, por isso, profundamente profética na Posmodernidade, é a máxima de Jesus: “o que vocês desejam que os outros lhes façam, também vocês devem fazer a eles” (cf. Lc 6,31). Eis um ensinamento que configura e sintetiza que tipo de profetismo pode ser anunciado na Posmodernidade. Esta cultura não pode querer ser só institucional nem só individual; mas sim relacional, que, por sua, vez só será possível se existir respeito mútuo entre as pessoas, as instituições e os povos. Para aqueles que fogem do discurso religioso esta Tolerância pode soar como via alienadora e alienante que precisa ser superada e abolida pelo dogmático e absolutista estado laico. Para estes a luta estratificada e revoltosa é que trará concretização das tantas e minoritárias buscas dos componentes dos grupos. Neste cenário, vem o “Homem Revoltado” de Albert Camus. O indignado com a injustiça do real. Isto particularmente deveria nos chamar à atenção, sendo que, nas religiões monoteístas o profeta também era este inquieto que representava os interesses de grupos não atendidos pela religião dominante institucionalizada (cf. Pierre Bourdieu).
O profetismo para o mundo de hoje continua sendo necessário; mas sem os embasamentos ideológicos e relativistas, que violentam a realidade e as pessoas. A orientação de Jesus Cristo é a mais profética e atual de todos os tempos, pois não violenta o pessoal nem o coletivo. Mudemos os nossos corações e conseguiremos redirecionar nossas atitudes para que haja convivência pacífica e respeitosa de todos os Seres Humanos. Assim o seja!
As instituições estão a passar também por uma crise de identidade. Os estados entram na armadilha de querer agradar a todos. A crise política do Oriente Médio, com toda sua tradição teocrática, instigou as movimentações de grupos nos outros recantos do mundo. Aí eclodem as variadas formas de pressão da opinião pública e da classe política para que tantos direitos, e espero que deveres, sejam reconhecidos. Transparece uma insatisfação com o já existente e o desejo de que novas ordens sistêmicas sejam institucionalizadas. No entanto, a discussão de maior relevância ainda não foi chamada em causa, que é a urgente e necessária existência da Tolerância. Mesmo sendo uma temática abordada na modernidade, fruto da reflexão política e filosófica sobre o estado moderno; ela continua fundamental para que a maturação das decisões, presentes e futuras, cheguem a bom termo de eficiência e eficácia.
Uma impostação que não considero, em hipótese alguma ingênua e a mais necessária de todas e, por isso, profundamente profética na Posmodernidade, é a máxima de Jesus: “o que vocês desejam que os outros lhes façam, também vocês devem fazer a eles” (cf. Lc 6,31). Eis um ensinamento que configura e sintetiza que tipo de profetismo pode ser anunciado na Posmodernidade. Esta cultura não pode querer ser só institucional nem só individual; mas sim relacional, que, por sua, vez só será possível se existir respeito mútuo entre as pessoas, as instituições e os povos. Para aqueles que fogem do discurso religioso esta Tolerância pode soar como via alienadora e alienante que precisa ser superada e abolida pelo dogmático e absolutista estado laico. Para estes a luta estratificada e revoltosa é que trará concretização das tantas e minoritárias buscas dos componentes dos grupos. Neste cenário, vem o “Homem Revoltado” de Albert Camus. O indignado com a injustiça do real. Isto particularmente deveria nos chamar à atenção, sendo que, nas religiões monoteístas o profeta também era este inquieto que representava os interesses de grupos não atendidos pela religião dominante institucionalizada (cf. Pierre Bourdieu).
O profetismo para o mundo de hoje continua sendo necessário; mas sem os embasamentos ideológicos e relativistas, que violentam a realidade e as pessoas. A orientação de Jesus Cristo é a mais profética e atual de todos os tempos, pois não violenta o pessoal nem o coletivo. Mudemos os nossos corações e conseguiremos redirecionar nossas atitudes para que haja convivência pacífica e respeitosa de todos os Seres Humanos. Assim o seja!
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Tenho fé e não creio?!
O ateu confunde Deus com uma idéia. Eis uma provocação que merece um movimento discursivo e cíclico, ou seja, um aprofundamento onde um mediador enredaria uma partilha entre um crente e um ateu que se aventurariam a dizer as “motivações” da sua fé ou não crença em Deus.
Antes de qualquer desdobramento cabe a diferenciação do que seja “Crer e ter Fé”. Claro que aqui entraremos num jogo, que para alguns será retórico, já que, é impossível ter fé sem crer e crer sem ter fé. Vejamos alguns pontos:
1) A Fé: esta é uma virtude teologal, ou seja, é um dom sobrenatural concedido por Deus que permite ao Homem a comunhão com Ele. Ela existe com mais duas forças que são a Esperança e o Amor. A Fé e a Esperança pertencem só ao Homem. Elas preparam o ser humano para alcançar a plenitude da vida, que é o encontro com Deus. São Paulo fala das três, mas sem nunca esquecer quem é o pináculo da escalada (cf. 1 Cor 13,1-13). Se essa possibilidade é existencial e histórica, ela tem sua fonte em Deus, pois Ele é amor (cf. 1Jo 4,7-21) e nos conduz para o Amor. Deste modo podemos afirmar que a confusão que é feita por um ateu começa por falta de amor e que depois será substituído por uma idéia. O atual Papa, Pontífice e Teólogo, Bento XVI, vem refletindo e afirmando constantemente essa verdade teológica, epistemológica e humana. A Fé, como experiência humana, torna o humano inquieto e buscante de Deus, que é uma Pessoa, que se encarnou e habitou na História Humana (cf. Jo 1,14). A Fé nos leva ao encontro com este Mistério de Amor.
2) A Crença: esta é embasada por elementos objetivos. Estes são meios de construção e constituição da hierarquia das verdades. Em todas as religiões existem as crenças. No Cristianismo temos o “Símbolo Apostólico”, ou o “Credo” como comumente é conhecido. Ele preenche a necessidade subjetiva da pessoa, que deseja dar respostas aos questionamentos intrínsecos à experiência de quem crê. Estas verdades, conseqüências da única e eterna Verdade, para ser conteúdo da Revelação, precisam ser manifestada(s) por Deus (cf. Mt 16,16-17), através daqueles que foram encarregados de as guardar. Por isso, falamos do “Símbolo dos Apóstolos”. O apóstolo das gentes não contradiz a Tradição cristã quando trata da Fé como meio para justificação, em Cristo Jesus (cf. Rm 5). No Evangelho de S. João esta síntese teológica, cristológica e pneumatológica é tratada de forma complementar entre uma Fé que necessita crê e uma crença que precisa ter Fé.
O aprofundamento de como esta relação se deu no decorrer da História da Igreja nos colocaria diante de uma análise e de um verdadeiro anseio de renovação evangelizadora e pastoral. O que é irrenunciável à sincera experiência de Fé é a conversão. Deixemos a indagação: as nossas “crenças” realmente foram instrumentos que ajudaram na mudança dos batizados e comunidades cristãs? Aqui incluímos todas as realidades eclesiais. O intento da V Conferência latino-americana, realizada em Aparecida, nos coloca diante deste imenso e necessário desafio da ação evangelizadora da Igreja da América Latina.
Por fim, confiemos na ação do Espírito da Verdade que, derramado sobre nós, pode nos unir e fortalecer para que o mundo creia e crendo tenha a vida eterna. A nossa crença não pode ser como a dos ateus, que se envenenaram com uma idéia, e sim como aquela que é qualificada pela Fé em Jesus Cristo que diz: “a tua fé de salvou!”(cf. Lc 18,42-43). Assim o seja!
Antes de qualquer desdobramento cabe a diferenciação do que seja “Crer e ter Fé”. Claro que aqui entraremos num jogo, que para alguns será retórico, já que, é impossível ter fé sem crer e crer sem ter fé. Vejamos alguns pontos:
1) A Fé: esta é uma virtude teologal, ou seja, é um dom sobrenatural concedido por Deus que permite ao Homem a comunhão com Ele. Ela existe com mais duas forças que são a Esperança e o Amor. A Fé e a Esperança pertencem só ao Homem. Elas preparam o ser humano para alcançar a plenitude da vida, que é o encontro com Deus. São Paulo fala das três, mas sem nunca esquecer quem é o pináculo da escalada (cf. 1 Cor 13,1-13). Se essa possibilidade é existencial e histórica, ela tem sua fonte em Deus, pois Ele é amor (cf. 1Jo 4,7-21) e nos conduz para o Amor. Deste modo podemos afirmar que a confusão que é feita por um ateu começa por falta de amor e que depois será substituído por uma idéia. O atual Papa, Pontífice e Teólogo, Bento XVI, vem refletindo e afirmando constantemente essa verdade teológica, epistemológica e humana. A Fé, como experiência humana, torna o humano inquieto e buscante de Deus, que é uma Pessoa, que se encarnou e habitou na História Humana (cf. Jo 1,14). A Fé nos leva ao encontro com este Mistério de Amor.
2) A Crença: esta é embasada por elementos objetivos. Estes são meios de construção e constituição da hierarquia das verdades. Em todas as religiões existem as crenças. No Cristianismo temos o “Símbolo Apostólico”, ou o “Credo” como comumente é conhecido. Ele preenche a necessidade subjetiva da pessoa, que deseja dar respostas aos questionamentos intrínsecos à experiência de quem crê. Estas verdades, conseqüências da única e eterna Verdade, para ser conteúdo da Revelação, precisam ser manifestada(s) por Deus (cf. Mt 16,16-17), através daqueles que foram encarregados de as guardar. Por isso, falamos do “Símbolo dos Apóstolos”. O apóstolo das gentes não contradiz a Tradição cristã quando trata da Fé como meio para justificação, em Cristo Jesus (cf. Rm 5). No Evangelho de S. João esta síntese teológica, cristológica e pneumatológica é tratada de forma complementar entre uma Fé que necessita crê e uma crença que precisa ter Fé.
O aprofundamento de como esta relação se deu no decorrer da História da Igreja nos colocaria diante de uma análise e de um verdadeiro anseio de renovação evangelizadora e pastoral. O que é irrenunciável à sincera experiência de Fé é a conversão. Deixemos a indagação: as nossas “crenças” realmente foram instrumentos que ajudaram na mudança dos batizados e comunidades cristãs? Aqui incluímos todas as realidades eclesiais. O intento da V Conferência latino-americana, realizada em Aparecida, nos coloca diante deste imenso e necessário desafio da ação evangelizadora da Igreja da América Latina.
Por fim, confiemos na ação do Espírito da Verdade que, derramado sobre nós, pode nos unir e fortalecer para que o mundo creia e crendo tenha a vida eterna. A nossa crença não pode ser como a dos ateus, que se envenenaram com uma idéia, e sim como aquela que é qualificada pela Fé em Jesus Cristo que diz: “a tua fé de salvou!”(cf. Lc 18,42-43). Assim o seja!
quarta-feira, 18 de maio de 2011
O suicídio do Estado Laico
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A discussão sobre a separação entre o Estado e a Igreja foi retomada com muita ênfase nos últimos tempos. Na última eleição para Presidente, a questão foi bem acentuada. Líderes religiosos entraram no cenário político com discursos que influenciaram significativamente na existência dum II turno das disputas pelo poder. As proposições saíram do âmbito acadêmico e entraram nos púlpitos com relevante entusiasmo. Os novos areópagos, que são os meios de comunicação social, ajudaram neste tiroteio. Os laicistas defendem que a religião deve estar voltada para o que é privado. A fé é da esfera individual. Não pode envolver e determinar o que é de âmbito público. Mais propriamente se retruca a possibilidade da Igreja (ou igrejas) influenciarem no que é próprio do Estado. Os outros (igrejas) reconhecem a necessidade desta separação, todavia defendem a importância do reconhecimento de princípios e valores humanos religiosos na constituição da legislação dos direitos e deveres dos cidadãos que são fiéis, e fiéis que são cidadãos. Esta problemática já vem da Revolução Francesa (1789). Na Europa, esta formatação é bem embasada e as instituições conseguem cumprir seus papeis como meios de realização do bem coletivo. Aí uma ideologia relativista se desenvolveu com pertinência. Nos Estados Unidos o discurso não adentrou na linha atéia e arreligiosa e, mesmo assim, estes conseguiram ser potencia mundial, ideológica e materialmente.
Na Europa e nos Estados Unidos a discussão mais atual, no tocante aos direitos humanos, é o tema da “Liberdade Religiosa”. Esta não é uma bandeira, só e somente só, do Papa Bento XVI. A própria ONU propaga e defende este Direito. Por estar aberto ao transcendente, e isto é comprovado em todas as culturas, o homem tem esse “dogma jurídico” salvaguardo no Ocidente desde 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Depois, as demais constituições ocidentais sempre respeitaram esta peculiaridade humana. O Estado é constituído por estes humanos, demasiadamente humanos. A cultura ocidental vê nesta seqüela histórica um elemento de suma importante na compreensão dos fundamentos que caracterizam a Civilização do Velho Mundo e, conseqüentemente, das Américas.
O Cristianismo entra neste desenrolar histórico como via de síntese na concepção da Pessoa Humana e seus direitos fundamentais e inalienáveis. Como pensar epistemologicamente os conceitos de Dignidade Humana, Liberdade, Solidariedade, Fraternidade, Justiça Social, Unidade, Respeito, Bem Comum, Igualdade, Amor, Perdão, Misericórdia, Subsidiariedade, Família, Verdade, Estado e etc. sem dizer que eles não foram elaborados pela Igreja, nela e através dela chegaram aos propositores Iluminados (pensadores iluministas)? As contribuições da Igreja para o reconhecimento dos valores e direitos das gentes é inegável. A roupagem filosófica que levou à apropriação feita pelo Estado destes conceitos e por quem deles se utilizaram para a tomada dos poderes, que antes pertencia às instancias ultramontanas, mudaria os rumos das caravanas da história. O juízo de valor, se isto foi bom ou ruim, no mínimo seria tendencioso e ideológico, como comumente está acontecendo. O Cristianismo enriqueceu estes bens necessários integração da Pessoa Humana, como ser de relação com o transcendente e com o próximo, e isto só foi possível porque o que era mais humano se fez carne e habitou entre nós (cf. Evang. Jo 1,14). O que existe de mais humano no humano é a Palavra. Por ela a pessoa se revela. Não pode trair o humano. Diz a sua consciência, seu eu, sua subjetividade, sua totalidade, formada de corpo, psique e espírito. Considerar que a pessoa é fruto do meio ou da cultura é a mais atroz das traições ao futuro da própria Humanidade. Como centro da criação e sujeito, tanto quanto, às leis naturais, o ser humano pode vir a ser refém do próprio imediatismo histórico e relativista. Considerar que os desdobramentos sejam acolhidos pelas gerações não quer dizer que estas sejam “sempre”determinadas por estas. Se perdermos os elementos vinculantes da existência dos povos no Mundo, o que podemos esperar do futuro? O que podemos aguardar? A reviravolta antropocêntrica só aconteceu porque o homem, pelo auto-conhecimento, se reconheceu Senhor da História, e não ela dele. Por mais que equivocadamente tente, o ser humano “nunca” poderá mudar isto. Nunca!
O dito estado laico também não consegue determinar o que é humano. Está falido, principalmente neste nosso Novo Mundo. Ele não consegue cumprir suas utopias. Onde está a Segurança Pública? Onde tem Moradia para todos? A Saúde é de qualidade? Onde se encontra a Educação? A Justiça Social é encontrada em todas as ruelas? Nós temos que procurar por estes Direitos. Tem pouca gente lutando por eles. A maldita e sórdida corrupção apodrecem o Sistema. Talvez por que não sejam dispensados montantes de dinheiro para que eles sejam adquiridos poucos os busquem, para aqueles que deveras são os senhores da “Real Democracia”! Esta sim procurará condicionar a tolerância e o respeito das pessoas.
Por fim, que a vida plena para todos seja uma meta dum Estado forte e respeitoso das instituições, inclusive daquelas que são sinais de que só haverá verdadeira justiça quando Deus estiver presente com seu amor e misericórdia, que garantem a integração das pessoas e, por isso, do próprio Estado Democrático de Direito. Salve a Liberdade Religiosa! Assim o Seja!
Na Europa e nos Estados Unidos a discussão mais atual, no tocante aos direitos humanos, é o tema da “Liberdade Religiosa”. Esta não é uma bandeira, só e somente só, do Papa Bento XVI. A própria ONU propaga e defende este Direito. Por estar aberto ao transcendente, e isto é comprovado em todas as culturas, o homem tem esse “dogma jurídico” salvaguardo no Ocidente desde 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Depois, as demais constituições ocidentais sempre respeitaram esta peculiaridade humana. O Estado é constituído por estes humanos, demasiadamente humanos. A cultura ocidental vê nesta seqüela histórica um elemento de suma importante na compreensão dos fundamentos que caracterizam a Civilização do Velho Mundo e, conseqüentemente, das Américas.
O Cristianismo entra neste desenrolar histórico como via de síntese na concepção da Pessoa Humana e seus direitos fundamentais e inalienáveis. Como pensar epistemologicamente os conceitos de Dignidade Humana, Liberdade, Solidariedade, Fraternidade, Justiça Social, Unidade, Respeito, Bem Comum, Igualdade, Amor, Perdão, Misericórdia, Subsidiariedade, Família, Verdade, Estado e etc. sem dizer que eles não foram elaborados pela Igreja, nela e através dela chegaram aos propositores Iluminados (pensadores iluministas)? As contribuições da Igreja para o reconhecimento dos valores e direitos das gentes é inegável. A roupagem filosófica que levou à apropriação feita pelo Estado destes conceitos e por quem deles se utilizaram para a tomada dos poderes, que antes pertencia às instancias ultramontanas, mudaria os rumos das caravanas da história. O juízo de valor, se isto foi bom ou ruim, no mínimo seria tendencioso e ideológico, como comumente está acontecendo. O Cristianismo enriqueceu estes bens necessários integração da Pessoa Humana, como ser de relação com o transcendente e com o próximo, e isto só foi possível porque o que era mais humano se fez carne e habitou entre nós (cf. Evang. Jo 1,14). O que existe de mais humano no humano é a Palavra. Por ela a pessoa se revela. Não pode trair o humano. Diz a sua consciência, seu eu, sua subjetividade, sua totalidade, formada de corpo, psique e espírito. Considerar que a pessoa é fruto do meio ou da cultura é a mais atroz das traições ao futuro da própria Humanidade. Como centro da criação e sujeito, tanto quanto, às leis naturais, o ser humano pode vir a ser refém do próprio imediatismo histórico e relativista. Considerar que os desdobramentos sejam acolhidos pelas gerações não quer dizer que estas sejam “sempre”determinadas por estas. Se perdermos os elementos vinculantes da existência dos povos no Mundo, o que podemos esperar do futuro? O que podemos aguardar? A reviravolta antropocêntrica só aconteceu porque o homem, pelo auto-conhecimento, se reconheceu Senhor da História, e não ela dele. Por mais que equivocadamente tente, o ser humano “nunca” poderá mudar isto. Nunca!
O dito estado laico também não consegue determinar o que é humano. Está falido, principalmente neste nosso Novo Mundo. Ele não consegue cumprir suas utopias. Onde está a Segurança Pública? Onde tem Moradia para todos? A Saúde é de qualidade? Onde se encontra a Educação? A Justiça Social é encontrada em todas as ruelas? Nós temos que procurar por estes Direitos. Tem pouca gente lutando por eles. A maldita e sórdida corrupção apodrecem o Sistema. Talvez por que não sejam dispensados montantes de dinheiro para que eles sejam adquiridos poucos os busquem, para aqueles que deveras são os senhores da “Real Democracia”! Esta sim procurará condicionar a tolerância e o respeito das pessoas.
Por fim, que a vida plena para todos seja uma meta dum Estado forte e respeitoso das instituições, inclusive daquelas que são sinais de que só haverá verdadeira justiça quando Deus estiver presente com seu amor e misericórdia, que garantem a integração das pessoas e, por isso, do próprio Estado Democrático de Direito. Salve a Liberdade Religiosa! Assim o Seja!
sábado, 7 de maio de 2011
A paz é dom de Deus
Como é bom estar em paz! Ela é dom de Deus. É algo que nos é concedido para que possamos experienciar a presença do Eterno tornado presente, em nós. Eis porque a consideramos como mais pura gratuidade do Senhor. Infelizmente ainda há quem não a ame. Por sinal, a primeira etapa para possessão de tão maravilhosa dádiva é o desejo de buscá-la e, conseqüentemente, possuí-la.
Na liturgia do II domingo da Páscoa, Jesus Cristo nos diz: “a paz esteja convosco!” (Jo 20,20). Acolhamos a paz. O nosso salvador no-la concedeu. Quem seria tão insensato em não a querer?! Nenhum tesouro do mundo paga a alegria de estarmos em paz. Quem acolhe a presença de Jesus Cristo encontrará a verdadeira e única paz. Sem ela, nós, famílias, escolas e várias outras instituições, não lograremos o verdadeiro significado da justiça. A Doutrina Social da Igreja afirma que a paz é fruto da justiça. Parafraseando Rui Barbosa, podemos dizer que “sem Deus não há justiça”, e claro que como cristão que era, se refere ao Deus Pai de Jesus. Nós continuamos a pregar e anunciar esse Deus.
Nos deparamos constantemente com a problemática da Segurança Pública. A Carta Magna assevera que é dever do Estado garanti-la aos cidadãos. Por causa dos desmandos da política brasileira, o texto constitucional não está sendo respeitado. Mas, por isso, vamos deixar de lutar por ela? Claro que não! Façamos uma corrente pela paz. Formemos uma cultura da paz. Que as nossas palavras, ações, discursos e intentos, venham nos auxiliar e orientar para esta Terra Prometida! É isto mesmo. A paz tem que ser para cada pessoa um lugar, uma Utopia, que tem espaço e tempo. No mundo, nas civilizações, nos países, estados, municípios, mui especialmente o nosso, digamos como o Mestre e Senhor: a paz esteja convosco!
A Mídia mundial divulga e verbaliza a morte de Bin Laden. Para quem matou isto é esperança de possível redirecionamento das relações entre os grupos extremistas do Islã. Para quem reelabora o acontecimento numa outra perspectiva, isto será estopim para retomada dos ataques terroristas. O mundo se volta para o fato e se pergunta o que realmente aconteceu e qual o simbolismo desta epopéia globalizada. Estudiosos da filosofia política, considerando interdisciplinarmente, o estado da questão, consideram necessário o papel da religião como ponto de equilíbrio para consecução da paz. E ninguém instrumentalize a discussão confundindo fundamentalismo religioso, que obscurece a racionalidade da religião, com a via da racionalidade da religião, que na modernidade oferece aos sujeitos as condições de interação que possibilitam o respeito mútuo.
Por fim, que reine entre nós o desejo de estarmos em paz, conosco, com os outros e com Deus! Assim o seja!
Na liturgia do II domingo da Páscoa, Jesus Cristo nos diz: “a paz esteja convosco!” (Jo 20,20). Acolhamos a paz. O nosso salvador no-la concedeu. Quem seria tão insensato em não a querer?! Nenhum tesouro do mundo paga a alegria de estarmos em paz. Quem acolhe a presença de Jesus Cristo encontrará a verdadeira e única paz. Sem ela, nós, famílias, escolas e várias outras instituições, não lograremos o verdadeiro significado da justiça. A Doutrina Social da Igreja afirma que a paz é fruto da justiça. Parafraseando Rui Barbosa, podemos dizer que “sem Deus não há justiça”, e claro que como cristão que era, se refere ao Deus Pai de Jesus. Nós continuamos a pregar e anunciar esse Deus.
Nos deparamos constantemente com a problemática da Segurança Pública. A Carta Magna assevera que é dever do Estado garanti-la aos cidadãos. Por causa dos desmandos da política brasileira, o texto constitucional não está sendo respeitado. Mas, por isso, vamos deixar de lutar por ela? Claro que não! Façamos uma corrente pela paz. Formemos uma cultura da paz. Que as nossas palavras, ações, discursos e intentos, venham nos auxiliar e orientar para esta Terra Prometida! É isto mesmo. A paz tem que ser para cada pessoa um lugar, uma Utopia, que tem espaço e tempo. No mundo, nas civilizações, nos países, estados, municípios, mui especialmente o nosso, digamos como o Mestre e Senhor: a paz esteja convosco!
A Mídia mundial divulga e verbaliza a morte de Bin Laden. Para quem matou isto é esperança de possível redirecionamento das relações entre os grupos extremistas do Islã. Para quem reelabora o acontecimento numa outra perspectiva, isto será estopim para retomada dos ataques terroristas. O mundo se volta para o fato e se pergunta o que realmente aconteceu e qual o simbolismo desta epopéia globalizada. Estudiosos da filosofia política, considerando interdisciplinarmente, o estado da questão, consideram necessário o papel da religião como ponto de equilíbrio para consecução da paz. E ninguém instrumentalize a discussão confundindo fundamentalismo religioso, que obscurece a racionalidade da religião, com a via da racionalidade da religião, que na modernidade oferece aos sujeitos as condições de interação que possibilitam o respeito mútuo.
Por fim, que reine entre nós o desejo de estarmos em paz, conosco, com os outros e com Deus! Assim o seja!
sábado, 9 de abril de 2011
Vale à pena amar a justiça
Nem sempre somos justos como deveríamos, mas precisamos amar a justiça. Ela é a virtude humana por excelência. É a verdade cardeal. Não se confunde com a mentira e os desvios de conduta e personalidade. É a força das pessoas de Boa Vontade que desejam um mundo mais humano e verdadeiro. Como não amar o que nos liberta de tantos males!
A Sagrada Escritura nos apresenta um presságio àqueles que reconhecem a beleza da justiça quando olhados pelos ímpios, em seus falsos raciocínios: “cerquemos o justo, porque nos incomoda e se opõe às nossas ações, nos censura as faltas contra a Lei, nos acusa de faltas contra a nossa educação” (Cf. Sb 2,12). Num mundo tão carente de referencias, o justo tem que confiar Naquele que é Fiel. A consistência da justiça é a certeza da sua imortalidade. O mal jamais vencerá. Por mais que tente (Cf. Lc 4, 1-13). Ele não tem sentido porque é fruto das ações humanas. Vem a ser realidade quando aceito como escolha para fazer o mal e evitar o bem. Na atualidade há uma tendência cientifica e religiosa de relativizar o mal (ou pecado), interpretando-o social ou psicologicamente. Esta perspectiva eleva o nível de ódio e maldade no mundo. Diferente do que ideologicamente dizem, a tentativa de negar a existência do pecado, para se justificar a negação da existência de Deus, pela fracassada alocução de que “Ele morreu!”, é uma mentira. Quem disse que Ele está morto, já morreu! No entanto, cabe a ressalva de que as “imagens” de deuses, que são pregadas, estão maculando a verdade da Revelação. Em 1Jo 4,8 é afirmado que “Deus é amor”. A verdadeira fidelidade brota dum coração que ama. Dizer que o mundo e as pessoas estão carentes de Deus é reconhecer que elas estão necessitando de Amor. Vejamos o que nos mandou Jesus: “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros” (Cf. Jo 13,34-35). É a grande mensagem do Cristianismo à Humanidade.
O mistério pascal que estamos para celebrar nos confirma na Fé, e nos assegura que a “iniqüidade” será esmagada pelo Poder do Redentor. O mal sempre quer ferir o próximo, esquecendo que este é imagem e semelhança de Deus. A dignidade humana, para nós cristãos, tem este fundamento como norte de reflexão e verdade da Esperança. A certeza da vitória da vida sobre a morte é a único elemento que é Luz para os seres humanos. Não estamos tratando de fundamentalismos; mas do Fundamento, que é Cristo. Ele diz que é o Caminho, a Verdade e a Vida (Cf. Jo 14,6). “Todo o que Nele crê tem a vida eterna” (Cf. Jo 3,15).
Eis porque vale à pena acreditar na Justiça! Não só porque ela concede a cada um, o que lhe é próprio. A falsa alegria do mal se agarra desesperadamente à possibilidade da cegueira da justiça. Contudo, o salmista canta a respeito do ímpio: “ei-lo gerando a iniqüidade: concebe a maldade e dá à luz a mentira. Ele cava e aprofunda um buraco, mas cai na cova que fez. Sua maldade se volta contra ele, sobre o crânio lhe cai a própria violência. Eu agradeço a Iahweh pela sua justiça, e toco ao nome do Altíssimo” (Cf. Sl 7,15-18). Boa Semana Santa para todos e confiem em Deus! Assim o seja!
A Sagrada Escritura nos apresenta um presságio àqueles que reconhecem a beleza da justiça quando olhados pelos ímpios, em seus falsos raciocínios: “cerquemos o justo, porque nos incomoda e se opõe às nossas ações, nos censura as faltas contra a Lei, nos acusa de faltas contra a nossa educação” (Cf. Sb 2,12). Num mundo tão carente de referencias, o justo tem que confiar Naquele que é Fiel. A consistência da justiça é a certeza da sua imortalidade. O mal jamais vencerá. Por mais que tente (Cf. Lc 4, 1-13). Ele não tem sentido porque é fruto das ações humanas. Vem a ser realidade quando aceito como escolha para fazer o mal e evitar o bem. Na atualidade há uma tendência cientifica e religiosa de relativizar o mal (ou pecado), interpretando-o social ou psicologicamente. Esta perspectiva eleva o nível de ódio e maldade no mundo. Diferente do que ideologicamente dizem, a tentativa de negar a existência do pecado, para se justificar a negação da existência de Deus, pela fracassada alocução de que “Ele morreu!”, é uma mentira. Quem disse que Ele está morto, já morreu! No entanto, cabe a ressalva de que as “imagens” de deuses, que são pregadas, estão maculando a verdade da Revelação. Em 1Jo 4,8 é afirmado que “Deus é amor”. A verdadeira fidelidade brota dum coração que ama. Dizer que o mundo e as pessoas estão carentes de Deus é reconhecer que elas estão necessitando de Amor. Vejamos o que nos mandou Jesus: “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros” (Cf. Jo 13,34-35). É a grande mensagem do Cristianismo à Humanidade.
O mistério pascal que estamos para celebrar nos confirma na Fé, e nos assegura que a “iniqüidade” será esmagada pelo Poder do Redentor. O mal sempre quer ferir o próximo, esquecendo que este é imagem e semelhança de Deus. A dignidade humana, para nós cristãos, tem este fundamento como norte de reflexão e verdade da Esperança. A certeza da vitória da vida sobre a morte é a único elemento que é Luz para os seres humanos. Não estamos tratando de fundamentalismos; mas do Fundamento, que é Cristo. Ele diz que é o Caminho, a Verdade e a Vida (Cf. Jo 14,6). “Todo o que Nele crê tem a vida eterna” (Cf. Jo 3,15).
Eis porque vale à pena acreditar na Justiça! Não só porque ela concede a cada um, o que lhe é próprio. A falsa alegria do mal se agarra desesperadamente à possibilidade da cegueira da justiça. Contudo, o salmista canta a respeito do ímpio: “ei-lo gerando a iniqüidade: concebe a maldade e dá à luz a mentira. Ele cava e aprofunda um buraco, mas cai na cova que fez. Sua maldade se volta contra ele, sobre o crânio lhe cai a própria violência. Eu agradeço a Iahweh pela sua justiça, e toco ao nome do Altíssimo” (Cf. Sl 7,15-18). Boa Semana Santa para todos e confiem em Deus! Assim o seja!
sábado, 5 de março de 2011
Carnaval: Encantos e riscos
O Brasil tem uma cultura carnavalesca. As motivações midiáticas só fortalecem um sentimento bem arraigado no inconsciente coletivo. O nosso povo tem uma tendência lúdica que germina com qualquer motivação festiva. Isto é bom? O juízo de valor pode ser particular, mas que este não venha ferir o que é comum. No período do carnaval o que observamos é que, o êxtase dos foliões, com suas peculiaridades, são representações duma psicologia das multidões que confunde o que é individual.
Na multidão, o particular desaparece e, aí, ganham força os riscos advindos do irracional comunitário. Os festejos carnavalescos têm essa forma encantadora de ser vivido o incomum. Este se fortalece quando o diferente é animado na totalidade. Por isso que, o que pode ser encanto subjetivo tornar-se-á risco individual na prática e nas conseqüências. O anonimato do indivíduo não anula as suas inclinações. Os desequilíbrios e vícios, pela informalidade circunstancial, serão alterados pela sonoridade e tipicidade musicais, o alto índice de consumo de bebidas alcoólicas e outros tipos de drogas, o imediatismo das relações que “ficam” sem encantamentos.
A experiência da alegria é uma dádiva do Criador. Todos têm direito a ela. O que é celebrado nos vários recantos do nosso país é bom, como manifestação pública do desejo humano de “estar” feliz. Mas a responsabilidade deve ser uma exigência; pois, o carnaval é um meio de realização da identidade humana como ser social. Neste, os interesses comuns também estão em jogo. Os riscos que surgem no carnaval normalmente estão ligados ao que vem dos interesses econômicos e a falta de educação para a verdadeira finalidade das festas, que é a vivência da dimensão lúdica do humano. A paz, a concórdia, a amizade, o respeito, a dança e a magia devem fazer parte deste tempo. É necessária a devida formação para o exercício destes comportamentos.
Outro grande risco deste período são as doenças sexualmente transmissíveis, dentre elas a Aids. A sífilis também surge como das grandes ameaças que deve ser prevenida pela maior das atitudes preventivas, que é a liberdade vivida com amor, pelo amor e no amor, que implica fidelidade e respeito ao outro. Por exemplo, esta última pode ser transmitida através do beijo. Ouvimos, amiúde, depoimentos de pessoas se vangloriando que beijaram vários outros em períodos de carnaval. E daí?! Um dos maiores desafios dos formadores das juventudes, mui especialmente dos pais, é orientar às futuras gerações para agirem com consciência de que suas atitudes implicam responsabilidades.
Por fim, que nestas festas carnavalescas de 2011, os muitos participantes se divirtam em paz e ponderando que tudo nos é permitido; porém, nem tudo nos convém. Se confraternizem com vossas famílias e amigos, sem esquecer o imenso amor que Deus tem por cada um. Sejam felizes hoje e sempre! Assim o seja!
Na multidão, o particular desaparece e, aí, ganham força os riscos advindos do irracional comunitário. Os festejos carnavalescos têm essa forma encantadora de ser vivido o incomum. Este se fortalece quando o diferente é animado na totalidade. Por isso que, o que pode ser encanto subjetivo tornar-se-á risco individual na prática e nas conseqüências. O anonimato do indivíduo não anula as suas inclinações. Os desequilíbrios e vícios, pela informalidade circunstancial, serão alterados pela sonoridade e tipicidade musicais, o alto índice de consumo de bebidas alcoólicas e outros tipos de drogas, o imediatismo das relações que “ficam” sem encantamentos.
A experiência da alegria é uma dádiva do Criador. Todos têm direito a ela. O que é celebrado nos vários recantos do nosso país é bom, como manifestação pública do desejo humano de “estar” feliz. Mas a responsabilidade deve ser uma exigência; pois, o carnaval é um meio de realização da identidade humana como ser social. Neste, os interesses comuns também estão em jogo. Os riscos que surgem no carnaval normalmente estão ligados ao que vem dos interesses econômicos e a falta de educação para a verdadeira finalidade das festas, que é a vivência da dimensão lúdica do humano. A paz, a concórdia, a amizade, o respeito, a dança e a magia devem fazer parte deste tempo. É necessária a devida formação para o exercício destes comportamentos.
Outro grande risco deste período são as doenças sexualmente transmissíveis, dentre elas a Aids. A sífilis também surge como das grandes ameaças que deve ser prevenida pela maior das atitudes preventivas, que é a liberdade vivida com amor, pelo amor e no amor, que implica fidelidade e respeito ao outro. Por exemplo, esta última pode ser transmitida através do beijo. Ouvimos, amiúde, depoimentos de pessoas se vangloriando que beijaram vários outros em períodos de carnaval. E daí?! Um dos maiores desafios dos formadores das juventudes, mui especialmente dos pais, é orientar às futuras gerações para agirem com consciência de que suas atitudes implicam responsabilidades.
Por fim, que nestas festas carnavalescas de 2011, os muitos participantes se divirtam em paz e ponderando que tudo nos é permitido; porém, nem tudo nos convém. Se confraternizem com vossas famílias e amigos, sem esquecer o imenso amor que Deus tem por cada um. Sejam felizes hoje e sempre! Assim o seja!
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
O ritual
Marcadores:
cinema,
exorcismo,
pós-modernidade
Nos cinemas está passando um filme fascinante, cujo título é: “O ritual”. A película trata duma questão pouco discutida; mas que está muito presente nas experiências da sociedade contemporânea. O que para alguns seria problemática do período medieval, ganhou formas e fórmulas desconcertantes no contemporâneo. A trama é baseada em fatos reais e isto torna a descrição ainda mais intrigante. Citando João Paulo II, o autor categoriza o mistério do pecado como algo que faz parte da situação contemporânea como qualquer outra realidade, que apesar de tendencialmente eclipsada, continua muito presente nas multifacetadas façanhas do “original-originante” da confusão humana. O Cristianismo entende o Mal como conseqüência do pecado.
O Catecismo da Igreja Católica abrange o sentido do exocismo quando afirma que “o advento do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás: ‘Se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus já chegou a vós’ (Mt 12,28). Os exorcismos de Jesus libertam os homens do domínio dos demônios. Antecipam a grande vitória de Jesus sobre ‘o príncipe deste mundo’ (Jo 12,31). É pela Cruz de Cristo que o Reino de Deus será definitivamente estabelecido: ‘Regnavit a ligno Deus’- Deus reinou do madeiro” (Cf. 550).
Quem não acredita na possessão demoníaca, outrossim, não pode negá-la. O racionalismo iluminista não conseguiu varrer para debaixo do tapete a dimensão espiritual do homem. Por incrível que pareça ser, a modernidade está muito mais propensa ao mistério que dantes. O diferencial é que se existia uma hegemonia católica até o século XVI, depois surgirão as fragmentações com suas liquidações na Posmodernidade. Os diálogos traçados pelos personagens são profundamente relevantes para compreensão dos fenômenos espirituais que radicalmente envolvem o ser humano no seu modo de viver e saber o mistério, numa perspectiva maniqueísta.
Ainda o Catecismo reitera que “a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto sejam protegidos contra a influência do maligno e subtraídos a seu domínio, fala-se de exorcismo. Jesus o praticou, é Dele que a Igreja recebeu o poder e o encargo de exorcisar. Sob uma forma simples, o exorcismo é praticado durante a celebração do Batismo. O exorcismo solene, chamado ‘grande exorcismo’, só pode ser praticado por um sacerdote, com a permissão do Bispo. Nele é necessário proceder com prudência, observando estritamente as regras estabelecidas pela Igreja. O exorcismo visa expulsar os demônios ou livrar da influência demoníaca, e isto pela autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja. Bem diferente é o caso de doenças, sobretudo psíquicas, cujo tratamento depende da ciência médica. É importante, pois, assegurar-se, antes de celebrar o exorcismo, se se trata de uma presença do maligno ou de uma doença”(Cf. n. 1673).
A Igreja Católica trata a questão, como está explicitado, com muita seriedade. A “Fé dignifica a vida do ser humano”. O encontro e a certeza da sua existência de Deus nos livram do Mal. Confiemos na Palavra do Senhor que diz: “Não peço que os tire do mundo, mas que os guardes do Maligno”(Cf. Jo 17,15). O filme é uma produção que nos coloca diante de questionamentos existenciais e absolutos interessantes e necessários. Vale a pena ser visto e refletido. Assim o seja!
O Catecismo da Igreja Católica abrange o sentido do exocismo quando afirma que “o advento do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás: ‘Se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus já chegou a vós’ (Mt 12,28). Os exorcismos de Jesus libertam os homens do domínio dos demônios. Antecipam a grande vitória de Jesus sobre ‘o príncipe deste mundo’ (Jo 12,31). É pela Cruz de Cristo que o Reino de Deus será definitivamente estabelecido: ‘Regnavit a ligno Deus’- Deus reinou do madeiro” (Cf. 550).
Quem não acredita na possessão demoníaca, outrossim, não pode negá-la. O racionalismo iluminista não conseguiu varrer para debaixo do tapete a dimensão espiritual do homem. Por incrível que pareça ser, a modernidade está muito mais propensa ao mistério que dantes. O diferencial é que se existia uma hegemonia católica até o século XVI, depois surgirão as fragmentações com suas liquidações na Posmodernidade. Os diálogos traçados pelos personagens são profundamente relevantes para compreensão dos fenômenos espirituais que radicalmente envolvem o ser humano no seu modo de viver e saber o mistério, numa perspectiva maniqueísta.
Ainda o Catecismo reitera que “a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto sejam protegidos contra a influência do maligno e subtraídos a seu domínio, fala-se de exorcismo. Jesus o praticou, é Dele que a Igreja recebeu o poder e o encargo de exorcisar. Sob uma forma simples, o exorcismo é praticado durante a celebração do Batismo. O exorcismo solene, chamado ‘grande exorcismo’, só pode ser praticado por um sacerdote, com a permissão do Bispo. Nele é necessário proceder com prudência, observando estritamente as regras estabelecidas pela Igreja. O exorcismo visa expulsar os demônios ou livrar da influência demoníaca, e isto pela autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja. Bem diferente é o caso de doenças, sobretudo psíquicas, cujo tratamento depende da ciência médica. É importante, pois, assegurar-se, antes de celebrar o exorcismo, se se trata de uma presença do maligno ou de uma doença”(Cf. n. 1673).
A Igreja Católica trata a questão, como está explicitado, com muita seriedade. A “Fé dignifica a vida do ser humano”. O encontro e a certeza da sua existência de Deus nos livram do Mal. Confiemos na Palavra do Senhor que diz: “Não peço que os tire do mundo, mas que os guardes do Maligno”(Cf. Jo 17,15). O filme é uma produção que nos coloca diante de questionamentos existenciais e absolutos interessantes e necessários. Vale a pena ser visto e refletido. Assim o seja!
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