O Santo Padre, Bento XVI, vem pedindo que seja pensada e articulada, nas Dioceses, a pastoral universitária. Como as demais vias de organização da ação evangelizadora da Igreja, esta pastoral precisa ter um grupo de batizados, uma metodologia e uma finalidade própria que visem a comunhão eclesial, fruto da experiência com o ressuscitado, que é o seu conteúdo mais específico, na comunidade credente, e que possibilite o testemunho e o protagonismo do discípulo missionário no tempo e no espaço no qual ele se encontre.
Na nossa Arquidiocese, mesmo com sua marca registrada, principalmente com os movimentos sociais e a presença de padres nas universidades, lá pelos idos das décadas 60-70, houve mais recentemente um distanciamento da Igreja deste importantíssimo lugar de Evangelização. No mundo atual, para uma eficaz e tonificante ação evangelizadora, a Igreja não pode prescindir da sua presença no mundo acadêmico. De lá é que vem as futuras lideranças e os patrocinadores dos gerenciamentos políticos e econômicos do País. Os profissionais que estarão à frente de decisões dos vários setores das definições e empreendimentos estão localizados aí. Por mais que se observem casos esdrúxulos de chefes políticos ocupando altos cargos públicos, tenhamos certeza que na retaguarda há sempre cabeças pensantes, ou mais propriamente, com formas gnoseológicas bem esquematizadas. A questão mais importante e preocupante é: o que eles pensam e o que desejam para si e para os outros? Aqui é que entraria a necessidade premente da pastoral universitária como meio personalizado e evangélico da formação de cristãos livres e conscientes da sua missão no mundo, como anunciadores e denunciadores de tudo o que não está de acordo com vontade amorosa de Deus que quer que todos tenham vida e a tenham em abundancia (Jo 10,10).
Tendo em vista estes aspectos, convém propor que a pastoral universitária pudesse ser iniciada nas várias paróquias da nossa arquidiocese. Todos os padres, através dos zonais, pela capilaridade e credibilidade que temos, com o apoio do bispo diocesano, que é o principal responsável por toda e qualquer pastoral diocesana, poderíamos tentar viabilizar esta iniciativa desafiadora e sumamente importante. Como não temos caminho mais direto para se chegar às universidades, façamos com que os cristãos universitários das nossas comunidades paroquiais possam ver a verdadeira face da Igreja que é Mãe e Mestra (João XXIII). Como não sonhar que em todas as paróquias da diocese estivessem grupos de universitários e estudantes sendo acolhidos como filhos e filhas muito amados. Os pastores precisam estar atentos e sensibilizados com as várias situações e dificuldades presentes na vida de cada um. Todo o dinamismo pastoral da Igreja visa à felicidade da pessoa. Nas universidades, nos deparamos com vários professores falando e apresentando uma feição da Igreja de acordo com os seus paradigmas preconceituosos e pueris. O que observo é que eles falam do que não conhecem. Sem uma postura acadêmica séria, falam da Igreja sem uma consideração de fato universitária da história e da vida de muitos que são seus alunos. Parece uma ironia o fato de que as universidades surgiram no seio desta mesma Igreja.
Enfim, pelo bem das nossas comunidades paroquiais, da diocese e, principalmente, pelo bem da sociedade na sua totalidade, tenhamos a ousadia de alicerçar bem os parâmetros das mentes que pensam bem; mas que, antes de tudo, precisam amar para poder ser melhor, como sal da terra e luz deste mundo cheio de contradições pela falta de conversão daqueles que, chamados a servir e promover a vida de todos, na maioria das vezes não o fazem. Assim o seja!