São José de Mipibú - RN / Arquidiocese Natal

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Até Deus quer Maria como Mãe

"Mãe é um dom tão precioso, que até Deus quer ter uma". A Igreja de Cristo homenageia, de modo mais especial durante o mês de Maio, a pessoa de Maria, a Mãe de Deus. Quem não tem um conhecimento mais específico da teologia católica, pode querer saber o porquê desta expressão. Muito bem! É justo e necessário que se justifique o motivo que faz com a Igreja atribua a Maria esta qualificação. Segundo o Catecismo Católico, ela é "denominada nos Evangelhos 'a Mãe de Jesus' (Jo 2,1; 19,25, Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento do seu Filho, como 'a Mãe do meu Senhor' (Lc 1,43). Com efeito Aquele que ela concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne, não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos)" (CIC 495; DS Cf. DS 251).

O que é sublinhado nesta realização, que tem seu ponto de partida sempre na gratuidade de Deus, é a liberdade de Nossa Senhora em aceitar na sua história pessoal, o que é desígnio da História da Salvação, que é de Deus. A humanidade de Jesus tem na humanidade da Virgem o seu fulcro antropológico. A encarnação do verbo (Jo 1,14), possibilita que por causa da corporalidade de Nossa Senhora seja perceptível a forma própria de se poder confirmar que Jesus é semelhante a nós, exceto no pecado. A plenitude do tempo de Deus é acolhida por Aquela que precedeu todos os cristãos no livre arbítrio de arraigar o Reino de Deus, no tempo e no espaço (Gl 4,4; Mc 1,15). O mesmo Catecismo Católico, citando Santo Agostinho, assinala que a "Virgem Maria (...) é reconhecida e honrada como a verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. (...) Ela é também verdadeiramente 'Mãe dos membros de Cristo (...) porque cooperou pela caridade para que na Igreja nascessem os fiéis que são membros desta Cabeça. (...) Maria, Mãe de Cristo, Mãe da Igreja". (CIC 963).

A vocação de Maria à maternidade divina é concomitante à sua liberdade. Por isso que a Igreja convida todos os filhos de Deus a aprenderem na escola de Maria. O faça-se a tua vontade, emitido da boca de Maria, é a lição da pedagoga do Evangelho por excelência. O Magnificat que é cantado por Maria (Lc 1,46-55) pode ser tido como a cartilha que mostra o modo de viver a vontade divina em meio aos sinais dos tempos.

Se Deus quis que esta mulher fosse a Mãe do Seu Filho, porque muitos de nós cristãos, não entendemos a importância histórica de Maria Santíssima na revelação da vontade amorosa do Deus da vida? A Igreja nunca disse que a Mãe de Jesus ocupa o lugar, que é só Dele, na salvação do gênero humano. Falar de Maria como intercessora nossa, não é um absurdo teológico (Jo 2,1-11). Jesus não é intercessor, porque Ele é Deus. É consubstancial ao Pai. Se fala de Jesus como Mediador, por causa da sua missão histórica, pré e pós pascal. Ele é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). Há alguém que duvide disto?

Enfim, no dia dedicado a todas vós, as mães, e que sois tão queridas e maravilhosas, aprendais do testemunho e da vida da Virgem Maria, esta que Deus quis como Mãe do Seu Filho, como vós também possais fazer parte da sua ação salvífica e como a vossa dignidade não é conferida por nenhum outro; mas por Deus mesmo. Se nós existimos como filhos é porque vós existis como mães. Jesus também sentiu estes mesmos sentimentos. Se Ele, que é o único e eterno Salvador, aceitou a presença da sua Mãe até os últimos momentos da sua Páscoa e no próprio surgimento da Sua Igreja nascente (At 1,14), é porque até Deus fica feliz em ter uma mulher por Mãe. Parabéns a todas as mães e que Maria, Mãe de todas nós interceda por vós! Assim o seja!