A política se realiza nos espaços públicos. O político precisa estar no meio do povo e a serviço do povo. Ele é empregado do povo. Foi eleito para servir ao povo. Precisa ser uma pessoa de índole probata. Antes de tudo, que seja um ser humano honesto; justo; verdadeiro; integro; que seu sim, seja sim! Seu não, seja não! Sóbrio; bem formado; se for cristão, que o seja com testemunho; temente a Deus e não adorador do dinheiro e do poder que persegue e escraviza, direta ou indiretamente, a ele e a seus adjacentes.
O bom político é sempre um bom harmonizador. Desde a antiguidade, ele é o ser humano da cidade. Porque nela estão os habitantes que querem a felicidade e bem, que realizam-se pela justiça. Quem não tem em vista a dimensão ética da política; com certeza, quando eleito para assumir quaisquer tarefas públicas, vai brincar de ser “gestor”. A gestão, no novo paradigma de administração da coisa pública, exige uma articulação institucional bem arquitetada. A microfisica do poder, sobre a qual fala tão bem, o filosofo francês, Michel Foucault, é bem pertinente para uma hermenêutica das relações institucionais do Estado Democrático de Direito. Só o poder limite outro poder, nestas relações estruturais. Infelizmente, ainda, nalgumas cidades tratadas e tidas como blocos feudais, esta possibilidade não acontece como deveria. Isto faz com que, os direitos e deveres dos gestores públicos e representantes dos cidadãos do município, não sejam observados; ou, vice-versa. A culpa, destas situações presentes em todos os recantos do nosso País, não deixa de ser do próprio povo. No art. 1º, parágrafo único, a Carta Magna assevera que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Por conseguinte, este é o que deveria ser exigido pelo próprio povo, no que compete à obrigação dos empregados do povo nas suas atitudes e atos administrativos.
Por isso, que, é inconcebível um prefeito do município que não more na cidade, da qual é o(a) chefe do executivo(a). Não se consegue administrar por telefone. Um gestor sério tem que se interar diariamente dos problemas existentes na comunidade. Quando as informações vêm por terceiros, normalmente chegam de modo tendencioso e deturpado; atrapalhando, desta forma, a seriedade das decisões administrativas. Sendo assim, os prefeitos tomem consciência e assumam as responsabilidades de morarem e sentirem, com dignidade, as alegrias e as angústias dos habitantes da cidade com a qual eles ou elas selaram um compromisso. O pior é quando se percebe nitidamente que não há amor pela cidade da qual se é servidor público. “Quem não ama, não cuida!”. A primeira coisa que eles e seus familiares botam na mente é que, naquela circunstancia, não possível viver. Disto, pode-se inferir que ser prefeito destas cidades é uma “brincadeira de criança”. Vaidade das vaidades. Nem sempre quem tem o dinheiro, tem o poder. O poder na Posmodernidade, principalmente devido aos meios de comunicação, toma uma forma anímica e corrente em todos os tempos e lugares.
A Constituição Federal tipifica o que compete aos Municípios na realização da administração direta deste ente federativo (CF. Art. 30, inc. I-IX). Os prefeitos podem argumentar que não averbera-se sobre o local onde eles devem morar. Contudo, faz muito mal a uma comunidade, um prefeito que não acolhe o seu mister de ser humano que escolheu dedicar-se ao serviço dos bens públicos que, por sua vez, pertencem aos cidadãos. Caros prefeitos, tratem bem o querido Povo de Deus! Não maltratem este Povo. A justiça nunca falha, nunca... quem está contra o povo, não está com Deus. Assim o seja!