Os profissionais de hoje precisam buscar a excelência. Todas as pessoas que têm consciência do seu papel como agentes sociais devem se sentir impulsionados a aperfeiçoarem-se mais e mais. O mundo competitivo exige isto dos membros das várias instituições e organizações empresariais. Quem não se atualiza fica a margem das poucas opções de trabalhos que são oferecidos pelo sistema. O que possibilita uma reflexão sobre a questão é uma olhada microscópica sobre a conjuntura mercadológica.
O mercado se alimenta da compra-venda de mercadorias e da competitividade. Ultimamente, outrossim, com a crise econômica mundial se mostrou que a especulação financeira é a mais recente mão invisível do sistema capitalista. Mediante o mundo virtual a força do poder econômico comandou as rédeas das transações monetárias que agora se injetam como se fossem um mundo a parte das reais condições de atividades da humanidade.
Neste processo de contínuo progresso rumo ao encontro com deus do ter, as pessoas se tornaram objetos de todos os mecanismos de sustentação deste "Zeus" da Posmodernidade.
Os pensadores logo hão de começar a escrever e a falar sobre este novo elemento que caracteriza as artimanhas deste mundo que é globalizado pelos meios de comunicação, que relativiza o que é absoluto, que imanentiza o transcendente, que transforma o finito em infinito, que desvaloriza o que é de valor, que destitui para se destituir.
Para se sentir seguro, mesmo que não o seja, estes vários artífices correm continuamente pela forma mecanizada. Não humanizada e humanizadora. Eis o problema. O que dificulta uma realização progressista da humanidade é justamente esta falta de perspectiva futura, que não se confunde com o imediatismo feiticista, mas com a própria esperança humana de encontrar a plenitude da existência. Por isso, a formação do homem posmoderno é marcada pela tentativa de ter a excelência, mesmo sem ser excelente. O que se elimina do ser humano é o sentido da sua própria dignidade que é a capacidade de amar para pensar e pensar para melhor amar. A formação permanente precisa recuperar este horizonte antropológico. Enquanto as várias instâncias educativas e institucionais pensarem a formação continuada com paradigmas da sistêmica mercadológica, o ser humano será reduzido mais e mais a simples especiaria.
Hoje a qualificação, sem dúvida nenhuma, precisa ser desejada; porém, que modelos epistemológicos e axiológicos são observados para que esta perfeição não se torne infrutífera para a própria condição humana? Como pensar que uma tão bem usada tecnologia especulativa serve para tornar bilionários a alguns e desempregados a milhões?!
Por fim, a importância da qualificação permanente tem que ser vista por todos como um valor vital. Precisamos nos preparar para a vida. Quem estuda para ser mais, em vez de só pensar em ter mais, será alguém que tem porque é feliz e não é feliz porque tem.
Nós temos o que é efêmero; justamente porque o temos. Quem sente o que tem, transforma o meio pelo que ama e tem tudo que ama. Sendo assim, encaremos este desafio de querer a excelência que trás vida plena e dignidade humana para os que são protagonistas da sua História. Assim o seja!