São José de Mipibú - RN / Arquidiocese Natal

terça-feira, 9 de junho de 2009

Dia dos Namorados

Nas nossas comunidades os casais de namorados, noivos e cônjuges, já se prepararam para celebrar o “Dia dos Namorados”. Claro que nós, como cristãos, vemos esta data como um momento muito especial. Toda família tem sua gênese no encontro e no enamoramento de um Homem e uma Mulher que se amam. A Humanidade se desenvolveu por causa desta comunhão biológica, psicológica e sociológica. Só mediante esta relação é que a totalidade e o sentido da condição humana se dinamizam e acontecem no tempo e no espaço. Graças a este tipo de interação a cultura dá forma à Civilização. Não existe desenvolvimento humano sem a presença do homem e nem, muito menos, sem a presença da mulher que se doam um ao outro para contribuir com a obra do Criador. Ele mesmo os criou a sua imagem e a sua semelhança (Gn 1,26-27). Quem nega esta constatação, ainda não encontrou outra possibilidade digna de razoabilidade e credibilidade bio-psico-social da existência humana. São conjecturas e sofismas que não respeitam paradigmas e modelos transdisciplinares. Nem tampouco, podem fazê-lo, pois a própria possibilidade científica seria vítima do que configura as buscas do poder da ciência na Posmodernidade, que é o Nihilismo revelado no vazio e no caos individual, coletivo e global.

Neste dia tão especial para todos os casais, a proposta continua sendo a da Palavra de Deus. “Quem ama nasceu de Deus e conhece a Deus (1Jo 4,7)”. Deus é a fonte do amor; por isso, quem quer e deseja a consistência do amor, alimenta o amor amante e o amor amado. Se sentimos o desejo do amor é porque a semente já está presente em nós. A possibilidade para a vivência coerente e transcendente do amor acontece quando esta virtude humana se radica naquela que é divina (1Cor 13,13). A pessoa por falta de discernimento confunde a paixão com o amor. Para os casais de namorados esta falta de percepção pode acarretar em sérios problemas de relacionamento no presente e, principalmente, no futuro. Isto porque a paixão é invejosa, impaciente, orgulhosa, ciumenta, inconveniente, interesseira, irascível, rancorosa, injusta, mentirosa, egoísta e luxuriosa; enquanto que o amor é paciente, é prestativo, não é invejoso, não se ostenta, não é orgulhoso, não é inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não é rancoroso, não se alegra com a injustiça, se regozija com a verdade, tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta; pois o amor jamais passará (1Cor 13,4-8). O amor está no tempo, mas não é do tempo; dispensa a parte, para totalizar o espaço; torna real o ausente porque este sempre está presente. Não pode ser virtual porque exige o referencial.

Caros casais, todos temos a capacidade de amar e ser amados. Como buscá-lo se já não o tivéssemos?! Este Dia não pode ser, só e somente só, dia de oferecer bens materiais. Para muitos, pode acontecer de ser mais um ‘instante’ de comprar a outra pessoa. Para celebrar bem este dia todos vós deveis ser fieis um ao outro. Quem ama é fiel; e aqui a conotação é muito mais que um simples comando dos instintos. Quem ama não trai e nem se sente feliz em ser traído. No acompanhamento espiritual dos vários casais, percebi que os muitos cônjuges que têm suas relações matrimoniais perturbadas por causa de crises de ciúmes patológicos, ou viram estas experiências nos casamentos de seus pais ou foram vítimas das traições de seus companheiros. Aqui, há a ressalva que, tanto quanto os homens, as mulheres devem ser fiéis!

Por fim, caros casais, que neste “Dia dos Namorados” façam uma reflexão de como cada um está vivendo a sua vida a dois. Quais valores humanos e cristãos norteiam a vossa vida? O amor verdadeiro de Cristo está vos ajudando a ser verdadeiros amantes e amados? Do mais, parabéns pelo vosso Dia! Assim o seja!