O papa Paulo VI certa vez afirmou que uma questão preocupante é que o homem moderno perdeu a consciência do pecado. Esta inquietação é de suma relevância a compreensão do sentido da vida para o homem Posmoderno. Este, por sua vez, perdeu os referenciais institucionais. Só que sua historicidade exige uma relação autoconfirmadora da identidade social. A Igreja católica é uma instituição que existe para evangelizar. O mesmo pontífice relaciona a dinâmica da evangelização com a promoção humana. A Igreja é perita em humanidade. Isto porque o divino se fez homem para que o homem pudesse ser divino, e este mesmo homem é chamado diariamente à conversão.
Atualmente as “minorias” têm muitos recursos para fazer suas manifestações. Elas querem criar uma nova ordem sistêmica. Como este cenário, vale a pena uma visualização apocalíptica! Muitos cordeiros serão imolados, porque se busca respeito, mas respeitar que é bom, nem pensar! Aliás, quem não se respeita e nem tem auto-estima nunca será capaz de acolher também o diferente! Depois daquela frase da jovem paulista pedindo para que alguém matasse um nordestino, o tema sobre o preconceito veio novamente à tona. Mas como negar que todo mundo tem “pré-conceitos”. Esta tendência faz parte da contingencialidade humana. O homem precisa ser lobo do outro homem; o outro será sempre o seu inferno; se existe o evolucionismo biológico, o social será uma realidade do transcendente para o transcendental. Todo mundo tem esses pressupostos, que normalmente são gnosiológicos, subjetivos e, por isso, culturais. Niklas Luhmann (autor alemão) analisa a evolução de ordens sistêmicas que evolutivamente dão sentido e se constroem na História. Estamos passando por uma nova metamorfose cultural, mesmo sem uma configuração identificada do tipo de construção civilizatória que queremos. O que os filósofos da ciência chamaram de paradigmas, os da área de humanidades ressignificaram para falar que está sendo travestido o que é humano e sempre demasiadamente humano. A única realidade que pode identificar ela mesma é o próprio ser humano. Todas as pessoas merecem respeito, todas! Suas tradições, seus costumes, seus valores, sua história, seus ideais... Este conflito no Estado de Direito sempre vai existir. Mas se vivemos numa democracia, como conceber que uma minoria sufoque o que é próprio da maioria?! O que se sabe é que tem muito dinheiro rolando por trás destes movimentos. Os defensores dos direitos das minorias, que verdadeiramente merecem todo respeito porque são filhos de Deus, se utilizam bem destas “oportunidades” para angariar muitos recursos e que nem sempre são aplicados como realmente deveriam. Os homossexuais, travestis, lésbicas e outros, sem perceber, muitas vezes são usados para manter a situação satisfatória de muitas pessoas sem escrúpulos e princípios éticos. Ninguém diga que reunir pessoas que são usadas como fantoches para que alguns sejam promovidos parasitariamente é o que vai levar dignidade a uma pessoa que por questões biológicas, sociais ou psicológicas tem um modo de viver diferente e que necessita de acolhimento, antes como filho(a) muito amado(a), apesar de seu pecado! Todos os seres humanos têm uma tendência para praticar o mal, todos! Isto não é um privilégio de quem é branco ou negro, hetero ou homo, rico ou pobre etc, mas Cristo morreu por todos. Isto não é fundamentalismo religioso e, quiçá, possa ser! Quem não tem fundamentos, quem é e o que é? Quem poderia dizer diferente que o diga... Mas os elementos estão postos e quem tem outros pontos de vista porque não os defende com honradez e honestidade? Não respeita mais os outros? Por que violenta os sentimentos religiosos e íntimos dos demais?
Homofóbico é quem não diz ao homossexual e outras minorias que eles precisam ter mais hombridade, porque são dignos filhos de Deus e podem ser reconhecidos pelo trabalho; pela busca de educação; pela competência; pelo amor a família e etc, e não pela vulgaridade; violência; desrespeito pelos valores dos outros, também; ou se esquecem disto!?
Por fim, busquem seus direitos, porém, não esqueçam de respeitar o que é dos outros! Uma ordem que se pretende humana, nunca maltratará o que verdadeiramente humano. Tem muito mercenário se dizendo protetor das causas quase impossíveis. Cuidado! Diga com quem andas que todos vos dirão quem és... Assim o seja!
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Quem é homofóbico?
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terça-feira, 7 de dezembro de 2010
O Papa e os preservativos
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Nestes últimos dias surgiram divulgações e comentários jornalísticos em torno da resposta do Santo Padre, O Papa Bento XVI, o qual ao ser indagado sobre a questão do uso dos preservativos declara: “É obvio que ela (a Igreja) não os vê como uma solução real e moral. Não obstante, em um ou outro caso, podem ser, ‘na intenção de reduzir o perigo de contágio’, um primeiro passo no caminho rumo a uma sexualidade mais humana” (cf. Zenit). Contudo, muito mais relevante para compreensão do pensamento do Pontífice é o que ele afirma sobre o significado da sexualidade: “O importante é que o homem é alma e corpo, que ele é ele mesmo enquanto corpo e que, por isso, é possível conceber o corpo de forma positiva e a sexualidade como um dom positivo. Através dela, o homem participa da condição criadora de Deus. Encontrar esta concepção positiva e cuidar desse tesouro que nos foi dado é uma grande tarefa” (Idem). Estas questões podem ser lidas no livro “Luz do Mundo”, que segundo o autor, Peter Seewald, o papa apresenta um amplo “panorama”, em seis horas de entrevista realizadas em junho passado, em Castel Gandolfo, na residência de verão dos pontífices.
O que o papa disse em hipótese alguma fere o que é magistério eclesiástico. O bombardeio jornalístico focou a atenção muito mais no uso da camisinha do que na afirmação do pontífice sobre o sentido da sexualidade. Sem dúvida, com um teor de ideologia da ditadura do relativismo Posmoderno, foi imediatamente traçado uma massificação das palavras do pontífice para que o uso das “sacolas de plástico” possa passar a ser visto, paulatinamente, como a solução para os reais problemas que afligem a vivência da sexualidade, que “é uma componente fundamental da personalidade, um modo de ser, de se manifestar, de se comunicar com os outros, de sentir, de expressar e de viver o amor humano. Esta capacidade de amor como dom de si tem, por isso, uma encarnação no caráter esponsal do corpo, no qual se inscreve a masculinidade e a feminilidade da pessoa. (...) A sexualidade deve ser orientada, elevada e integrada pelo amor, que é o único a torná-la verdadeiramente humana. Quando tal amor se realiza no matrimônio, o dom de si exprime, por intermédio do corpo, a complementaridade e a totalidade do dom; o amor conjugal torna-se, então, força que enriquece e faz crescer as pessoas e, ao mesmo tempo, contribui para alimentar a civilização do amor; quando pelo contrário falta o sentido e o significado do dom na sexualidade, acontece uma civilização das coisas e não das pessoas; uma civilização onde as pessoas se usam como se usam as coisas. No contexto da civilização do desfrutamento, a mulher pode tornar-se para o homem um objeto, os filhos um obstáculo para os pais” (cf. sexualidade humana: verdade e significado, 10).
A assertiva do pontífice deverá ser interpretada tendo-se em vista questões urgentes e circunstanciais. A sexualidade não perde sua finalidade de ser meio de realização da pessoa humana. A vivência da sexualidade implica doação e integração total. Por sinal, uma das características de pessoas que vivem uma sexualidade desumanizada é desequilíbrio psicossocial. Basta conversarmos com pessoas que têm esta vivência. Mas não deveria ser o contrário!? Só que não é. Pela sua significância para realização humana, a sexualidade só é meio de satisfação psicoafetivamente e conseqüentemente, potencialidade criadora da Civilização quando tem sua intenção finalística plenamente respeitada.
Por fim, que a experiência do amor seja a qualidade inerente às relações sexuais e que, assim sendo, tudo possa ser um sinal deste amor do Criador. Assim o seja!
O que o papa disse em hipótese alguma fere o que é magistério eclesiástico. O bombardeio jornalístico focou a atenção muito mais no uso da camisinha do que na afirmação do pontífice sobre o sentido da sexualidade. Sem dúvida, com um teor de ideologia da ditadura do relativismo Posmoderno, foi imediatamente traçado uma massificação das palavras do pontífice para que o uso das “sacolas de plástico” possa passar a ser visto, paulatinamente, como a solução para os reais problemas que afligem a vivência da sexualidade, que “é uma componente fundamental da personalidade, um modo de ser, de se manifestar, de se comunicar com os outros, de sentir, de expressar e de viver o amor humano. Esta capacidade de amor como dom de si tem, por isso, uma encarnação no caráter esponsal do corpo, no qual se inscreve a masculinidade e a feminilidade da pessoa. (...) A sexualidade deve ser orientada, elevada e integrada pelo amor, que é o único a torná-la verdadeiramente humana. Quando tal amor se realiza no matrimônio, o dom de si exprime, por intermédio do corpo, a complementaridade e a totalidade do dom; o amor conjugal torna-se, então, força que enriquece e faz crescer as pessoas e, ao mesmo tempo, contribui para alimentar a civilização do amor; quando pelo contrário falta o sentido e o significado do dom na sexualidade, acontece uma civilização das coisas e não das pessoas; uma civilização onde as pessoas se usam como se usam as coisas. No contexto da civilização do desfrutamento, a mulher pode tornar-se para o homem um objeto, os filhos um obstáculo para os pais” (cf. sexualidade humana: verdade e significado, 10).
A assertiva do pontífice deverá ser interpretada tendo-se em vista questões urgentes e circunstanciais. A sexualidade não perde sua finalidade de ser meio de realização da pessoa humana. A vivência da sexualidade implica doação e integração total. Por sinal, uma das características de pessoas que vivem uma sexualidade desumanizada é desequilíbrio psicossocial. Basta conversarmos com pessoas que têm esta vivência. Mas não deveria ser o contrário!? Só que não é. Pela sua significância para realização humana, a sexualidade só é meio de satisfação psicoafetivamente e conseqüentemente, potencialidade criadora da Civilização quando tem sua intenção finalística plenamente respeitada.
Por fim, que a experiência do amor seja a qualidade inerente às relações sexuais e que, assim sendo, tudo possa ser um sinal deste amor do Criador. Assim o seja!
sábado, 20 de novembro de 2010
Uma visita à Assembléia Legislativa
Sempre ouvi pessoas dizendo que a casa onde os representantes do legislativo exercem seu poder de delegados do povo, pertencia a esse mesmo povo. Ainda, estão por lá, os vários funcionários de plantão que são pagos com o dinheiro deste povo para atenderem às pessoas que são seus reais empregadores. Tudo isto é tão lindo! Parece que a ilha utópica de Tomas More por lá chegou, mas reluta em não ficar. Os leitores logo acharão engraçado. Eu também. Pois é mais uma piada da dita, democracia brasileira. Estava lendo que as instituições de maior credibilidade da sociedade brasileira são as Forças Armadas e a Igreja Católica (Cf. Instituto Getúlio Vargas) Por que será? Basta uma simples visita a uma destas casas. Quando não está do lado deles, criticam a mídia por causa desta falta de crédito da comunidade na sua classe. Mas não é! Os meios de comunicação, quando exercem com seriedade seu múnus, reproduzem o que é latente à realidade. Os políticos não estão nem querem se preparar para ser servidores dos cidadãos na justiça e na verdade. Preferem enganar e mentir com seus desvios de conduta e de honradez. No Brasil hodierno, ser político, parece mais coisa de vagabundo e gente vaidosa. Para os pobres que se candidatam é porque querem se promover mais facilmente, e para os ricos é pura vaidade. O poder é uma tentação de todos. Nem sempre, quem tem dinheiro, o tem. Como a massa se corrompe porque não tem educação, nem saúde, nem segurança etc, então os corruptores se aproveitam, como sanguessugas, das misérias sociais dos mais pobres. Lá, nestas casas, também percebemos esta tendência. As pessoas são maltratadas porque, para eles, todos vão lá para pedir um dinheirinho. Como eles são, como são, os demais cidadãos também o sejam. Existem, ainda, pessoas, que têm ciência que aquela instancia é bem público e que aqueles outros cidadãos que estão ali têm a obrigação de tratar respeitosamente às pessoas. Será que eles se esquecem de receber seus salários no final do mês? Claro que eu me refiro aos que, mesmo desastrosamente, fazem alguma atividade! Pois nem falamos nos parasitas que nem lá aparecem, mas recebem as moedas por causa dos acordões dos tempos da campanha. Será que não há possibilidade de limpar aquele almoxarifado da prodigalidade, daquele que deveria ser o espaço da ação democrática por excelência?
Os deputados não são encontrados. Os atendentes mentem mais que animal ruim de preá. Com certeza, poucos têm formação e condições de trabalhar ali, porque, se o tivessem, estavam num lugar que oferecesse mais estabilidade empregatícia e econômica. E muitos que hoje têm alguma seguridade é porque entraram antes da obrigação concursal tipificada pela Constituição de 1988. Será que não há reciclagem para os funcionários? Pode ter certeza que estão precisando! Até para mentir tem que haver alguma artimanha. Se os senhores que deveriam estar para atender aos seus empregadores não estão, ao menos que colocassem gente mais idônea para receber os cidadãos!
Mesmo sabendo que a culpa é nossa, que ainda não aprendemos a votar, vale a deixa que uma casa se caracteriza como espaço de acolhimento; por isso, aquela que é do povo, em hipótese alguma pode ser diferente. Caros políticos, como dizem os simples: “falta de aviso não foi!” a pesquisa poderia nos apontar para uma necessária reflexão, a saber: Que tipo de democracia nós ainda estamos vivendo e malevolamente celebrando? A política deveria nos levar ao verdadeiro exercício da liberdade. O que ela é muitos sabem, mas o que de fato significa, muitos ainda estão precisando descobrir. Assim o seja!
Os deputados não são encontrados. Os atendentes mentem mais que animal ruim de preá. Com certeza, poucos têm formação e condições de trabalhar ali, porque, se o tivessem, estavam num lugar que oferecesse mais estabilidade empregatícia e econômica. E muitos que hoje têm alguma seguridade é porque entraram antes da obrigação concursal tipificada pela Constituição de 1988. Será que não há reciclagem para os funcionários? Pode ter certeza que estão precisando! Até para mentir tem que haver alguma artimanha. Se os senhores que deveriam estar para atender aos seus empregadores não estão, ao menos que colocassem gente mais idônea para receber os cidadãos!
Mesmo sabendo que a culpa é nossa, que ainda não aprendemos a votar, vale a deixa que uma casa se caracteriza como espaço de acolhimento; por isso, aquela que é do povo, em hipótese alguma pode ser diferente. Caros políticos, como dizem os simples: “falta de aviso não foi!” a pesquisa poderia nos apontar para uma necessária reflexão, a saber: Que tipo de democracia nós ainda estamos vivendo e malevolamente celebrando? A política deveria nos levar ao verdadeiro exercício da liberdade. O que ela é muitos sabem, mas o que de fato significa, muitos ainda estão precisando descobrir. Assim o seja!
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
O Pároco
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No código de Direito Canônico, art. 519, está codificado que o pároco é o pastor próprio da paróquia a ele confiada; exerce o cuidado pastoral da comunidade que lhe foi entregue, sob a autoridade do Bispo diocesano, em cujo ministério de Cristo é chamado a participar, a fim de exercer em favor dessa comunidade o múnus de ensinar, santificar e governar, com a cooperação dos fiéis leigos, de acordo com o direito. A experiência parocal é muito exigente. As relações estabelecidas envolvem muitas pessoas. Há um dinamismo muito enriquecedor, quando vivido com responsabilidade e testemunho, de ambas as partes, ou seja, a pessoa do pároco e dos paroquianos. Um texto de leitura satisfatória e deleitosa, para qualquer bibliófilo, é o “Diário de um pároco de aldeia” de Bernanos (escritor francês). O mesmo, ao iniciar sua genial obra, diz “minha paróquia, parafraseando o pároco, é uma paróquia como todas as outras. Todas as paróquias se parecem. As paróquias de hoje, naturalmente. Eu dizia ontem ao pároco de Nerofontes: o bem e o mal devem ficar em equilíbrio nelas, só que o centro de gravidade está lá embaixo, bem lá embaixo”. Como escritor, não teólogo, este centro não vem tão bem elucidado pelo autor, que, se o fosse, deveria dizer que este centro de gravidade é o mistério pascal de Cristo, que é força motriz e vencedora do mal que assola muitas vezes às paróquias. Mas porque nela estão presentes pessoas, que por mais pecadores que o sejam, são filhos de Deus, apesar de muitas vezes se comportarem como filhos da mentira.
O tipo de relação que o pároco, mistagogicamente, deve ter com a paróquia é a mesma que Cristo teve com sua Igreja (Ef. 5,25), ou seja, ele se consagra e a ela se doa. Vale tomar a metáfora e dizer que a paróquia para o pároco é como uma esposa para a qual o “padre homem e o homem padre” está permanentemente a dedicar-se. Com fidelidade e respeito, amando e respeitando-a até que providencialmente Deus os separe. O equilíbrio humano, refletido na postura de quem está apto a ser Pater família” (Pai de família), é algo a ser atualmente zelado por quem tem a responsabilidade de formar futuros sacerdotes. O escritor tem razão quando diz que sua paróquia é como as outras, mas o ponto de equilíbrio será aquele que agirá “in persona Christi”. Um pároco de uma cabeça bagunçada, faz muito mal a sua paróquia. Um padre, que não dá testemunho e que não tem uma identidade sacerdotal que se define diariamente para Cristo, vicia e tenderá os fiéis para o mal. O múnus de ensinar, santificar e governar a paróquia será responsabilidade deste pastor próprio, em comunhão com o Bispo. O papa João Paulo II afirmou que o padre de ontem, de hoje e de amanhã deve se configurar a Cristo (Pastores dabo vobis, 5). A cultura da mediocridade que impulsiona a muitos serem amantes do luxo, do materialismo, do carreirismo, da sexualidade doentia e do laxismo moral precisa ser superada. O Papa Bento XVI afirmou que os piores inimigos da Igreja estão dentro da própria Igreja.
Tomando o outro lado, lembro aos fiéis leigos que estes também são responsáveis pelo bem da vossa paróquia. O pároco precisa trabalhar com pessoas de amor a Cristo e a sua Igreja. Esta não pode ser usada para promoções individuais, no campo econômico, político e social. É a comunidade dos fiéis batizados. Com eles e o pároco deve haver parceria e consciência de pertença a Cristo, marcada pelo Batismo. Este sacramento os faz participarem de um único Povo, que é o de Deus. Jesus no capítulo 17 de João nos dá a pista para o tipo de relação entre este Povo e o seu sacerdote.
Por fim, o amor não dispensa a justiça. O pároco e os fiéis não podem esquecer destas atitudes. O pároco ensina o amor que santifica e que se santifica e age com a justiça que não perde nem é perdida. O mesmo Cristo que perdoa é o mesmo que diz que não peques mais. Amor sem justiça é alimento que cria sanguessugas. Hoje a maior proposta é que todos se tornem discípulos missionários para renovação de todas as estruturas, individuais e coletivas. Assim o seja!
O tipo de relação que o pároco, mistagogicamente, deve ter com a paróquia é a mesma que Cristo teve com sua Igreja (Ef. 5,25), ou seja, ele se consagra e a ela se doa. Vale tomar a metáfora e dizer que a paróquia para o pároco é como uma esposa para a qual o “padre homem e o homem padre” está permanentemente a dedicar-se. Com fidelidade e respeito, amando e respeitando-a até que providencialmente Deus os separe. O equilíbrio humano, refletido na postura de quem está apto a ser Pater família” (Pai de família), é algo a ser atualmente zelado por quem tem a responsabilidade de formar futuros sacerdotes. O escritor tem razão quando diz que sua paróquia é como as outras, mas o ponto de equilíbrio será aquele que agirá “in persona Christi”. Um pároco de uma cabeça bagunçada, faz muito mal a sua paróquia. Um padre, que não dá testemunho e que não tem uma identidade sacerdotal que se define diariamente para Cristo, vicia e tenderá os fiéis para o mal. O múnus de ensinar, santificar e governar a paróquia será responsabilidade deste pastor próprio, em comunhão com o Bispo. O papa João Paulo II afirmou que o padre de ontem, de hoje e de amanhã deve se configurar a Cristo (Pastores dabo vobis, 5). A cultura da mediocridade que impulsiona a muitos serem amantes do luxo, do materialismo, do carreirismo, da sexualidade doentia e do laxismo moral precisa ser superada. O Papa Bento XVI afirmou que os piores inimigos da Igreja estão dentro da própria Igreja.
Tomando o outro lado, lembro aos fiéis leigos que estes também são responsáveis pelo bem da vossa paróquia. O pároco precisa trabalhar com pessoas de amor a Cristo e a sua Igreja. Esta não pode ser usada para promoções individuais, no campo econômico, político e social. É a comunidade dos fiéis batizados. Com eles e o pároco deve haver parceria e consciência de pertença a Cristo, marcada pelo Batismo. Este sacramento os faz participarem de um único Povo, que é o de Deus. Jesus no capítulo 17 de João nos dá a pista para o tipo de relação entre este Povo e o seu sacerdote.
Por fim, o amor não dispensa a justiça. O pároco e os fiéis não podem esquecer destas atitudes. O pároco ensina o amor que santifica e que se santifica e age com a justiça que não perde nem é perdida. O mesmo Cristo que perdoa é o mesmo que diz que não peques mais. Amor sem justiça é alimento que cria sanguessugas. Hoje a maior proposta é que todos se tornem discípulos missionários para renovação de todas as estruturas, individuais e coletivas. Assim o seja!
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
A Igreja e suas orientações
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A Igreja tem personalidade jurídica, reconhecida pelo Estado Brasileiro, mais recentemente oficializada mediante estatuto jurídico firmado e celebrado entre o governo brasileiro e a Santa Sé. Ao introduzir o estado da questão as Altas Partes, assim se pronunciam que: “os contratantes são, cada um na própria ordem, autônomos e se baseiam nos documentos do Concílio Vaticano II e no Código de Direito Canônico, e a República Federativa do Brasil, no seu ordenamento jurídico”. No Artigo 10, § 1º está codificado que a República Federativa do Brasil reconhece à Igreja Católica o direito de constituir e administrar Seminários e outros Institutos eclesiásticos de formação e cultura. A Congregação para a Educação Católica publicou no dia 23 de Novembro de 2008 as “Orientações para a utilização das competências psicológicas na admissão e na formação dos candidatos ao sacerdócio”, onde elucida que cabe à Igreja escolher as pessoas que considera aptas para o ministério pastoral e é seu direito e dever verificar a presença das qualidades requeridas naqueles que ela admite ao ministério sagrado. E ainda, o Código de Direito Canônico prevê que, para o escrutínio das qualidades requeridas para a ordenação, providencie-se, entre outras coisas, à investigação sobre o estado de saúde física e psíquica do candidato. O Cân. 1052 estabelece que “o Bispo, para poder proceder à ordenação, deve ter certeza moral acerca da idoneidade do candidato. Resulta daí que a Igreja tem o direito de verificar, inclusive recorrendo à ciência médica e psicológica, a idoneidade dos futuros presbíteros” (cf n. 11)
Não é segredo à Sociedade os tristes escândalos que, infelizmente, alguns sacerdotes com desequilíbrios psicoafetivos, (ou tem alguém que defenda ser uma opção?!), cometeram envolvendo crianças indefesas. É o caso da pedofilia, que vale ressaltar, não é um problema do clero; mas uma problemática humana e que precisa ser encarada com seriedade e honradez, para o bem das várias crianças indefesas. Claro que a Igreja, quando “orienta” um candidato a deixar o seminário, não quer dizer que seja só por questões de desvios sexuais. No entanto, estes problemas existem e infortunadamente e com muita freqüência tem gente querendo se esconder nas casas de formação, não por vocação ao ministério consagrado, mas para fugir das responsabilidades que o Mundo exigirá quanto os vários anseios da Vida de quaisquer cidadãos que são chamados a ser Homens e Mulheres íntegros e integrados socialmente. A Igreja está querendo corresponder aos desafios de ser testemunha da verdade em meio aos turbilhões dum pansexualismo desordenando e doentio. Para ser padre é fundamental que o candidato seja Homem de personalidade ajustada. A Igreja nunca negou a dignidade do cristão que, por questões até o momento, não bem explicadas, direciona sua atividade sexual para uma pessoa do mesmo sexo. Todos são filhos de Deus. São amados por Deus e essa certeza de amor e fé ninguém pode esquecer. Urge considerar, que essa mesma Igreja pode ter suas orientações disciplinares. Ela também não pode ser livre? Porque não?! Ninguém é obrigado a ser Padre e, se o desejar, que o seja com dignidade, pensando em servir ao Povo de Deus, pelo testemunho de vida e serviço.
Por fim, rendamos graças ao bom Deus pelo Seminário de São Pedro da Arquidiocese de Natal, que tanto bem já fez à Sociedade, formando, não só sacerdotes, mas também leigos engajados, para o bem dos fiéis e hoje, mui especialmente, à equipe de formação que na pessoa do seu Reitor, que é um Homem justo, que dedica-se para que os futuros sacerdotes possam ser Homens de serviço e doação ao querido Povo de Deus, a quem também agradecemos pelas ajudas materiais e espirituais concedidas ao Seminário, porque deseja que esta mesma casa continue a oferecer sacerdotes santos para o serviço e santificação dos fiéis. Assim o seja!
Não é segredo à Sociedade os tristes escândalos que, infelizmente, alguns sacerdotes com desequilíbrios psicoafetivos, (ou tem alguém que defenda ser uma opção?!), cometeram envolvendo crianças indefesas. É o caso da pedofilia, que vale ressaltar, não é um problema do clero; mas uma problemática humana e que precisa ser encarada com seriedade e honradez, para o bem das várias crianças indefesas. Claro que a Igreja, quando “orienta” um candidato a deixar o seminário, não quer dizer que seja só por questões de desvios sexuais. No entanto, estes problemas existem e infortunadamente e com muita freqüência tem gente querendo se esconder nas casas de formação, não por vocação ao ministério consagrado, mas para fugir das responsabilidades que o Mundo exigirá quanto os vários anseios da Vida de quaisquer cidadãos que são chamados a ser Homens e Mulheres íntegros e integrados socialmente. A Igreja está querendo corresponder aos desafios de ser testemunha da verdade em meio aos turbilhões dum pansexualismo desordenando e doentio. Para ser padre é fundamental que o candidato seja Homem de personalidade ajustada. A Igreja nunca negou a dignidade do cristão que, por questões até o momento, não bem explicadas, direciona sua atividade sexual para uma pessoa do mesmo sexo. Todos são filhos de Deus. São amados por Deus e essa certeza de amor e fé ninguém pode esquecer. Urge considerar, que essa mesma Igreja pode ter suas orientações disciplinares. Ela também não pode ser livre? Porque não?! Ninguém é obrigado a ser Padre e, se o desejar, que o seja com dignidade, pensando em servir ao Povo de Deus, pelo testemunho de vida e serviço.
Por fim, rendamos graças ao bom Deus pelo Seminário de São Pedro da Arquidiocese de Natal, que tanto bem já fez à Sociedade, formando, não só sacerdotes, mas também leigos engajados, para o bem dos fiéis e hoje, mui especialmente, à equipe de formação que na pessoa do seu Reitor, que é um Homem justo, que dedica-se para que os futuros sacerdotes possam ser Homens de serviço e doação ao querido Povo de Deus, a quem também agradecemos pelas ajudas materiais e espirituais concedidas ao Seminário, porque deseja que esta mesma casa continue a oferecer sacerdotes santos para o serviço e santificação dos fiéis. Assim o seja!
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
O que fortalece a Igreja?
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pós-modernidade
O referencial da nossa conversão é Jesus Cristo. Sua pessoa e sua obra. Alguém poderia perguntar onde este mestre e senhor pode ser conhecido? A resposta é imediata: na palavra de Deus, claro que sem negar os demais lugares de encontro (cf. DA, n. 246-275). O princípio teológico e hermenêutico para o inicio deste processo é saber que ele “no princípio era o Verbo, e o Verbo estava voltado para Deus, e o Verbo era Deus (...) e o Verbo se fez carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,1.14). Mesmo com sua preocupação circunstancial, a teologia paulina seria utilizada no futuro para que nós possamos compreender universalmente a importância da sua eclesiologia para o passado, para o presente e, ainda mais, para o futuro. Os padres conciliares ao apresentarem a Igreja, metaforicamente, como corpo de Cristo afirmam que “assim como são muitos os membros do corpo humano, mas o corpo é um só, também os fiéis (cf. 1Cor 12,12). Na edificação do corpo de Cristo há igualmente diversidade de membros e de funções. O Espírito é sempre o mesmo, que distribui os seus dons segundo sua generosidade, as necessidades do ministério e a utilidade da Igreja (in. LG, cf. 1Cor 12,1-11)”. Sem delongas, vale sublinhar três ações que sinalizam a augusta necessidade da Igreja como luz do mundo, a saber: 1) O testemunho; 2) A comunhão e 3) O profetismo.
O testemunho: O mundo está carente de testemunhas do Evangelho. Jesus, depois de falar da importância das bem aventuranças, acrescentou que os seus ‘ouvintes’ devem ser “Sal da terra e Luz do mundo (cf. Mt 5,13-16)”. As pessoas perderam os referenciais da Verdade. Esta inclui, sem dúvida, as palavras e as obras. A ação humana só ecoa se estiver carregada de testemunho de vida. Os pensadores da Humanidade falam duma crise do humano. Se existe uma confusão do que é humano é porque existe um obscurecimento do que é divino. O ocultamento de Deus é uma inventiva desumana de quem não entende que Ele é necessário para o esclarecimento humano. A crise da Era Posmoderna, delineada por pensadores sociais, é visível diante das crises existenciais do Humano. Os desencontros pessoais e globais são bases para a reflexão do que é mister ser mudado para o bem futuro da Humanidade. O testemunho cristão é Luz para essa empreitada. Isso porque é constituído sobre palavras de Vida Eterna.
A Comunhão: Esta constituição nos levará a uma possibilidade e necessária comunhão universal. Nenhum projeto de ética ou humanismo tem consistência sem uma unidade que respeite as diversidades. Claro que será uma projeção da Esperança cristã. Não da Utopia, que é um “não lugar”. A via cristã tem lugar no tempo e no espaço da História da Humanidade. Por isso, um sacramento universal de Vida e Salvação é condição imprescindível para esta realização.
O Profetismo: O verdadeiro profetismo não violenta a realidade. Infelizmente durante algum tempo existiu alguém que achou isto. A profecia para ser autenticamente divina não dispensa o que é humano; mas o aperfeiçoa e o condiciona à vontade de Deus. O amor e a razão elevam as atitudes do profeta. Ele não pode ser um mero visionário. Por acaso, o que é de Deus é ilusão?! Deus pode ser o pai de uma mentira? A História da Salvação para quem tem Fé é um auto-engano? Não. Como Discípulos de Jesus Cristo, somos chamados a ser profetas no Mundo, hoje.
Por fim, que nossas atitudes como filhos de Deus e da Igreja sejam as marcas da credibilidade tão necessária para consecução duma Sociedade onde ainda possa reinar a Verdade e a Justiça. Estas fortalecem as pessoas e a comunidade. Assim o seja!
O testemunho: O mundo está carente de testemunhas do Evangelho. Jesus, depois de falar da importância das bem aventuranças, acrescentou que os seus ‘ouvintes’ devem ser “Sal da terra e Luz do mundo (cf. Mt 5,13-16)”. As pessoas perderam os referenciais da Verdade. Esta inclui, sem dúvida, as palavras e as obras. A ação humana só ecoa se estiver carregada de testemunho de vida. Os pensadores da Humanidade falam duma crise do humano. Se existe uma confusão do que é humano é porque existe um obscurecimento do que é divino. O ocultamento de Deus é uma inventiva desumana de quem não entende que Ele é necessário para o esclarecimento humano. A crise da Era Posmoderna, delineada por pensadores sociais, é visível diante das crises existenciais do Humano. Os desencontros pessoais e globais são bases para a reflexão do que é mister ser mudado para o bem futuro da Humanidade. O testemunho cristão é Luz para essa empreitada. Isso porque é constituído sobre palavras de Vida Eterna.
A Comunhão: Esta constituição nos levará a uma possibilidade e necessária comunhão universal. Nenhum projeto de ética ou humanismo tem consistência sem uma unidade que respeite as diversidades. Claro que será uma projeção da Esperança cristã. Não da Utopia, que é um “não lugar”. A via cristã tem lugar no tempo e no espaço da História da Humanidade. Por isso, um sacramento universal de Vida e Salvação é condição imprescindível para esta realização.
O Profetismo: O verdadeiro profetismo não violenta a realidade. Infelizmente durante algum tempo existiu alguém que achou isto. A profecia para ser autenticamente divina não dispensa o que é humano; mas o aperfeiçoa e o condiciona à vontade de Deus. O amor e a razão elevam as atitudes do profeta. Ele não pode ser um mero visionário. Por acaso, o que é de Deus é ilusão?! Deus pode ser o pai de uma mentira? A História da Salvação para quem tem Fé é um auto-engano? Não. Como Discípulos de Jesus Cristo, somos chamados a ser profetas no Mundo, hoje.
Por fim, que nossas atitudes como filhos de Deus e da Igreja sejam as marcas da credibilidade tão necessária para consecução duma Sociedade onde ainda possa reinar a Verdade e a Justiça. Estas fortalecem as pessoas e a comunidade. Assim o seja!
É melhor ser ouvido
Nos vários recantos do País o Povo se prepara para escolher os seus representantes no exercício do Poder. Alguém, logo poderia rebater esta afirmação, que esse mesmo Povo não está ciente disto; contudo, essa continua sendo a realidade. As vontades são concedidas aos políticos para que os mesmos façam e efetivem o bem da coletividade. Se a pilantragem existe, eis aí outra questão que só caberá aos eleitores tomarem a iniciativa de mudar para melhor. Contudo, vale a indicação sempre necessária duma reformulação do pensar social que torne viável uma democracia fundada nas aptidões humanas fundamentais, como por exemplo, o respeito pela vida, desde a sua concepção até a sua morte natural, educação, moradia, segurança, lazer, comida, saúde e tantos outros bens necessários à integração física, psicológica e social das pessoas.
Quando vemos cidadãos muitas vezes até de formação acadêmica elevada, que vivem aplaudindo políticos despreparados, mesmo sabendo que eles mentem deslavadamente e sem nenhuma proposta legislativa e executiva enganam à massa sofrida, é que é decepcionante! Não adianta se enganar com o engano. Elogiar um incompetente com palmas e assovios é próprio da alienação infiltrada nos meios populares. Não existe líder enganador. Ele é só um aproveitador. Nós estamos na Era da mediocridade. Os valores perderam os fundamentos, que se relativizaram. O sentido da vida só é nutrido pela Verdade e esse horizonte para o qual todos queremos nos encaminhar. Porque alimentar uma mentira quando nós desejamos só a verdade?! A esquizofrenia está acontecendo justamente neste ponto. No mundo da política está sendo apresentado o perfil de líder que é aplaudido para ser ouvido e não ouvido para ser ovacionado. Agora isto sucede por que?! A política naufragou na mentira e agora tem sérias dificuldades para se restabelecer. Há quem diga que a democracia brasileira é uma pilhéria. Sem dúvida porque o nosso povo não é preparado para votar e nem para ser votado. Por incrível que pareça, uma pessoa de caráter tem vergonha de ser político nas nossas comunidades. Sem dúvida isto é terrível para quem sonha ver no poder que emana dos anseios do Povo uma esperança de pensar num melhor, onde a solidariedade e a justiça possam acontecer. Ressalto que esta discussão vale também para os ambientes eclesiais. Nesta situação o elemento indubitável para que esta trans formação aconteça existe, que é a Palavra de Deus. Basta conferir todos os discursos de Jesus sobre o Reino de Deus e o que ele significa. Um cristão não deve nunca se contentar em elogiar e se emparelhar com a mentira. “Às vezes acontece de até sacerdotes entrarem por esta linha; mas, o que se observa é que logo perdem a credibilidade da própria comunidade que deveria ouvi-lo e não só elogiá-lo, isto porque as palmas podem ser fruto da retórica enquanto que a escuta só acontece pela força do testemunho de vida”.
Sendo assim, vamos dar passos para que as nossas vidas, que têm sempre sua dimensão política, possam ser sinais da verdade que liberta os seres humanos das suas próprias mentiras que só lhe fazem sofrer e a seus semelhantes. O Cristão não se contenta com o seu próprio bem; mas sim, com a alegria de todos aqueles que são convidados a participar das festas dos filhos de Deus. Por isso, votemos conscientes e não batamos palmas para os mentirosos e medíocres de carteirinha. Vamos exigir mudanças qualitativas e quantitativas na ação política de nossos representantes. Assim o seja!
Quando vemos cidadãos muitas vezes até de formação acadêmica elevada, que vivem aplaudindo políticos despreparados, mesmo sabendo que eles mentem deslavadamente e sem nenhuma proposta legislativa e executiva enganam à massa sofrida, é que é decepcionante! Não adianta se enganar com o engano. Elogiar um incompetente com palmas e assovios é próprio da alienação infiltrada nos meios populares. Não existe líder enganador. Ele é só um aproveitador. Nós estamos na Era da mediocridade. Os valores perderam os fundamentos, que se relativizaram. O sentido da vida só é nutrido pela Verdade e esse horizonte para o qual todos queremos nos encaminhar. Porque alimentar uma mentira quando nós desejamos só a verdade?! A esquizofrenia está acontecendo justamente neste ponto. No mundo da política está sendo apresentado o perfil de líder que é aplaudido para ser ouvido e não ouvido para ser ovacionado. Agora isto sucede por que?! A política naufragou na mentira e agora tem sérias dificuldades para se restabelecer. Há quem diga que a democracia brasileira é uma pilhéria. Sem dúvida porque o nosso povo não é preparado para votar e nem para ser votado. Por incrível que pareça, uma pessoa de caráter tem vergonha de ser político nas nossas comunidades. Sem dúvida isto é terrível para quem sonha ver no poder que emana dos anseios do Povo uma esperança de pensar num melhor, onde a solidariedade e a justiça possam acontecer. Ressalto que esta discussão vale também para os ambientes eclesiais. Nesta situação o elemento indubitável para que esta trans formação aconteça existe, que é a Palavra de Deus. Basta conferir todos os discursos de Jesus sobre o Reino de Deus e o que ele significa. Um cristão não deve nunca se contentar em elogiar e se emparelhar com a mentira. “Às vezes acontece de até sacerdotes entrarem por esta linha; mas, o que se observa é que logo perdem a credibilidade da própria comunidade que deveria ouvi-lo e não só elogiá-lo, isto porque as palmas podem ser fruto da retórica enquanto que a escuta só acontece pela força do testemunho de vida”.
Sendo assim, vamos dar passos para que as nossas vidas, que têm sempre sua dimensão política, possam ser sinais da verdade que liberta os seres humanos das suas próprias mentiras que só lhe fazem sofrer e a seus semelhantes. O Cristão não se contenta com o seu próprio bem; mas sim, com a alegria de todos aqueles que são convidados a participar das festas dos filhos de Deus. Por isso, votemos conscientes e não batamos palmas para os mentirosos e medíocres de carteirinha. Vamos exigir mudanças qualitativas e quantitativas na ação política de nossos representantes. Assim o seja!
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
O político precisa do bêbado
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política
A política é uma arte humana. Sem dúvida, uma das mais fascinantes. Por ela, as possibilidades sociais são dialeticamente discutidas. Surge, daí, a necessidade do cuidado pelo que é comum, que por ser de todos, não quer dizer que seja de cada um. Na democracia o individual cede lugar ao que é da maioria, sem que essa aniquile o que é do particular. O Estado de Direito, regido por uma carta magna, acolhe esta forma de ação para uma adequada tecitura social. De outro modo, acabaria existindo um colapso microrgânico do corpo civil. Mesmo sendo, hoje, um conceito polissêmico, já que existem estados ateus, teocráticos, laicos etc..., o ordenamento social não consegue dispensar um objeto universal para que o mesmo possa subsistir, e este é a garantia da dignidade da pessoa humana. Aqui retomo a possibilidade dialética da política que só a será se for observada a primazia do sujeito, desde o seu nascimento até a sua morte natural.
Quiçá, alguém se indague porque a busca deste pormenor para falar sobre a política do bêbado? Vai a resposta que é o fato de que “todos” tendem a participar do substrato político quando vivem em sociedade. O que está acontecendo na política nacional é que a maioria está vendo ebriamente. Sempre que alçamos as vozes para votar e defender políticos medíocres e despreparados para conduzir o “bem público”, nos comportamos como bêbados que precisamos, na maioria das vezes, dum dinheiro para continuar com a cara nos restos intestinais. O que é próprio da política feita e vivida pelo bêbado é que ele continuará sendo só uma porqueira do que é falso e mentiroso. Os poucos lúcidos estão precisando ter mais ousadia para penetrar nos momentos de omissão da embriaguez. Sim! A loucura também tem seu momento de lucidez. Como ela perde a noção de tempo e espaço, o seu delírio pode ser levado para o desconhecido dela e firmar o bom senso do outro. Certa vez, só ilustrando, vi um político mentiroso, e espero que haja redundância, indagar uma comunidade rural acerca do que seria da mesma se não existisse (fulano x) como representante? E prontamente, o bêbado respondeu: uma grande felicidade. Imaginemos a cena! O descrédito na política está acontecendo porque infelizmente se separou a política da ética. Com a intenção de fortalecer o estado (ou o príncipe) um tal de Nicolau Maquiavel afirmou, ou descreveu, que “os fins justificam os meios”. Como o povo está bêbado, ou seja, corrompido também, a mudança de mentalidade teria que começar da base. Se exige uma desintoxicação popular. Não pela força física; mas pela formação de valores e ideais humanos e, porque, não dizer, evangélicos. Não só a Igreja, mas todas as instituições, naquilo que lhes competem, precisam retomar este discurso para o bem de todos os seres humanos de boa vontade. Ele é o único que não é utópico; pois tem um referencial. Não é só ideológico, porque se fundamenta numa pessoa, Jesus Cristo. Ninguém pense que a impostação é só teológica. O intento aqui é político já que tem sua fonte histórica. Se não tivesse tido seu vínculo espaço-temporal, não seria meio para uma proposta esperançosa.
Por isso, tenhamos uma fortaleza dos racionais. A política deve voltar seu olhar para a razão, novamente. Enquanto a nossa democracia for conduzida por políticos que viciam e eleitores que são viciados, as nossas comunidades e várias situações estarão piores e mais degradadas. Comecemos desde já, a não votar em candidatos que não têm propostas e nem capacidade de representar o povo naquilo que é-lhe de direito e dever, no tocante à Justiça e à Caridade. Assim o seja!
Quiçá, alguém se indague porque a busca deste pormenor para falar sobre a política do bêbado? Vai a resposta que é o fato de que “todos” tendem a participar do substrato político quando vivem em sociedade. O que está acontecendo na política nacional é que a maioria está vendo ebriamente. Sempre que alçamos as vozes para votar e defender políticos medíocres e despreparados para conduzir o “bem público”, nos comportamos como bêbados que precisamos, na maioria das vezes, dum dinheiro para continuar com a cara nos restos intestinais. O que é próprio da política feita e vivida pelo bêbado é que ele continuará sendo só uma porqueira do que é falso e mentiroso. Os poucos lúcidos estão precisando ter mais ousadia para penetrar nos momentos de omissão da embriaguez. Sim! A loucura também tem seu momento de lucidez. Como ela perde a noção de tempo e espaço, o seu delírio pode ser levado para o desconhecido dela e firmar o bom senso do outro. Certa vez, só ilustrando, vi um político mentiroso, e espero que haja redundância, indagar uma comunidade rural acerca do que seria da mesma se não existisse (fulano x) como representante? E prontamente, o bêbado respondeu: uma grande felicidade. Imaginemos a cena! O descrédito na política está acontecendo porque infelizmente se separou a política da ética. Com a intenção de fortalecer o estado (ou o príncipe) um tal de Nicolau Maquiavel afirmou, ou descreveu, que “os fins justificam os meios”. Como o povo está bêbado, ou seja, corrompido também, a mudança de mentalidade teria que começar da base. Se exige uma desintoxicação popular. Não pela força física; mas pela formação de valores e ideais humanos e, porque, não dizer, evangélicos. Não só a Igreja, mas todas as instituições, naquilo que lhes competem, precisam retomar este discurso para o bem de todos os seres humanos de boa vontade. Ele é o único que não é utópico; pois tem um referencial. Não é só ideológico, porque se fundamenta numa pessoa, Jesus Cristo. Ninguém pense que a impostação é só teológica. O intento aqui é político já que tem sua fonte histórica. Se não tivesse tido seu vínculo espaço-temporal, não seria meio para uma proposta esperançosa.
Por isso, tenhamos uma fortaleza dos racionais. A política deve voltar seu olhar para a razão, novamente. Enquanto a nossa democracia for conduzida por políticos que viciam e eleitores que são viciados, as nossas comunidades e várias situações estarão piores e mais degradadas. Comecemos desde já, a não votar em candidatos que não têm propostas e nem capacidade de representar o povo naquilo que é-lhe de direito e dever, no tocante à Justiça e à Caridade. Assim o seja!
sábado, 12 de junho de 2010
Santo Antonio e o casamento
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Santo Antonio nasceu em Lisboa, Portugal, com o nome de Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo, em 15 de Agosto de 1195. Morreu dia 13 de Junho de 1231. Frei Antonio tinha apenas 36 anos de idade. O Povo brasileiro, assim como o português, inclui nas virtudes do santo que se festeja a 13 de Junho, a de “milagroso casamenteiro”. Haverá quem diga que descobrir um noivo arisco é atribuição do advogado das causas perdidas. E Santo Antonio é, também, como se sabe o advogado das coisas inencontráveis.
O catecismo da Igreja católica lembra que “a aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento, por Cristo Senhor (cf. CIC, 1601)”. Disto se infere três dimensões da aliança que fundamentais para a realização humana e vocacional do Homem e da Mulher, a saber: 1) A comunhão de vida dos cônjuges; 2) O bem dos mesmos e 3) A geração e educação dos filhos.
1) Base teológica para a relação conjugal é o amor Uno e Trino. Deus é amor e quem permanece no amor, permanece em Deus (cf. 1Jo 4,8). O amor tem sua fonte no próprio amor. A Trindade é a fonte da comunhão. O Outro é o meio pelo este se manifesta e se realiza. Uma das grandes lacunas que levam à crise a vida matrimonial, na atualidade, é o fato de que o materialismo exacerbado menosprezou o que, só na pessoa, não tem consistência permanente. O que inquieta a vida humana é sua imanência que olha para o transcendente. Nas relações humanas o Eu terá sempre uma abertura para o Tu, que pela integração biológica, psicológica e espiritual forma um Nós, em comunhão de vida e amor.
2) O bem é a felicidade do Homem e da Mulher que desejam estabelecer o seu novo lar. A sua doação é o futuro da sociedade. “Sem casamento entre um Homem e uma Mulher o futuro da sociedade está comprometido”. Como falar duma integração humanizada e antropologicamente equilibrada sem relação “biológica”, psicológica e espiritual. A felicidade não dispensa a condição humana; mas, ao contrário, do que a ditadura do relativismo está querendo injetar, é a condição sem a qual o humano possa ser verdadeiramente civilizado, tanto objetiva como subjetivamente.
3) A geração e educação dos filhos é conseqüência existencial do casal que amando se doa para gerar a comunhão que, por sua vez, promove e zela pela vida. Os filhos são fruto do amor. Aqui vale incentivar e agradecer a Deus pelas atitudes dos homens e mulheres casados que adotam e amam outras crianças! A vossa comunhão no diferente proporcionará o justo meio daquele(a) que for acolhido por vós. Deus vos abençoe!
Por fim, a sociedade precisa da família com aquilo que a identifica. Ela continua a ser o lugar por excelência de harmonização das personalidades. Os erros estruturais da cultura do ódio e das separações não podem ser vias interpretativas para a dissolução ideológica do grandioso valor do casamento e da família humana. O simbolismo religioso da figura deste franciscano é atual e provocante. Que Antonio, o santo casamenteiro, nos defenda disto! Assim o seja!
O catecismo da Igreja católica lembra que “a aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento, por Cristo Senhor (cf. CIC, 1601)”. Disto se infere três dimensões da aliança que fundamentais para a realização humana e vocacional do Homem e da Mulher, a saber: 1) A comunhão de vida dos cônjuges; 2) O bem dos mesmos e 3) A geração e educação dos filhos.
1) Base teológica para a relação conjugal é o amor Uno e Trino. Deus é amor e quem permanece no amor, permanece em Deus (cf. 1Jo 4,8). O amor tem sua fonte no próprio amor. A Trindade é a fonte da comunhão. O Outro é o meio pelo este se manifesta e se realiza. Uma das grandes lacunas que levam à crise a vida matrimonial, na atualidade, é o fato de que o materialismo exacerbado menosprezou o que, só na pessoa, não tem consistência permanente. O que inquieta a vida humana é sua imanência que olha para o transcendente. Nas relações humanas o Eu terá sempre uma abertura para o Tu, que pela integração biológica, psicológica e espiritual forma um Nós, em comunhão de vida e amor.
2) O bem é a felicidade do Homem e da Mulher que desejam estabelecer o seu novo lar. A sua doação é o futuro da sociedade. “Sem casamento entre um Homem e uma Mulher o futuro da sociedade está comprometido”. Como falar duma integração humanizada e antropologicamente equilibrada sem relação “biológica”, psicológica e espiritual. A felicidade não dispensa a condição humana; mas, ao contrário, do que a ditadura do relativismo está querendo injetar, é a condição sem a qual o humano possa ser verdadeiramente civilizado, tanto objetiva como subjetivamente.
3) A geração e educação dos filhos é conseqüência existencial do casal que amando se doa para gerar a comunhão que, por sua vez, promove e zela pela vida. Os filhos são fruto do amor. Aqui vale incentivar e agradecer a Deus pelas atitudes dos homens e mulheres casados que adotam e amam outras crianças! A vossa comunhão no diferente proporcionará o justo meio daquele(a) que for acolhido por vós. Deus vos abençoe!
Por fim, a sociedade precisa da família com aquilo que a identifica. Ela continua a ser o lugar por excelência de harmonização das personalidades. Os erros estruturais da cultura do ódio e das separações não podem ser vias interpretativas para a dissolução ideológica do grandioso valor do casamento e da família humana. O simbolismo religioso da figura deste franciscano é atual e provocante. Que Antonio, o santo casamenteiro, nos defenda disto! Assim o seja!
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Pensar com a Igreja
“Quem está com a Igreja estar com o Povo, quem está contra o Povo estar contra a Igreja”. Eis uma afirmação teológica e politicamente razoável. A Igreja é o Povo de Deus (cf. Lumen Gentium, cap. II). Ela é a congregação dos consagrados a Deus, em Jesus Cristo, pela ação do Espírito Santo. Ela é o Corpo de Cristo (cf. CIC, 787-89). Esta comparação da Igreja com o corpo projeta uma luz sobre os laços íntimos entre a Igreja e Cristo. Ela não é somente congregada em torno dele; é unificada nele, no seu corpo (idem). Uma das muitas belezas da Igreja é comunhão. A fonte desta é a Trindade. Por isso que, historicamente ela está no mundo para evangelizar e tal ação consiste em anunciar o eterno amor de Deus pelos seus filhos. Eis um ponto que merece uma conseqüencial afirmação: “por mais pecadores que o sejamos, nenhum de nós, seres humanos, é filho do Mal; mas somos filhos de Deus”.
“A Igreja é, em Cristo, como que o sacramento ou sinal e instrumento da união com Deus e da unidade de todo o gênero humano (cf. LG, n. 1)”. Qual é a outra instituição que tem tal princípio como base segura para consecução da unidade na diversidade? A política como atitude humana e estatal de gerenciar a “res publica” passa por uma forte crise paradigmática. Há uma profunda e preocupante carência de lideres e políticos que tenham uma visão “eclesial” do simbólico presente na religião como meio de realização do que é coletivo. O individual é apolítico. Sem abertura para o Outro que mostra sua face na e com a comunidade não é possível uma prática pessoal que vise a sociedade. O caminho para uma ética do Bem Comum pode ser pensado, na atualidade, com esta proposta epistemológica. Quem ataca o que é corporificado é o vírus. A ação política das e nas comunidades está virulenta. Tal postura torna o corpo doente e mata as possibilidades de vida. A justiça gera a paz, que por sua vez, promove a vida. O desrespeito das condições que a dignificam não matam a Deus; mas destroem a Humanidade e seu habitat natural.
A Igreja, hoje, é chamada, mais uma vez, a ser profética ao defender a pessoa. Quem não respeita o que é comum e próprio da pessoa perfura com uma lança o coração de Cristo e o coração da Igreja. Por isso, pensemos com a Igreja e como a Igreja quando a mesma cuida e fala em favor da pessoa humana e quando estar ao lado dela, ou seja, sempre! Os solipsistas de plantão estão se perdendo e vão se perder ainda mais. Hoje quem não se une a Alguém perde o sentido do humano. O mundo está gritando por Deus porque não escuta sua Palavra. Existe uma confusão do que é subjetivo e do que é objetivo. Eis um dos dilemas filosóficos da Posmodernidade. O Homem precisa conciliar os dois mundos; contudo, não sabe como fazê-lo, nem por onde buscá-lo. O Cristianismo, ou mais propriamente Jesus Cristo, tem a resposta. Ela é radical porque tem um fundamento, que não se confunde com o fundamentalismo. A verdade de Cristo é a aquela da Revelação do amor amante e do amor que deve ser amado. A Humanidade necessita de lugares de encontro com esta verdade de Deus. O questionamento é: quem pode oferecê-los? A Igreja, pela sua Tradição kairótica, deve manifestar a bondade de Deus no tempo atual, sendo com o Povo e no meio do Povo este sacramento universal de salvação.
Por isso, podemos categoricamente dizer que quem está contra a Igreja estar contra o Povo; pois a Igreja é o Povo constituído por cada pessoa humana, deste a sua concepção até a sua morte natural. Os cristãos não podem dispensar esta real possibilidade eclesial e política. Assim o seja!
“A Igreja é, em Cristo, como que o sacramento ou sinal e instrumento da união com Deus e da unidade de todo o gênero humano (cf. LG, n. 1)”. Qual é a outra instituição que tem tal princípio como base segura para consecução da unidade na diversidade? A política como atitude humana e estatal de gerenciar a “res publica” passa por uma forte crise paradigmática. Há uma profunda e preocupante carência de lideres e políticos que tenham uma visão “eclesial” do simbólico presente na religião como meio de realização do que é coletivo. O individual é apolítico. Sem abertura para o Outro que mostra sua face na e com a comunidade não é possível uma prática pessoal que vise a sociedade. O caminho para uma ética do Bem Comum pode ser pensado, na atualidade, com esta proposta epistemológica. Quem ataca o que é corporificado é o vírus. A ação política das e nas comunidades está virulenta. Tal postura torna o corpo doente e mata as possibilidades de vida. A justiça gera a paz, que por sua vez, promove a vida. O desrespeito das condições que a dignificam não matam a Deus; mas destroem a Humanidade e seu habitat natural.
A Igreja, hoje, é chamada, mais uma vez, a ser profética ao defender a pessoa. Quem não respeita o que é comum e próprio da pessoa perfura com uma lança o coração de Cristo e o coração da Igreja. Por isso, pensemos com a Igreja e como a Igreja quando a mesma cuida e fala em favor da pessoa humana e quando estar ao lado dela, ou seja, sempre! Os solipsistas de plantão estão se perdendo e vão se perder ainda mais. Hoje quem não se une a Alguém perde o sentido do humano. O mundo está gritando por Deus porque não escuta sua Palavra. Existe uma confusão do que é subjetivo e do que é objetivo. Eis um dos dilemas filosóficos da Posmodernidade. O Homem precisa conciliar os dois mundos; contudo, não sabe como fazê-lo, nem por onde buscá-lo. O Cristianismo, ou mais propriamente Jesus Cristo, tem a resposta. Ela é radical porque tem um fundamento, que não se confunde com o fundamentalismo. A verdade de Cristo é a aquela da Revelação do amor amante e do amor que deve ser amado. A Humanidade necessita de lugares de encontro com esta verdade de Deus. O questionamento é: quem pode oferecê-los? A Igreja, pela sua Tradição kairótica, deve manifestar a bondade de Deus no tempo atual, sendo com o Povo e no meio do Povo este sacramento universal de salvação.
Por isso, podemos categoricamente dizer que quem está contra a Igreja estar contra o Povo; pois a Igreja é o Povo constituído por cada pessoa humana, deste a sua concepção até a sua morte natural. Os cristãos não podem dispensar esta real possibilidade eclesial e política. Assim o seja!
quarta-feira, 5 de maio de 2010
À mulher que é Mãe
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maternidade
Escrevo às mulheres que são mães. Elas são universais porque amam e cuidam daqueles que natural ou casualmente lhes foram confiados. O pressuposto da filiação será necessário para que nós nunca esqueçamos que a vocação da mulher é o amor; e aqui me permitam a diferenciação já que a intenção é saudá-las como “Mães”! A vocação da maternidade é um dos tantos dons que Deus concedeu às Evas da Humanidade. Por elas, a vida germina para o florescimento da visibilidade da imagem e semelhança que é o analógico de Deus na História.
O dia é um reconhecimento simbólico da sublime dignidade das mulheres. Nem todas as mulheres são mães; mas todas são filhas. A relação da feminilidade com a maternidade é intrínseca. O encantamento da filiação tem mais a nos dizer neste dia do que qualquer outra manifestação pública. As nossas mães são presente de Deus para todos nós. Obrigado Senhor pelas mães que temos! A Ti o nosso mais sincero agradecimento. Queremos que o mundo sinta que elas são importantes para nós e para o mundo. Muito palavreado sem amor e reconhecimento neste dia não valem tanto. O que elas desejam é o que todos os dias as pessoas amadas e que dão sentido a cada momento das nossas vidas merecem, que é gratidão e correspondência. Há tantos filhos que maltratam suas mães, na juventude e amiúde na velhice. Existem muitos filhos ingratos. Se me perguntarem as razões eu saberia dizer muitas; mas não as compreenderia! Existem situações de muito descaso por parte de muitos filhos. Graças a Deus, não é o trivial! Quem tem este tipo de atitude normalmente é por perturbações históricas e existenciais. Nestes casos é muito importante que haja amor e conversão. Quem não converte seu coração a Deus, também pode chegar a não valorizar uma mãe. Por parte de muita gente ainda há esta forma frustrante de relacionamento. Os filhos, ressentidos por causa de separações, infidelidades, violências, desamor e outros comportamentos, prejudicam a forma de amor que mais deve se assemelhar com o amor de Deus. Porém, por ser humano este também falha, porque há mães que tentam abortar ou pior matam suas próprias crias. Contudo, por ser mulher e estar aberta à vida toda mãe é chamada a ser sinal de amor na e para vida de seu filho.
No dia dedicado singelamente às mães, façamos a nossa mais pura e singela homenagem a elas. No momento, poderíamos nos perguntar que tipo de gestos estamos expressando para dizer a elas o quanto as amamos. Aproveitemos este dia para isto. Pensemos como será gratificante para nós e para elas ouvir o doce balbuciar desta tão significativa exclamação: “Mãe, eu te amo”! Oxalá, muitos filhos já viram suas mães partirem para junto de Deus. Não tem problema! Diga assim mesmo. O coração de quem ama trás para junto de si as pessoas que amamos. Não podemos temer a nossa humanidade. Ela também é dom de Deus. O Seu Filho se fez carne, também. Quantos filhos não se arrependem por ter passado a vida e nunca terem dito que amavam suas mães. Este é o tempo de Deus, pois o amor será sempre o meio pelo qual Deus fala, faça isto hoje.
Por fim, celebremos na intenção de todas as mães, biológicas ou casuais! Aos filhos não fantasiem este dia só com presentes caros que na grande maioria das vezes não dizem muito. Ame sua mãe e diga, com ações e palavras, o quanto elas são especiais! Tenha certeza que será inesquecível para você e para ela. Muitos já chegaram a reclamar que só valorizaram depois que as perderam. Não deixe que aconteça com você. Assim o seja!
O dia é um reconhecimento simbólico da sublime dignidade das mulheres. Nem todas as mulheres são mães; mas todas são filhas. A relação da feminilidade com a maternidade é intrínseca. O encantamento da filiação tem mais a nos dizer neste dia do que qualquer outra manifestação pública. As nossas mães são presente de Deus para todos nós. Obrigado Senhor pelas mães que temos! A Ti o nosso mais sincero agradecimento. Queremos que o mundo sinta que elas são importantes para nós e para o mundo. Muito palavreado sem amor e reconhecimento neste dia não valem tanto. O que elas desejam é o que todos os dias as pessoas amadas e que dão sentido a cada momento das nossas vidas merecem, que é gratidão e correspondência. Há tantos filhos que maltratam suas mães, na juventude e amiúde na velhice. Existem muitos filhos ingratos. Se me perguntarem as razões eu saberia dizer muitas; mas não as compreenderia! Existem situações de muito descaso por parte de muitos filhos. Graças a Deus, não é o trivial! Quem tem este tipo de atitude normalmente é por perturbações históricas e existenciais. Nestes casos é muito importante que haja amor e conversão. Quem não converte seu coração a Deus, também pode chegar a não valorizar uma mãe. Por parte de muita gente ainda há esta forma frustrante de relacionamento. Os filhos, ressentidos por causa de separações, infidelidades, violências, desamor e outros comportamentos, prejudicam a forma de amor que mais deve se assemelhar com o amor de Deus. Porém, por ser humano este também falha, porque há mães que tentam abortar ou pior matam suas próprias crias. Contudo, por ser mulher e estar aberta à vida toda mãe é chamada a ser sinal de amor na e para vida de seu filho.
No dia dedicado singelamente às mães, façamos a nossa mais pura e singela homenagem a elas. No momento, poderíamos nos perguntar que tipo de gestos estamos expressando para dizer a elas o quanto as amamos. Aproveitemos este dia para isto. Pensemos como será gratificante para nós e para elas ouvir o doce balbuciar desta tão significativa exclamação: “Mãe, eu te amo”! Oxalá, muitos filhos já viram suas mães partirem para junto de Deus. Não tem problema! Diga assim mesmo. O coração de quem ama trás para junto de si as pessoas que amamos. Não podemos temer a nossa humanidade. Ela também é dom de Deus. O Seu Filho se fez carne, também. Quantos filhos não se arrependem por ter passado a vida e nunca terem dito que amavam suas mães. Este é o tempo de Deus, pois o amor será sempre o meio pelo qual Deus fala, faça isto hoje.
Por fim, celebremos na intenção de todas as mães, biológicas ou casuais! Aos filhos não fantasiem este dia só com presentes caros que na grande maioria das vezes não dizem muito. Ame sua mãe e diga, com ações e palavras, o quanto elas são especiais! Tenha certeza que será inesquecível para você e para ela. Muitos já chegaram a reclamar que só valorizaram depois que as perderam. Não deixe que aconteça com você. Assim o seja!
terça-feira, 4 de maio de 2010
A ética cristã e o capitalismo
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“A convicção de ser autossuficiente e de conseguir eliminar o mal presente na história apenas com a própria ação induziu o homem a identificar a felicidade e a salvação com formas imanentes de bem-estar material e de ação social. Depois, a convicção da exigência de autonomia para a economia, que não deve aceitar influências de caráter moral, impeliu o homem a abusar dos instrumentos econômicos até mesmo de forma destrutiva” (cf. caritas in veritate, n. 34). Eis os dois grandes desafios da ética cristã na relação com o poder econômico vigente. A Campanha da Fraternidade 2010 vem justamente denunciar e ser forma simbólica para a sociedade na tomada de consciência dos idolatras do capitalismo selvagem que destroem a Vida para acumular dinheiro e poder. Afirma Mateus: “Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (cf. Mt 6,24).
A ética cristã para razão dos bens está contida no testemunho das pequenas comunidades (cf. At 2,42-47; 4,32-37). A idéia era que a comunidade deveria ter tudo em comum. Esta dinâmica, sem dúvida, não deixa ser enriquecida com a mística e o testemunho da ressurreição que animava os neoconvertidos para que vissem na conversão no tempo presente a plenitude da vida futura. Já nos evangelhos de Mateus e Lucas está presente uma complementação de que a pobreza interior (cf. Mt 5,3) e da pobreza exterior (cf. Lc 6,20). A promessa é que estes terão a felicidade eterna. Esta mesma ética terá sempre como base indissolúvel e fonte perene a gratuidade de Deus amor. O princípio hermenêutico e prático da ação cristã no mundo é certeza de que quem é filho revela o que é próprio do Pai (cf. Jo 5,19-47).
A CF 2010 assinala que na lógica do mercado, paga-se pela troca de bens e serviços. Entretanto, existem exigências humanas importantes, coletivas e qualitativas, que não podem ser satisfeitas através desse mecanismo. Há valores que, devido à sua natureza, não se podem nem se devem vender e comprar (cf Texto base, n. 22). Justamente neste ponto é que acrescenta a doutrina social cristã, quando reflete que “sem formas internas de solidariedade e de confiança recíproca, o mercado não pode cumprir plenamente a própria função econômica. E, hoje, é precisamente esta confiança que vem a faltar; e a perda da ‘confiança’ é uma perda grave” (cf. Caritas in veritate, n. 35).
Segundo o Santo Padre, “a atividade econômica não pode resolver todos os problemas sociais pela simples extensão da lógica mercantil. Esta deve ter como finalidade a prossecução do bem comum, do qual se deve ocupar também e, sobretudo, a comunidade política” (Idem, 36). Eis uma questão que no pensamento ético cristão, na modernidade, será idiossincrático: “O Estado não será dispensado da redistribuição dos bens, como razão de ser da sua própria instituição e locomoção. Ele será o mediador e regulador da ordem econômica. O mercado quando dispensa estas leis estatais terá dificuldades internas a longo prazo e desequilibrará as veias especulativas do seu funcionamento, que dispensam a necessidade dos bens fungíveis como meta econômica do ordenamento social.
A proposição da ética cristã no capitalismo não pode ser fundada numa vontade do indivíduo. Não haveria uma contradição teleológica ou finalista desta tendência “original e originante” do pecado primitivo? Na Posmodernidade pode ser motivo de orgulho para alguns, o fato de que existam bilhões de seres humanos, que são imagem e semelhança de Deus, na situação de pobreza e à margem das reais condições de dignidade humana? Portemos ao mundo o testemunho duma economia solidária que promova a vida! Assim o seja!
A ética cristã para razão dos bens está contida no testemunho das pequenas comunidades (cf. At 2,42-47; 4,32-37). A idéia era que a comunidade deveria ter tudo em comum. Esta dinâmica, sem dúvida, não deixa ser enriquecida com a mística e o testemunho da ressurreição que animava os neoconvertidos para que vissem na conversão no tempo presente a plenitude da vida futura. Já nos evangelhos de Mateus e Lucas está presente uma complementação de que a pobreza interior (cf. Mt 5,3) e da pobreza exterior (cf. Lc 6,20). A promessa é que estes terão a felicidade eterna. Esta mesma ética terá sempre como base indissolúvel e fonte perene a gratuidade de Deus amor. O princípio hermenêutico e prático da ação cristã no mundo é certeza de que quem é filho revela o que é próprio do Pai (cf. Jo 5,19-47).
A CF 2010 assinala que na lógica do mercado, paga-se pela troca de bens e serviços. Entretanto, existem exigências humanas importantes, coletivas e qualitativas, que não podem ser satisfeitas através desse mecanismo. Há valores que, devido à sua natureza, não se podem nem se devem vender e comprar (cf Texto base, n. 22). Justamente neste ponto é que acrescenta a doutrina social cristã, quando reflete que “sem formas internas de solidariedade e de confiança recíproca, o mercado não pode cumprir plenamente a própria função econômica. E, hoje, é precisamente esta confiança que vem a faltar; e a perda da ‘confiança’ é uma perda grave” (cf. Caritas in veritate, n. 35).
Segundo o Santo Padre, “a atividade econômica não pode resolver todos os problemas sociais pela simples extensão da lógica mercantil. Esta deve ter como finalidade a prossecução do bem comum, do qual se deve ocupar também e, sobretudo, a comunidade política” (Idem, 36). Eis uma questão que no pensamento ético cristão, na modernidade, será idiossincrático: “O Estado não será dispensado da redistribuição dos bens, como razão de ser da sua própria instituição e locomoção. Ele será o mediador e regulador da ordem econômica. O mercado quando dispensa estas leis estatais terá dificuldades internas a longo prazo e desequilibrará as veias especulativas do seu funcionamento, que dispensam a necessidade dos bens fungíveis como meta econômica do ordenamento social.
A proposição da ética cristã no capitalismo não pode ser fundada numa vontade do indivíduo. Não haveria uma contradição teleológica ou finalista desta tendência “original e originante” do pecado primitivo? Na Posmodernidade pode ser motivo de orgulho para alguns, o fato de que existam bilhões de seres humanos, que são imagem e semelhança de Deus, na situação de pobreza e à margem das reais condições de dignidade humana? Portemos ao mundo o testemunho duma economia solidária que promova a vida! Assim o seja!
O mundo está gritando por Deus
Os pensadores do “nada” logo vão desistir da leitura; mas, sem dúvida, é uma questão que vale um minuto e, através dele, uma vida de contemplação. Afirmo que Deus não precisa do homem, mas o homem precisa de Deus. Frase feita para causar impacto? Não! Converse com uma pessoa que tem uma experiência de Fé, no sentido teológico-cristão, e escute um “solipsista do vazio” falando sobre sua existência no mundo e para o mundo! Quiçá, seja perceptível nesta situação o drama do “existencialismo ateu”. Ele nega a possibilidade do tudo, porém, não sabe o que fazer com o que lhe resta, ou seja, o nada. A construção do homem sem Deus não lhe confere nenhuma dignidade.
O mundo grita por Deus, porque Deus, pela Encarnação de Jesus Cristo, na História, qualificou a história dos homens. O que seria o desenrolar da história humana sem a presença universal e absoluta de Jesus Cristo? Os judeus tomaram a finitude do particular e perderam a beleza do que poderia ser universal. Com a Ressurreição de Jesus, o reino não foi só para os filhos de Sião, como também, para os filhos da promessa que se submetem à Fé em Jesus Cristo. Nada mais nos separará deste grande amor de Deus. Nem mesmo a morte. Por isso, que, o mundo sempre gritará por Deus. Se alguém dúvida disto, um dia não poderá duvidar mais, pois a Fé e a Esperança só podem ser dons dos vivos. Só Deus, porque é Amor, um dia poderá nos acolher completamente. A bipolaridade antropológica não existe no cristianismo, só no helenismo. O eterno retorno, se existe para os mortos, como poderemos saber? Se não morrem os que estão mortos, como saberemos se estamos vivos? Na certeza de Deus o vazio não tem mais enigma.
As formas universais de Deus encaminham o homem para o seu fim. O ponto de encontro das filosofias das religiões está presente neste fundamento. Por que em todas as civilizações os seres humanos volvem seus ‘olhares’ para a “necessidade ou desejo do eterno”? A ausência de Deus desequilibra a relação do ser humano com o mundo circundante. A pedagogia divina da Revelação da sua plena gratuidade se encontra justamente no modo com o qual Ele enfrenta o maior dos frutos do pecado, que é a morte. Os sofrimentos podem ser meios que sinalizam um mal maior. Infelizmente, quem não tem a leitura teológica da história permanece existencialmente atrofiado.
Por fim, é sempre importante lembrar da Páscoa como metáfora imanente do humano transcendente. Cristo é a nossa Páscoa. Quem está e acredita Nele estar e será salvo. Celebremos a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, na esperança que estamos celebrando também a nossa contínua Passagem para o que há de vir. Assim o Seja!
O mundo grita por Deus, porque Deus, pela Encarnação de Jesus Cristo, na História, qualificou a história dos homens. O que seria o desenrolar da história humana sem a presença universal e absoluta de Jesus Cristo? Os judeus tomaram a finitude do particular e perderam a beleza do que poderia ser universal. Com a Ressurreição de Jesus, o reino não foi só para os filhos de Sião, como também, para os filhos da promessa que se submetem à Fé em Jesus Cristo. Nada mais nos separará deste grande amor de Deus. Nem mesmo a morte. Por isso, que, o mundo sempre gritará por Deus. Se alguém dúvida disto, um dia não poderá duvidar mais, pois a Fé e a Esperança só podem ser dons dos vivos. Só Deus, porque é Amor, um dia poderá nos acolher completamente. A bipolaridade antropológica não existe no cristianismo, só no helenismo. O eterno retorno, se existe para os mortos, como poderemos saber? Se não morrem os que estão mortos, como saberemos se estamos vivos? Na certeza de Deus o vazio não tem mais enigma.
As formas universais de Deus encaminham o homem para o seu fim. O ponto de encontro das filosofias das religiões está presente neste fundamento. Por que em todas as civilizações os seres humanos volvem seus ‘olhares’ para a “necessidade ou desejo do eterno”? A ausência de Deus desequilibra a relação do ser humano com o mundo circundante. A pedagogia divina da Revelação da sua plena gratuidade se encontra justamente no modo com o qual Ele enfrenta o maior dos frutos do pecado, que é a morte. Os sofrimentos podem ser meios que sinalizam um mal maior. Infelizmente, quem não tem a leitura teológica da história permanece existencialmente atrofiado.
Por fim, é sempre importante lembrar da Páscoa como metáfora imanente do humano transcendente. Cristo é a nossa Páscoa. Quem está e acredita Nele estar e será salvo. Celebremos a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, na esperança que estamos celebrando também a nossa contínua Passagem para o que há de vir. Assim o Seja!
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Quem se afasta da igreja...
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fé,
pós-modernidade
Nós precisamos da igreja para estar em comunhão com Deus? Me parece na atualidade um questionamento de suma importância. Cada vez mais as pessoas criam ou são levadas a criar "imagens de deus". Hoje existe um deus para curas, para mediador da prosperidade, vigilante de todos os males, pai de santo e infortúnios, apagão de pseudo-intelectuais, pois estar virando moda o desrespeito aos acadêmicos que professam a sua fé, um deus que se combate entre irmãos que dizem acreditar num único senhor etc...
A crítica feita por Ludwig Feuerbach, infelizmente ou felizmente, devemos reconhecer, está ganhando materialidade. Segundo ele, "a essência do homem, em contraste com a do animal, não é apenas o fundamento, mas também o objeto da religião... que é a consciência que o homem tem do infinito" (Essência do cristianismo, cap. I). Claro que o referencial do infinito aqui não é Deus, mas a potencialidade do humano pensar como perfeito e divino o que existe em função de simesmo (Idem). As formas relativistas e babélicas das varias comunidades religiosas estão nesta linha de raciocínio. A Igreja no momento não está sendo mediadora fundante das experiências religiosas. As tendências são individuais e por incrível que pareça, despersonalizadas. O conceito de doutrina se tornou confuso e caótico.
Cada um prega o que e como quer. Basta vermos os pregadores de plantão nos meios de comunicação. Ninguém sabe o que se diz. Basta que seja dito. Como as pessoas foram e continuam sendo levadas a não acolher ou mais propriamente se converter a Deus pela mediação objetiva da Igreja, desde a reforma protestante, então cada um tem a liberdade para interpretar o que não se ver e o que ninguém mais testemunhou. Eis à nossa frente o triste fenômeno da manipulação do sagrado como forma aberrante de tornar, de fato, a religião um "ópio do povo".
Em outro momento, afirmei que "a Páscoa é a metáfora imanente do humano transcendente". Nós, cristãos, católicos precisamos entender e acreditar que mediante a liturgia, fazemos memória dos acontecimentos históricos da ação de Deus na vida dos homens e mulheres que se converteram a Ele. Por isso que, não podemos confundir manifestações tradicionais da mitologia com as demonstrações culturais das Tradições salvíficas do Senhor. Nas conversas e direções espirituais com pessoas que se afastaram da Igreja, lanço uma pergunta que sempre deixam as pessoas um pouco inquietas: Depois que deixou de celebrar a sua fé, você veio a ser mais feliz?
A resposta, até o momento, foi negativa. Jesus é a nossa Páscoa. Ele é o humano no qual nossa transcendência ou a nossa capacidade de Deus se torna acontecimento real e esperançoso da Vida plena. Já estar morto quem não está na presença de Deus! A Igreja, santa e pecadora que é, continua sendo necessária para o fortalecimento objetivo da nossa "carência" Dele. Pela falta de conversão pode ser apagado o humano que é divino; mas nunca poderemos destruir o divino que é humano.
Por fim, a Páscoa de Cristo é sempre um convite para que os cristãos repensem o sentido da vida. Ele é o Ícone de Deus manifestado ao mundo para que todos, que Nele acreditarem, possam ter a Vida eterna, que consiste no conhecimento do único Deus verdadeiro, e aquele que por Ele foi enviado, Jesus Cristo (cf. Jo 17,3). Assim o seja!
A crítica feita por Ludwig Feuerbach, infelizmente ou felizmente, devemos reconhecer, está ganhando materialidade. Segundo ele, "a essência do homem, em contraste com a do animal, não é apenas o fundamento, mas também o objeto da religião... que é a consciência que o homem tem do infinito" (Essência do cristianismo, cap. I). Claro que o referencial do infinito aqui não é Deus, mas a potencialidade do humano pensar como perfeito e divino o que existe em função de simesmo (Idem). As formas relativistas e babélicas das varias comunidades religiosas estão nesta linha de raciocínio. A Igreja no momento não está sendo mediadora fundante das experiências religiosas. As tendências são individuais e por incrível que pareça, despersonalizadas. O conceito de doutrina se tornou confuso e caótico.
Cada um prega o que e como quer. Basta vermos os pregadores de plantão nos meios de comunicação. Ninguém sabe o que se diz. Basta que seja dito. Como as pessoas foram e continuam sendo levadas a não acolher ou mais propriamente se converter a Deus pela mediação objetiva da Igreja, desde a reforma protestante, então cada um tem a liberdade para interpretar o que não se ver e o que ninguém mais testemunhou. Eis à nossa frente o triste fenômeno da manipulação do sagrado como forma aberrante de tornar, de fato, a religião um "ópio do povo".
Em outro momento, afirmei que "a Páscoa é a metáfora imanente do humano transcendente". Nós, cristãos, católicos precisamos entender e acreditar que mediante a liturgia, fazemos memória dos acontecimentos históricos da ação de Deus na vida dos homens e mulheres que se converteram a Ele. Por isso que, não podemos confundir manifestações tradicionais da mitologia com as demonstrações culturais das Tradições salvíficas do Senhor. Nas conversas e direções espirituais com pessoas que se afastaram da Igreja, lanço uma pergunta que sempre deixam as pessoas um pouco inquietas: Depois que deixou de celebrar a sua fé, você veio a ser mais feliz?
A resposta, até o momento, foi negativa. Jesus é a nossa Páscoa. Ele é o humano no qual nossa transcendência ou a nossa capacidade de Deus se torna acontecimento real e esperançoso da Vida plena. Já estar morto quem não está na presença de Deus! A Igreja, santa e pecadora que é, continua sendo necessária para o fortalecimento objetivo da nossa "carência" Dele. Pela falta de conversão pode ser apagado o humano que é divino; mas nunca poderemos destruir o divino que é humano.
Por fim, a Páscoa de Cristo é sempre um convite para que os cristãos repensem o sentido da vida. Ele é o Ícone de Deus manifestado ao mundo para que todos, que Nele acreditarem, possam ter a Vida eterna, que consiste no conhecimento do único Deus verdadeiro, e aquele que por Ele foi enviado, Jesus Cristo (cf. Jo 17,3). Assim o seja!
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Política da vida X Política da morte
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política
Jesus um dia disse: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis dar fruto se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, dará muito fruto (cf. Jo 15,4-5a)”. Não é incoerência teológica pensar e falar da esperança política de Deus na ação construtiva dos homens, por um mundo melhor. A leitura da Palavra de Deus terá, sim, uma conotação política sempre universal. Mas claro que, o conceito de universal não dispensa nunca o particular. O que é de Deus, para quem tem fé, realiza-se em cada momento do crente, ou seja, daquele que faz a experiência com o mistério qualificado pelo amor (cf. Jo 15,17), na comunidade, com o Outro. A política de Jesus Cristo, que é a Revelação do que está na mente e no coração de Deus para a Humanidade, é da vida (cf. Jo 6,35; 7,38; 10,10b-11) e graças às condições de liberdade concedidas pelo próprio Senhor, ao nos criar seres de vontade e inteligência para podermos viver em comunhão seguindo o que é próprio do projeto do Reino de Deus que se configura na justiça, partilha, solidariedade, fraternidade, cuidado, verdade, honestidade etc. Os evangelistas retratam todas estas práticas, que são de Jesus na história (cf. Evangelhos sinóticos, Mc, Mt e Lc); mas deste a eternidade (cf. Evangelho de Jo).
Infelizmente, como protagonista da política da morte está o ladrão que vem para roubar, matar e destruir (cf. Jo 10,10a). Novamente é fundamental a indicação da leitura atenta e inteligente dos evangelhos. Comparemos a postura de Jesus e dos homens que por falta de fé não aderiram nem aceitam ao postulado contundente de que a conversão para Deus é necessária para o bem do individual na coletividade e da coletividade para o individual! A política de hoje tira a vida. Os políticos que não fazem a experiência da justiça são como parasitas. Eles prejudicam o bem-estar dos outros seres humanos através das atitudes de injustiças, corrupção, violência e tiram dos mais pobres as possibilidades de fazer o que é necessário para o bem comum. Diferentemente da proposta evangélica, a permanência dos ramos nestas árvores significará que a esperança dum mundo mais justo e solidário só será possível, nas atuais circunstâncias, para um grupo. É esta política que causa mortes de inocentes por falta de segurança; é esta política que não garante a saúde para milhões de brasileiros; é ela que deixa milhares de crianças e jovens sem educação e, consequentemente, sem um futuro promissor; é esta política que corrompe as fracas e incoerentes lideranças que precisam ser luz em meio às trevas; é esta política que faz da habitação cotidiana um lugar de alienação e aumento dos vícios.
Na política da morte, todavia, existe a necessidade da manutenção. Se doa cinco (5) para ganhar noventa e cinco (95). É o jogo da manipulação. Ninguém pode dizer nada que vá de encontro aos interesses de quem estar sendo beneficiado. Quando isto acontece, surge o senhor, que é o salvador da pátria, perseguindo e comprando com o dinheiro do povo os subservientes de plantão. O cenário da política, hoje, nos municípios é esta. Não descrevemos uma única realidade. Há muitos infortúnios por onde nós passamos.
Mesmo assim, não podemos perder a coragem de lutar e pedir a quem adere à política da morte, que se converta e viva. Quem é da vida e luta pela vida dos seus irmãos será salvo. Quem não o faz, será condenado. Não podemos deixar de “teimar” pela verdade; o amor e a justiça! Assim o seja!
Infelizmente, como protagonista da política da morte está o ladrão que vem para roubar, matar e destruir (cf. Jo 10,10a). Novamente é fundamental a indicação da leitura atenta e inteligente dos evangelhos. Comparemos a postura de Jesus e dos homens que por falta de fé não aderiram nem aceitam ao postulado contundente de que a conversão para Deus é necessária para o bem do individual na coletividade e da coletividade para o individual! A política de hoje tira a vida. Os políticos que não fazem a experiência da justiça são como parasitas. Eles prejudicam o bem-estar dos outros seres humanos através das atitudes de injustiças, corrupção, violência e tiram dos mais pobres as possibilidades de fazer o que é necessário para o bem comum. Diferentemente da proposta evangélica, a permanência dos ramos nestas árvores significará que a esperança dum mundo mais justo e solidário só será possível, nas atuais circunstâncias, para um grupo. É esta política que causa mortes de inocentes por falta de segurança; é esta política que não garante a saúde para milhões de brasileiros; é ela que deixa milhares de crianças e jovens sem educação e, consequentemente, sem um futuro promissor; é esta política que corrompe as fracas e incoerentes lideranças que precisam ser luz em meio às trevas; é esta política que faz da habitação cotidiana um lugar de alienação e aumento dos vícios.
Na política da morte, todavia, existe a necessidade da manutenção. Se doa cinco (5) para ganhar noventa e cinco (95). É o jogo da manipulação. Ninguém pode dizer nada que vá de encontro aos interesses de quem estar sendo beneficiado. Quando isto acontece, surge o senhor, que é o salvador da pátria, perseguindo e comprando com o dinheiro do povo os subservientes de plantão. O cenário da política, hoje, nos municípios é esta. Não descrevemos uma única realidade. Há muitos infortúnios por onde nós passamos.
Mesmo assim, não podemos perder a coragem de lutar e pedir a quem adere à política da morte, que se converta e viva. Quem é da vida e luta pela vida dos seus irmãos será salvo. Quem não o faz, será condenado. Não podemos deixar de “teimar” pela verdade; o amor e a justiça! Assim o seja!
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
A Solidariedade
A Solidariedade é um dos princípios da Doutrina Social da Igreja, que segundo o Papa Bento XVI, é “caritas in veritate in re sociali”, ou seja, proclamação da verdade do amor de Cristo na sociedade; é serviço da caridade, mas na verdade (cf. Caritas in Veritate, n. 5). “Os problemas sócio-economicos só podem ser resolvidos com o auxílio de todas as formas de solidariedade; solidariedade dos pobres entre si, dos ricos e dos pobres, dos trabalhadores entre si, dos empregadores e dos empregados na empresa, solidariedade entre as nações e entre os povos. A Solidariedade internacional é uma exigência de ordem moral. Em parte é da solidariedade que depende a paz mundial (cf. CIC, n. 1941)”.
Os fundamentos epistêmicos e ativos do real significado da Solidariedade, no Ocidente, são cristãos (cf. Lc 10,30-37; Mt 14,14-21; Jo 6,1-13). Mesmo havendo uma apropriação indevida e burguesa deste conceito, na modernidade, depois da Revolução francesa (1789), sua sustentabilidade é movediça; pois esta é delegada ao Estado. As críticas feitas pela filosofia moderna a este princípio são equivocadas, já que o ponto de partida para a compreensão da Solidariedade como prática cristã é “animada e fortalecida”, universal e categoricamente, pelo(s) gesto(s) e palavras de Cristo. Para o Cristianismo a Solidariedade se alicerça no amor que se doa completamente. Não se trata de discurso filantrópico, sem comprometimento com o outro. Muitas associações surgidas no iluminismo fazem retórica duma fraternidade cósmica sem um comprometimento integral e permanente do amor ágape (cf. 1Cor 13,1-13). A Solidariedade cristã se tonifica diariamente do mistério pascal de Cristo.
O verdadeiro profetismo do Cristianismo na Posmodernidade passa necessariamente pela vivência da Solidariedade. Sem esta, a própria convivência humana se torna infrutífera e delirante. Ela nos convoca ao Outro que tem um rosto e um nome. Para que o mais pobre dos pobres seja objeto da nossa solidariedade, ele precisa ser conhecido e reconhecido como pessoa. A Solidariedade deve ser acompanhada da gratuidade que se oferece sem violentar a liberdade do Outro que se encontra na linha da pobreza, não só material; mas também, psicológica e espiritual. A Solidariedade tem que percorrer as veias individuais e institucionais da Sociedade. São louváveis as atitudes dos países, artistas e outros, que se condoeram com a triste situação dos haitianos; contudo, não pode ser só em tempos de catástrofes, como estes, que a Solidariedade passa a ser vista como um bem humanitário! Os haitianos, como muitos outros países da África e América, vivem em situação de extrema pobreza, mas só depois do desastre natural e midiático, é que houve o despertar da sensibilidade dos outros países para suprimento da miséria. Isto é mais uma prova de que a Solidariedade é um meio eficiente e eficaz de aprimoramento das relações pessoais e globais. O cuidado dos seres humanos pelos seus semelhantes é a salvação da Humanidade e da Criação. Converter-se a esta proposta com sua referência teológica não é alienante e ilusória. Uma prática da Solidariedade circunstanciada e temporal pode estar conjugada com o ideal duma ética solidária e universal. O que continua faltando nos lineamentos positivados é o conteúdo que dê primazia à vida de todos os seres humanos desde a sua concepção até o seu fim natural.
Sem o Cristianismo, a Solidariedade é um corpo sem alma. Ela é a esperança do futuro da Humanidade; é necessária em nossos corações, para que exista em nossas famílias e, consequentemente, reluza no mundo. Assim o seja!
Os fundamentos epistêmicos e ativos do real significado da Solidariedade, no Ocidente, são cristãos (cf. Lc 10,30-37; Mt 14,14-21; Jo 6,1-13). Mesmo havendo uma apropriação indevida e burguesa deste conceito, na modernidade, depois da Revolução francesa (1789), sua sustentabilidade é movediça; pois esta é delegada ao Estado. As críticas feitas pela filosofia moderna a este princípio são equivocadas, já que o ponto de partida para a compreensão da Solidariedade como prática cristã é “animada e fortalecida”, universal e categoricamente, pelo(s) gesto(s) e palavras de Cristo. Para o Cristianismo a Solidariedade se alicerça no amor que se doa completamente. Não se trata de discurso filantrópico, sem comprometimento com o outro. Muitas associações surgidas no iluminismo fazem retórica duma fraternidade cósmica sem um comprometimento integral e permanente do amor ágape (cf. 1Cor 13,1-13). A Solidariedade cristã se tonifica diariamente do mistério pascal de Cristo.
O verdadeiro profetismo do Cristianismo na Posmodernidade passa necessariamente pela vivência da Solidariedade. Sem esta, a própria convivência humana se torna infrutífera e delirante. Ela nos convoca ao Outro que tem um rosto e um nome. Para que o mais pobre dos pobres seja objeto da nossa solidariedade, ele precisa ser conhecido e reconhecido como pessoa. A Solidariedade deve ser acompanhada da gratuidade que se oferece sem violentar a liberdade do Outro que se encontra na linha da pobreza, não só material; mas também, psicológica e espiritual. A Solidariedade tem que percorrer as veias individuais e institucionais da Sociedade. São louváveis as atitudes dos países, artistas e outros, que se condoeram com a triste situação dos haitianos; contudo, não pode ser só em tempos de catástrofes, como estes, que a Solidariedade passa a ser vista como um bem humanitário! Os haitianos, como muitos outros países da África e América, vivem em situação de extrema pobreza, mas só depois do desastre natural e midiático, é que houve o despertar da sensibilidade dos outros países para suprimento da miséria. Isto é mais uma prova de que a Solidariedade é um meio eficiente e eficaz de aprimoramento das relações pessoais e globais. O cuidado dos seres humanos pelos seus semelhantes é a salvação da Humanidade e da Criação. Converter-se a esta proposta com sua referência teológica não é alienante e ilusória. Uma prática da Solidariedade circunstanciada e temporal pode estar conjugada com o ideal duma ética solidária e universal. O que continua faltando nos lineamentos positivados é o conteúdo que dê primazia à vida de todos os seres humanos desde a sua concepção até o seu fim natural.
Sem o Cristianismo, a Solidariedade é um corpo sem alma. Ela é a esperança do futuro da Humanidade; é necessária em nossos corações, para que exista em nossas famílias e, consequentemente, reluza no mundo. Assim o seja!
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Campanha da Fraternidade 2010
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campanha da fraternidade
A Igreja do Brasil se prepara para celebrar a CF. Esta terá como Lema: Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro (Mt 6,24) e Tema: Economia e Vida. Vale ressaltar que são as Igrejas Cristãs no Brasil, presentes no Conselho Nacional de Igrejas do Brasil – CONIC, que estão apresentando esta Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010. Este já é a terceira campanha da fraternidade realizada de forma ecumênica (cf. Texto base, pág. 9)
O objetivo geral desta campanha é: “Colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão” (cf. idem). A economia precisa ser meio de desenvolvimento da pessoa. A postura neoliberal torna a pessoa meio e não o fim das ações desenvolvidas para concretização da sua ideologia. O mercado tem a sua lógica e esta absolutiza a necessidade do lucro; mesmo quando este se distancia do que deve ser o centro. Falta justiça e caridade nas práticas do sistema capitalista. Não pode haver só filantropia, já que, até mesmo esta, quando acontece, também visa o lucro. É necessário, ao mundo, uma nova mentalidade de cuidado do homem pelo próprio homem. Neste sentido, se faz necessário uma simbologia global que trate da ética mundial como algo possível e que ventile a centralidade da pessoa humana como sujeito universal de direitos e deveres. Muito mais que quaisquer outras formas de vida, a humana não pode ser relativizada em hipótese alguma. A economia com os vários produtos se transformou no cavalo desgovernado da Posmodernidade. Fixemos na crise da economia mundial. Faz parte da sua dinâmica a plena liberdade das transações intercambiais. O procedente e questionador é o declínio catastrófico do que parecia só desenvolvimento e não mera especulação. A campanha da fraternidade vem despertar, nos vários ambientes, através dos cristãos comprometidos com a justiça e o amor cristãos, um olhar solidário para com aqueles que são os pobres; e mais ainda, os mais dos pobres de todas as estâncias do nosso País. O objetivo “exige que haja justiça social, consciência ambiental, sustentabilidade, empenho na superação da miséria e da fome e, de um modo geral, que se considere com atenção especial, a dignidade da pessoa e o respeito aos direitos humanos” (cf. Idem, pág. 17).
Os objetivos específicos são: “- Sensibilizar a sociedade sobre a importância de valorizar todas as pessoas que a constituem; - Buscar a superação do consumismo, que faz com que o “ter” seja mais importante do que as pessoas; - Criar laços entre as pessoas de convivência mais próxima em vista do conhecimento mútuo e da superação tanto do individualismo como das dificuldades pessoais; - Mostrar a relação entre fé e vida, a partir da prática da Justiça, como dimensão constitutiva do anúncio do Evangelho e - reconhecer as responsabilidades individuais diante dos problemas decorrentes da vida econômica, em vista da própria conversão” (cf. idem, pág. 18).
Diante de tantas motivações humanas e evangélicas, cabe-nos uma sincera reflexão e tomada de consciência dos desmandos existentes na sociedade. Sempre é importante tomar a memória da Palavra de Deus que prefigura os desatinos dos ricos opulentos que não visualizam o eterno que não aceita retorno: “Filho, lembra-te de que recebestes teus bens durante tua vida, e Lázaro por sua vez os males; agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. ‘Se não escutam nem a Moisés nem aos Profetas, mesmo que alguém ressuscite dos mortos, não se convencerão’.(cf.Lc 16,25.31)”. Assim o seja!
O objetivo geral desta campanha é: “Colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem comum em vista de uma sociedade sem exclusão” (cf. idem). A economia precisa ser meio de desenvolvimento da pessoa. A postura neoliberal torna a pessoa meio e não o fim das ações desenvolvidas para concretização da sua ideologia. O mercado tem a sua lógica e esta absolutiza a necessidade do lucro; mesmo quando este se distancia do que deve ser o centro. Falta justiça e caridade nas práticas do sistema capitalista. Não pode haver só filantropia, já que, até mesmo esta, quando acontece, também visa o lucro. É necessário, ao mundo, uma nova mentalidade de cuidado do homem pelo próprio homem. Neste sentido, se faz necessário uma simbologia global que trate da ética mundial como algo possível e que ventile a centralidade da pessoa humana como sujeito universal de direitos e deveres. Muito mais que quaisquer outras formas de vida, a humana não pode ser relativizada em hipótese alguma. A economia com os vários produtos se transformou no cavalo desgovernado da Posmodernidade. Fixemos na crise da economia mundial. Faz parte da sua dinâmica a plena liberdade das transações intercambiais. O procedente e questionador é o declínio catastrófico do que parecia só desenvolvimento e não mera especulação. A campanha da fraternidade vem despertar, nos vários ambientes, através dos cristãos comprometidos com a justiça e o amor cristãos, um olhar solidário para com aqueles que são os pobres; e mais ainda, os mais dos pobres de todas as estâncias do nosso País. O objetivo “exige que haja justiça social, consciência ambiental, sustentabilidade, empenho na superação da miséria e da fome e, de um modo geral, que se considere com atenção especial, a dignidade da pessoa e o respeito aos direitos humanos” (cf. Idem, pág. 17).
Os objetivos específicos são: “- Sensibilizar a sociedade sobre a importância de valorizar todas as pessoas que a constituem; - Buscar a superação do consumismo, que faz com que o “ter” seja mais importante do que as pessoas; - Criar laços entre as pessoas de convivência mais próxima em vista do conhecimento mútuo e da superação tanto do individualismo como das dificuldades pessoais; - Mostrar a relação entre fé e vida, a partir da prática da Justiça, como dimensão constitutiva do anúncio do Evangelho e - reconhecer as responsabilidades individuais diante dos problemas decorrentes da vida econômica, em vista da própria conversão” (cf. idem, pág. 18).
Diante de tantas motivações humanas e evangélicas, cabe-nos uma sincera reflexão e tomada de consciência dos desmandos existentes na sociedade. Sempre é importante tomar a memória da Palavra de Deus que prefigura os desatinos dos ricos opulentos que não visualizam o eterno que não aceita retorno: “Filho, lembra-te de que recebestes teus bens durante tua vida, e Lázaro por sua vez os males; agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. ‘Se não escutam nem a Moisés nem aos Profetas, mesmo que alguém ressuscite dos mortos, não se convencerão’.(cf.Lc 16,25.31)”. Assim o seja!
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